Capítulo 29

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Ao abrir os olhos a morena sentiu um cheiro maravilhoso que fez seu estomago roncar na mesma hora. Cassandra piscou várias vezes até lembrar de onde estava.

Treino, Trabalho..., Ayla, Casa, AI DEUS..., Alana Lynch.

Cassandra levantou em um só pulo e vestiu seu shorts ao mesmo que foi em direção ao cheiro que circundava suas narinas. Porém, no caminho a morena passara no banheiro para arrumar seu cabelo, que estava uma bagunça.

Ao chegar na cozinha a morena se surpreendeu com a cena sua frente, Alana Lynch, sua professora, estava com um blusão branco apenas de calcinha por baixo. Seus fios ruivos estavam amarrados em um delicado coque enquanto a professora cuidava das frigideiras.

Espera..., espera..., ela estava, não não não era possível, AI DEUS, Alana estava rebolando ao som de 18 do One Direction.

Cassandra pigarreou tentando fazer com que a ruiva notasse a sua presença, porém Alana nem se quer notou que tinha companhia.

- Alana? – Chamou Cassandra e no mesmo instante a professora direcionou aqueles olhos azuis ao encontro dos castanhos de sua aluna. Simultaneamente um lindo sorriso repousou em seus lábios.

- Ei Cass..., eu estou fazendo um lanche para a gente, se você não tiver que ir, é claro.

Cassandra ainda em choque pós-transa-com-professora se sentou na banqueta colada a um balcão. Seus pelos se arrepiaram ao sentir o gelo do mármore sobre sua pele. A morena arregalou os olhos ao prestar atenção na letra da música.

- Achei que tinha dito que era fã dos Beatles. – Ao ouvir a voz da mais nova, Alana imediatamente parou o que estava fazendo se virando para encarar a aluna, ao mesmo que se escorou na pia.

- Senhorita Cage, não é porque eu gosto de uma banda, que eu não posso gostar da outra. Isso é um tanto infantil.

- Minha miniatura do Harry Stiles está definitivamente me comunicando que foi um erro deixar você brincar comigo como você brincou.

Alana soltou uma risada alta que preencheu todo o lugar ao mesmo que seus olhos estavam cercados por um brilho tão reluzente que suas sardas estavam destacadas de uma maneira..., única. Após uma intensa troca de olhares, a ruiva notou que precisava voltar a cuidar do alimento antes que ele queimasse.

- Sobre o que você me perguntou antes, sim eu fico pro lanche.

A resposta de Alana foi uma risada roubada que ela permitiu conhecimento apenas dela mesma, fazendo com que a morena se questionasse se havia dado a resposta correta.

- Cass, poderia por a mesa? Os pratos ficam ali. – A ruiva sinalizou para o armário ao seu lado enquanto provava um pedaço da carne que estava preparando.

- É claro. – A morena pegou dois pratos e os colocou sobre o balcão, ao mesmo que a professora foi lhe fornecendo as outra informações necessárias. Após pegar dois copos, Cassandra enfim perguntou sobre a filha da mais velha.

- E Ayla?

- Ah, ela queria ir visitar a tia e o primo, então já aproveitei para lhe chamar para o... trabalho. – A última palavra foi falada com um tom irônico e acompanhado de um sorriso malicioso nos lábios da professora. Alana foi começando a por as comidas na bancada e suspirou.

- Bem, digamos que eu não imaginava que a gente fosse acabar cochilando e ficando até tarde, eu havia comprado coisas para um café, mas..., veja bem são quase oito horas, então... preparei alguns ovos mexidos e um file acebolado para rechearmos os pães. – Alana levou uma das mãos a testa demonstrando que estava tímida. Ao mesmo que abriu a boca e a fechou novamente. – É claro, eu já ia esquecendo.

A ruiva foi até um dos diversos armários e retirou uma batata rufles grande do local, ao mesmo que pegou um suco de abacaxi na geladeira.

Ambas as mulheres comeram os sanduíches ao mesmo que trocavam conversas gentis e as vezes, provocações calorosas. Em diversos momentos, por estarem sentadas em duas banquetas lado a lado, seus joelhos se roçavam e ambas sentiam leves arrepios com a presença que a outra impunha sobre si.

Na hora de ir embora, Cassandra não sabia como se despedir da mais velha, desde o momento em que ajudara Alana com a louça, a morena havia se perguntado em como agir e agora o momento chegara.

- Bem, vamos? – Alana pegou as chaves de cima da mesma e foi em direção a porta.

- Professora Lynch, "nós" não vamos a lugar algum e sim, "eu" vou.

Ao ouvir a afronta de sua aluna, Alana se aproximou de Cassandra e ao notar o efeito que a proximidade de seus corpos ocasionava na morena, a ruiva se sentiu intrigada a continuar seu caminho até o ombro da garota, bem ao lado de sua orelha.

- Primeiro, pare de me chamar de professora Lynch. Segundo, eu não me sinto bem com a ideia de você sair da minha casa tão tarde da noite. As ruas são perigosas a esse horário. – A rouca voz da ruiva fez o corpo de Cassandra estremecer ao mesmo que a morena se sentiu tentada a aceitar a carona, mas logo recobrou a consciência.

- Não precisa se preocupar comigo Alana.

- Ah, não. Não. Não... eu não estava preocupada com você. – A ruiva tentou disfarçar a risada que rondava a enorme mentira, mas ambas sabiam que aquilo era longe dos fatos reais.

- E o que foi isso então?

- Eu me certificando de que não me sentiria culpada caso um carro a atropelasse.

Ambas riram em uníssono até que um silencio um tanto constrangedor se fez presente. Cassandra colocou o peso sobre um dos pés ao mesmo que se despediu da mais velha.

- É sério, eu vou ficar bem.

Alana a encarou apreensiva antes de puxar a garota para si.

- Pelos menos, se despeça direito de mim, senhorita Cage.

Ambas trocaram um beijo calorento e sedutor, porém rápido. Quando Cassandra se virou para ir embora, a professora deu um tapa bem no centro da bunda de Cassandra. Em resposta, a mais nova lhe mostrou o dedo do meio ainda de costas para a professora e prosseguiu o caminho pela rua.

Minha querida, ...Onde histórias criam vida. Descubra agora