minha chefe (duanca)

capítulo 37

- tudo bem, entra aqui e me faz companhia enquanto eu tomo banho.
- melhor não, eu te espero aqui fora, e... fecha a porta.

Ela me olhava sem entender absolutamente nada, mas fechou a porta e eu me senti na cama, eu não podia ficar dentro de um banheiro com a Bianca sem roupa, eu não iria me responsabilizar sobre meus atos. As vezes eu acho que a Bianca esqueceu que eu e ela já tivemos algo, ela me trata como um amiga próxima.
Ela saiu do banheiro e eu a chamei pra conversou, ela se sentou na cama de frente pra mim e eu perguntei:

- Bianca, você já teve algum relacionamento sério?
- sacanagem você me perguntar isso sabendo que eu não lembro de nada -ela fala rindo.
- foi mal -falei rindo.
- você é minha amiga, deve saber responder isso.

O que? ela me chamou de amiga? eu não tô acreditando nisso.

- Bianca, então, é que...
- é o que? me fala.
- promete não surtar?
- prometo, o que foi?
- não sei se você lembra, mas eu você já tivemos algo sério.
- eu já namorei você? -ela pergunta confusa.
- foi quase um namoro, mas terminou antes de acontecer o pedido.
- por isso que você ficou daquele jeito quando me viu sem roupa, desculpa, eu não lembro de nada disso.
- tá tudo bem, mas você não se lembra nem de como a gente se conheceu?
- não, você pode me contar?
- claro.

Contei toda nossa história pra minha Bianca, mas não contei nada sobre as traições nem as coisas ruins, preferi poupar ela, eu já perdoei ela, e não quero que ela sinta mal pelo o que ela já fez comigo, tenho medo disso causar algum gatilho nela.

- nossa, nosso relacionamento parecia ser algo tão cheio de amor, porque acabou?
- a gente achou melhor seguir assim.
- e faz quanto tempo isso?
- uns 5/6 meses mais ou menos.
- caraca, nem faz tanto tempo.
- não faz mesmo, a gente era tão apaixonada uma pela outra -falei sorrindo com meus olhos brilhando.
- me desculpa por simplesmente não lembrar de nada disso, mas eu tenho certeza que existia muito amor envolvido -ela fala sorrindo, colocando meu cabelo atrás da orelha.
- tá tudo bem, não quero que você se sinta culpada por isso.
- se for possível, eu quero que você me conte tudo que você sabe sobre mim, eu preciso me lembrar das coisas.

Conversando ali com a Bianca, eu contei pra ela sobre sua empresa que era herança de seu pai, que ela era apaixonada pelo seu trabalho, por tudo que ela fazia, o quanto ela era dedicada, esforçada e talentosa. Enfim, ficamos por umas 2 horas conversando sobre ela.

- porque você parou de trabalhar comigo?
- quando a gente terminou, eu achei melhor a gente se afastar, seria bom pra gente superar.
- e você me superou?
- eu nunca deixei de te amar -falei com os olhos brilhando.
- a gente ainda vai viver muita coisa juntas, só deixar eu processar tudo que tá acontecendo.
- ei tá tudo bem, eu não tenho pressa -sorri.
- meninas, o jantar tá pronto -Kátia fala entrando no quarto.
- a gente tá indo, mãe.

Kátia saiu do quarto, eu mostrei algumas fotos minhas e da Bianca, e em seguida descemos pro jantar.
Durante o jantar, eu e a Kátia falamos mais coisas e histórias sobre a Bianca.
Depois eu subi, tomei um banho e vesti um blusão e uma samba canção da Bianca.

- você se importa em dormir comigo? -ela me olha.

Eu travei, e pensei que era melhor não.

- posso ficar no quarto de hóspedes?
- pode claro, como você preferir.
- eu fico aqui com você até irmos dormir.
- enquanto isso podemos assistir um filme.
- você escolhe -falei me deitando do lado dela.

Assistimos um filme e depois cada uma foi pra sua cama dormir.
No outro dia, eu acordei, fiz minhas higienes no banheiro, voltei pra cama e peguei meu celular. Até qur escutei alguém batendo na porta.

- pode entrar.
- oi... bom dia, é, acho que... na verdade eu não acho, mas eu fiquei... na real eu tô -ela fala toda confusa.
- Bianca, você tá bem? -falei rindo.
- na verdade não, eu tô com saudade -ela faz beiço.
- tá precisando de amor?
- tô.
- vem aqui -bati a mão na cama.

Ela se deitou de frente pra mim na cama, e se cubriu com o edredom.

- você dormiu bem? -perguntei fazendo carinho no rosto dela.
- dormi, mas acho que eu teria dormido melhor se eu tivesse uma conchinha.
- por acaso isso foi uma indireta pra mim? -falei sorrindo.
- talvez, cê a carapuça serviu -ela sorri.

Nos rimos com as nossas testas encostadas, eu sentia minha pupila diladando, eu só queria beijar ela.

- vira pra lá então.

Ela virou, e eu a abracei fazendo conchinha, aproximei meu rosto em seu pescoço e senti seu perfume. Ficamos assim por uns 20 minutos em silêncio, até que ela disse:

- tá com fome?
- um pouco, e você?
- também tô.
- você já tomou aquele remédio que você tem que tomar em jejum?
- aham.
- então, o que você acha da gente descer e preparar alguma coisa pra gente comer?
- acho uma ótima ideia -ela fala se virando de frente pra mim.
- vamos lá -falei e ela pegou na minha mão e nos descemos pra cozinha.
- cadê minha mãe e meu irmão?
- sua mãe eu não sei, mas seu irmão deve ter saido pro trabalho.
- meu irmão trabalha com o que?
- ele é advogado, e sua mãe diretora executiva da empresa.
- que orgulho deles -ela sorri.
- poisé... tá afim de comer o que?
- não sei.
- ovos mexido são a minha especialidade na cozinha.
- eu já devo ter comido, mas seria um prazer provar de novo.
- senta ai, que eu faço pra gente.

Enquanto eu preparava nosso café da manhã, a Bianca me fez algumas perguntas sobre nosso relacionamento, eu respondi todas, e ela parecia esta bem interessada sobre o assunto. Preparei a mesa, me servi e servi ela, e começamos a comer.

- bom dia meninas -Kátia fala entrando na cozinha.
- bom dia mãe.
- bom dia senhora Kátia.
- ei, pode tirar esse senhora ai -ela sorri.
- como preferir -sorri.
- onde você tava mãe?
- tinha ido levar seu irmão pro trabalho, o carro dele tá na oficina.
- ata, o que eu tenho de importante pra fazer hoje?
- hoje você tem consulta com a terapeuta.
- só isso? eu queria ir na minha empresa, talvez eu consiga lembrar de algo.
- deixa isso pra amanhã filha, você ainda se recuperando.
- hum, tá bom.
- a Gabriela disse que queria vir aqui hoje te ver.
- eu não consigo lembrar quem é essa garota.