A garota estava no banheiro da escola.
O lugar fedia.
Cassandra observa atentamente seu braço esquerdo, especificadamente no local onde inseriu aquelas agulhas no domingo. Era quinta feira, ou seja, fazia 4 dias que a morena havia colocado aquelas substâncias em seu corpo. A morena nunca havia "apelado" para as seringas, é só que... foi a única coisa que ela conseguiu. E não, ela não era a porra de uma viciada fodida. A questão é, quando as coisas ficavam insuportáveis demais, Cassandra buscava algo que a afaste da realidade atual. A garota possuía conhecimento de que isso era errado, ela já pesquisara muito sobre o assunto para saber que o pior erro era usufruir destas substâncias em momentos ruins, "é aí onde o vício começa". Mas, aos poucos ela percebeu que conseguia controlar. E ao se deparar com os relatos da internet, tinha uma leve vontade de vomitar. Seu braço estava com enormes "rastros vermelhos bem acima das veias.
Quer dizer, todos gostam de chegar e, casa e ter alguém te esperando né? Isso soa carinhoso e coisa de pais corujas, essas coisas fofas que eu nunca tive, mas sempre invejei nos filmes daquelas famílias imperfeitas, mas que sempre tinham uma vida consideravelmente boa no fim. Porém... e se esse alguém que te espera for o marido da sua mãe, que bate nela e quase a mata. E esse mesmo homem, é o mesmo que me abusa quase todo dia desde que eu atingi a merda da minha puberdade.
- Ponto de vista - CASSANDRA
Hoje era o primeiro dia do terceiro ano do Ensino Médio. Cassandra tinha 17 anos e faziam... 6 anos que ela havia perdido a sua virgindade. Faziam 6 anos desde que ela ouvira de um homem velho de 62 anos que ela era uma puta gostosa. Fazia 6 anos que o gosto do seu pau estava impregnado na boca da morena. Quando ela havia contado para sua mãe... bem, ela disse que isso era coisa da cabeça de Cassandra, que ela queria roubar o namorado dela para si. E isso resultou em uma das maiores surras que que a morena já levou na vida. Ela teve que ficar 4 meses sem poder entrar em uma quadra, ou seja: "sem vôlei para você mocinha". Cass não conseguia caminhar de tanta dor na coluna. Até hoje, 4 anos depois, ela ainda sentia vestígios da lesão passada. Segundo Roger, médicos eram pessoas horríveis que só queriam roubar suas economias, então Cassandra nunca fui ao hospital ver a dor, e nem outra qualquer dor ou inflamação normal que se retém na infância.
O sinal que indicava o fim do intervalo acabara de bater.
Cassandra saiu do banheiro feminino e foi em direção a sua sala, infelizmente seu lugar é um dos primeiros da fila. Agora era aula de biologia, e avisaram que a partir deste ano as aulas seriam dadas por uma nova professora. Talvez, se a morena não estivesse pensando em como ela era um lixo por estar nessa situação, ela estaria ansiosa por conhecer essa nova professora.
A morena escutou o barulho dos saltos no chão. Quando sentiu que havia mais uma pessoa na sala, não a encarou de imediato. A garota percebeu que seus saltos pararam em frente a mesa da regente da turma. Quando Cass direciona seus olhos para cima, a garota congela.
A professora utilizava uma saia justa peta de cos alto, os saltos eram pretos de camurça com solado vermelho. Sua camisa social era de coloração branca por baixo de um casaco de terno cor chumbo. Quando a morena direcionou seu olhar mais para cima, percebeu que seus lábios possuíam uma coloração vermelho vinho graças ao batom que a moça passara. E ao encará-la nos olhos... a morena logo perdeu o chão.
Cassandra já havia reconhecido a mulher, porém ao notar aqueles olhos a encarando ela sentiu um nervosismo subir por toda a sua corrente sanguínea. O cabelo ruivo da mulher possuía um brilho intenso, que instigava a morena a imaginar o quão macios deveriam ser aqueles fios.
Apesar de tentar prestar atenção na aula, a morena só conseguiu encarar aquela imensidão de azul a sua frente. Alana possuía a mesma íris que sua filha. Hoje os últimos dois períodos seriam de biologia, ou seja... a morena ficaria por 2 horas encarando e buscando os intrigantes olhares da ruiva.
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Minha querida, ...
Romance"Ao despertar de meus olhos, lembro-me do olhar perverso de meu padrasto. Porém, hoje tenho um motivo para sorrir, aula de biologia com Alana Lynch."