capítulo extra II

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O último extra dessa fic, esperobque tenham gostado e agradeço a todos que leram, comentaram, favoritaram, etc ♡

— Por que você veio mesmo nessa viagem? — questionou Cheng apoiando o cotovelo na lateral da porta do carro enquanto encarava o irmão pelo retrovisor. 
— Porque o seu namorado disse que em Gusu chove de homem bonito e eu só trabalho com provas visuais — respondeu Wuxian se inclinando para frente e ficando apoiado entre os bancos da frente. — Né, Huan-ge? 
— Não chame ele assim, seu idiota, ele não te deu liberdade 'pra isso — reclamou Cheng se adiantando em empurrar com certa brutalidade, mas sem muita força, o irmão para trás. — E coloca o cinto. 
— Só você pode? Que ciumento, A-Cheng, tóxico. 
— Tóxico é o veneno que escorre da sua boca sempre que você abre os lábios — rebateu e bufou, os braços se cruzando em frente ao peito e virou o rosto para encarar Xichen que ria da interação dos irmãos. — Estamos chegando em Gusu? 
— Mais uns quinze minutos e estamos em casa… Dizem por aí que Gusu tem os homens mais bonitos do país… Ao menos, os que eu conheço confirmam esse boato. 
Cheng trincou os dentes e quase soltou fumaça pelos ouvidos ao ouvir o, quase, namorado relatar sobre a beleza de outros homens bem na sua frente. 
— Você vai me apresentar um bom partido, Huan-ge? — questionou Wuxian em um tom manhoso, apenas para provocar Cheng, vendo-o espalmar a mão contra o painel do carro. — O que foi, A-Cheng? 'Tá com ciúme? Pega na mão e assume. 
— Wei Wuxian, desça desse carro antes que eu te jogue para fora — reclamou Cheng em irritação, prestes a se virar para trás e agarrar o outro para lançá-lo pela janela. 
— O carro não é seu, é do Huan-ge, enquanto ele não me expulsar, eu fico. — Wuxian riu divertido e deu um sorriso provocativo. 
— Posso te apresentar alguns, mas os homens de Gusu, apesar de bonitos, acabam sendo muito… Fechados. 
— Não se preocupe com isso, o Wei Wuxian é aberto por todos. 
— E como sabe disso, A-Cheng? Seus amigos comentaram com você sobre nossas noites 'calientes? 
— WEI WUXIAN, SEU SEM VERGONHA. QUE NOJO — reclamou Cheng fazendo cena de que vomitaria somente com a ideia de seu irmão fazendo qualquer tipo de indecência com seus amigos próximos. — Por que eles falariam algo do tipo comigo? Toma tento, seu pervertido. 
— Ah, qual é, vai me dizer que não fala sobre sexo com os seus amigos? Você é virgem, por acaso? — provocou em pura zombaria, desconcertando ainda mais o irmão. 
— Vai se foder, Wei Wuxian, eu não sou virgem, mas também não sou um pervertido que nem você para ficar comentando esse tipo de baixaria. 
— Sei… Até a bunda você já deu? Não sabia que era tão avançado assim, falso puritano. 
— Eu não dei nada… 
— Não? Você e o Huan-ge não foderam não? Pobre Huan-ge, tendo que se contentar com pouco. — Wuxian fez um tom triste e colocou sua mão sobre o ombro de Xichen, o consolando. 
— Wei Wuxian… — rosnou entre dentes. 
— Não tenho pressa… Estamos indo no tempo do A-Cheng — comentou Xichen em um tom doce, apoiando sua palma sobre a coxa do homem ao seu lado. — Temos a vida toda pela frente, não custa nada esperar um pouco. 
— Oh, que sortudo, A-Cheng, seu namorado é um doce e tão paciente. 
— Está com inveja? — retrucou empinando levemente o nariz com orgulho, afinal, realmente tinha dado sorte dessa vez. 
— Por que estaria? O seu namorado vai me arranjar um partidão a altura — falou com um sorrisinho. — Ei, Huan-ge, você tem algum parente ou conhecido que seja bonito assim no seu nível? 
— Wei Wuxian, seu impertinente, já te disse para não chamá-lo assim, porra. 
— Hm… Tem o meu irmão mais novo, dizem que ele é bem parecido comigo em aparência. 
— Ele é bom de cama? 
— Wei Wuxian, você só pensa nisso? Pare de perguntar coisas constrangedoras para os outros. 
— Não sei dizer, ele é muito na dele e reservado sobre esses assuntos. 
— Huan-ge, não fique dando corda 'pra esse sem vergonha. 
[...]
Cheng tentou ao máximo demonstrar a boa educação que sua mãe lhe ensinou desde que nasceu, mas era uma missão quase impossível, principalmente pelo fator Wuxian que tirara a viagem para trazer o caos. 
Não havia um segundo sequer que Wuxian não falava mais do que tudo e até mesmo o tio de Xichen demonstrara seu descontentamento, o expulsando da cozinha enquanto preparava a comida. 
Agora, o casal e Wuxian estavam na sala assistindo um filme qualquer enquanto esperavam a comida ficar pronta e o irmão mais novo de Xichen sair do banho. 
— Aqui temos uma regra de não falarmos durante as refeições. Acho que é importante que saibam. O tio não gosta que quebrem as regras — comentou Xichen, queria deixar os outros dois cientes antes que conseguissem ainda mais o desgosto de Lan Qiren. 
— Não pode falar nada de nada? Parece insuportável — disse Wuxian que mal conseguia passar segundos quieto e em silêncio, havia em si uma intensa necessidade de falar. 
— Wei Wuxian — disse Cheng em tom de alerta e bronca, um claro aviso para que parasse de reclamar das regras da casa dos outros. — Só porque nossa família é barulhenta, não quer dizer que todas são assim. 
— O que é chato continua chato mesmo com motivos. 
Cheng suspirou baixo, respirando fundo algumas vezes em uma falha tentativa de se acalmar. Seu corpo se afundou no sofá e Xichen deu uma baixa risada, trazendo-o para perto.
— Meu tio e meu irmão seguem bem a risca as regras da família. 
— E você não? É o rebelde da família, Huan-ge? 
— Wei Wuxian, se o chamar assim de novo, vou enfiar a mão na sua cara de cínico — ameaçou com um chiado enfezado. 
— Eu sigo, mas quando estou na casa dos outros, deixo-as de lado. Wangji e tio Qiren as seguem até na casa dos outros. 
Wei Wuxian abriu a boca para comentar, entretanto, silenciou-se ao perceber uma movimentação se aproximando de onde estavam. 
Os olhos de Wuxian deslizaram pela nova figura, reparando nas semelhanças que tinha com Xichen. Aquele definitivamente deveria ser Lan Wangji, o tal irmão de Xichen. 
— Bem que você disse que ele parecia com você, mas não achei que fosse parecido até na gostosura… Puta gostoso.
— Wei Wuxian — repetiu Cheng pela milésima vez, cansado de dar bronca em seu irmão. — Por favor, não destrua a imagem de nossa família aqui… Ainda preciso manter alguma face… Não faça nada desnecessário ou… 
— Senta aqui, gostos… Digo, Wangji — indicou Wuxian se levantando do seu lado do sofá e pôde jurar que viu uma vermelhidão subir pelas orelhas do novo homem que aparecera. 
Wangji se aproximou em silêncio e apenas balançou a cabeça em cumprimentos antes de sentar. Wei Wuxian não perdeu tempo e sentou sobre suas coxas, já que o sofá continha apenas 3 lugares. 
Cheng estava prestes a voar no pescoço do irmão por tamanha ousadia. Ele realmente queria queimar a imagem deles antes mesmo que Cheng e Xichen namorassem a sério? O que passava na mente de Wuxian para ser tão descarado e desprovido de senso e boa moral? 
— Irmão… Esses são os dois que contou que viriam com você? 
— Ah, sim, eles mesmos… Esse é Jiang Wanyin, meu namorado, ou quase isso, então, pode tirar o olho, hm — falou em um tom de brincadeira, o que fez Wuxian cair na gargalhada. — E esse é Wei Wuxian, o irmão dele.
— Hm — murmurou simplesmente. 
— Wangji… — chamou Wuxian e esperou até que o olhar frio e claro se voltasse para si. — Você não é relógio, mas com você eu perderia umas boas horas. 
— Wei Wuxian — falou Cheng em tom de aviso, sentindo vergonha pela cara de pau do irmão. A cantada causou um efeito completamente diferente em cada um dos Lan, Wangji permaneceu imóvel e inexpressivo enquanto Xichen ria baixo para disfarçar. — Não ria desse idiota, Huan-ge, só vai incentivar desse jeito. 
— Desculpa, A-Cheng, seu irmão é muito engraçado — comentou Xichen abraçando o homem ao vê-lo bufar irritado.— Vamos para meu quarto, quero te mostrar algo.
— Mas Wei Wuxian… 
— Não se preocupe, Wangji vai fazer companhia para seu irmão. Vamos? 
Cheng concordou um pouco a contragosto, sem querer deixar o louco do seu irmão com alguém tão calmo e sério quanto Wangji. 
— Olha lá o que você vai mostrar 'pro A-Cheng — provocou Wuxian com um sorriso malicioso em seus lábios. 
— Calado, seu sem vergonha, Xichen não é um pervertido como você — reclamou Cheng e o quase casal seguiu para o quarto do homem mais velho. 
Durante todo o caminho, Cheng só conseguia pensar no quanto Wangji sofreria nas mãos de seu deturpado irmão e sentia certa culpa em deixá-lo sozinho com aquele homem endemoniado e sem limites que era Wei Wuxian. 
Claro, tais pensamentos evaporaram completamente de sua mente quando entrou no quarto de Xichen e o ouviu trancar a porta. Será que Wuxian estava certo quando fez sua provocação? Seria ali e agora sua primeira vez com Xichen? 
Sua mente estava explodindo. Medo, receio e ansiedade brigando para ver qual se sobressaía. Suas mãos começavam a suar frio e, quando foi conduzido para sentar na cama macia, seu coração quase parou. 
Tentou manter a expressão mais neutra possível para não transparecer os surtos internos que o invadiam. 
Xichen lhe selou os lábios com doçura e se afastou, pegando uma longa fita que estava na cabeceira da cama.
Ansioso era pouco para Cheng, o homem estava prestes a explodir e nem sabia informar com precisão qual sentimento o dominava naquele instante. 
— Feche os olhos, A-Cheng — pediu e obedientemente obedeceu, o que fez Xichen sorrir mais ainda. 
O pano da fita deslizou pelo rosto de Cheng até que cobrisse seus olhos e fosse amarrado atrás de sua cabeça. 
— Não se mova — disse como uma ordem, mas soou tão gentil quanto um pedido. 
Cheng esperou e ouviu o som dos passos de Xichen pelo quarto, andando a esmo. Não demorou muito para sentir a cama afundar levemente com o novo peso ali e sentiu os lábios doces alcançarem seu pescoço em beijos suaves. 
Um som manhoso deixou a boca de Cheng automaticamente quando os dentes brancos se cravaram em sua pele, mordiscando a região. 
Um suspiro fugiu de seu peito e Cheng se permitiu apreciar os toques do outro em seu corpo. Os dedos longos e delgados apertavam a carne por cima das roupas de maneira possessiva, colocando força a ponto de fazê-lo murmurar, sem realmente pedir para que parasse. 
Estava gostando daquilo, dos toques mais ousados e cheios de segundas intenções. 
Podia sentir Xichen se ajeitar em sua frente e subir os beijos para seu rosto, até que tomasse seus lábios em ósculos mais e mais sedentos e necessitados. 
Sua respiração se desalinhou e as batidas de seu coração eram desesperadas e afoitas, não sabia o que esperar daquela sequência de acontecimentos e seu estômago fervilhava em ansiedade e nervosismo. 
Engoliu em seco quando sentiu o corpo de Xichen escorregar para fora da cama e o som dos joelhos se chocando contra o chão. 
Sua mente entrou em pane naquele momento. Lan Xichen realmente estava decidido em chupá-lo mesmo sabendo que seus irmãos estavam na sala e seu tio na cozinha? Ele era tão desavergonhado assim? 
— A-Cheng — chamou e o outro permaneceu estático, sem saber como deveria reagir. — Jiang Cheng… — tentou outra vez, mas Cheng nem ao menos parecia escutá-lo de tão nervoso e ansioso que estava por dentro. — Jiang Wanyin. 
— O-o que foi? — disse um tanto trêmulo e quase se estapeou por deixar sua voz soar tão aguda e nervosa perante Xichen. 
— Tire a venda — pediu e Cheng ergueu suas mãos que suavam frio, com certo receio de como encontraria Xichen ali. 
Assim que desfez o nó e o pano caiu sobre seu colo, Cheng abriu os olhos que logo se arregalaram. 
Seu coração palpitava tão forte que pensou que pudesse rasgar sua caixa torácica com tamanha brutalidade.
Xichen estava entre suas pernas, ajoelhado e as mãos macias e bem cuidadas estendiam uma caixinha arroxeada com duas alianças prateadas dentro. Havia uma pequena e delicada pedra azul em uma delas, enquanto a outra tinha uma roxa. 
Cheng engoliu em seco e sentiu-se tremer ao notar o que acontecia bem diante de seus olhos. 
— Jiang Wanyin… Você aceita namorar comigo? — perguntou com um sorriso doce se formando em seu rosto ao notar a reação do Jiang. Era para si a cena mais adorável que poderia acompanhar. 
— Eu… Porra, Lan Xichen, eu aceito… Merda, como eu não poderia aceitar? — falou e suas mãos cobriram instintivamente o rosto, tentando disfarçar o rubor que suas bochechas tomavam. 
Xichen riu e segurou-lhe uma das mãos, puxando-a para si e, lentamente, deslizou o aro prateado pelo anelar de Cheng, beijando sobre a aliança em seguida. 
Jiang Cheng, enfim, se deixou ver por completo e repetiu o processo de colocar a aliança em Xichen antes de pular em seus braços, os derrubando no chão. 
— Idiota, eu aceito, mil vezes aceito — falou quase em um sussurro, suas mãos agarrando os panos das roupas do Lan. 
Xichen sorriu com a forma bruta do, agora, namorado e colocou suas mãos sobre suas bochechas, trazendo-o para si e beijando-lhe apaixonadamente. 
Entre mais beijos e declarações, os dois permaneceram ali juntos até que fossem avisados de que a refeição estava pronta e que comeriam juntos pela primeira vez como oficialmente um casal. 

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