Quando a campainha tocou, Alana deu um pulo de sobressalto do sofá em que estava. Cassandra havia chegado. Antes de ir abrir a porta, a professora se certificou de que Ayla estava mesmo dormindo em seu quarto, ao chamar a pequena, ninguém respondeu.
Ok, você consegue Alana.
Ao abrir a porta e notar a magreza de sua aluna, Alana quase deu outro pulo de espanto, mas tentou ser discreta. Os olhos intensos da morena estavam perdidos em algum sentimento que a ruiva não conseguira decifrar.
- Oi.
- Oi. – Cassandra respondeu com a voz fraca, quase em um sussurro.
Quando Alana foi abrindo mais a porta para convida-la para entrar, a morena a interrompeu bruscamente.
- Tem como a gente não demorar?
Aquelas foram as palavras que fizeram enfim Alana ter certeza de que algo estava errado. A morena precisava da sua ajuda, e ela iria fazer de tudo para ajudar. Estava chovendo, o cabelo curto de Cassandra estava encharcado, então ao invés de convida-la a entrar e ouvir um não, Alana apenas deixou a porta aberta e caminhou até o sofá, mandando a aluna fechar a porta após entrar. A morena entrou e foi recebida por uma toalha quentinha ao mesmo que Alana ligou a lareira, visto que estava frio, muito frio. A professora que estava tomando um chocolate quente para se acalmar enquanto esperava sua aluna, ofereceu um a Cassandra, que imediatamente negou.
A professora notara isso também, que enquanto ela estava com um suéter de lã e um aquecedor, Cassandra estava com uma fina blusa de manga comprida e uma calça de moletom com alguns furos. A garota tremia. Quando a morena se sentou ao lado de Alana, a ruiva logo viu a marca da cicatriz na mão de Cassandra, mas resistiu em toca-la, apenas a encarou até a morena também olhar para ela.
- O que aconteceu, querida? – Alana esquentava as mãos na sua xicara, mesmo querendo usa-las para acariciar aquele jovem rosto. A professora notou um leve tremor na expressão de Cassandra, revelando que a garota estava fraquejando em sua muralha de auto defesa.
- Alana, por favor... não faça isso. – Cassandra começou a tremer no mesmo instante. E a professora não sabia se era nervosismo ou por frio, porém, Alana insistiu.
- O que aconteceu?
Silencio. Uma silenciosa lagrima escorreu do olho esquerdo de Cassandra, onde a ruiva notou uma coloração arroxeada. Alana segurou sua caneca com apenas uma mão e com a outra tocou a região escura do rosto da morena, fazendo Cassandra estremecer sob o toque da mais velha.
- Pequena, - Alana se aproximou um pouco mais, agora acariciando acima do olho de Cassandra, a voz quase em sussurro. – O que foi que fizeram com você?
Ao ouvir a voz de Alana naquele estado, ao sentir uma corrente de ar frio..., as lágrimas simplesmente rolaram pelo rosto da mais nova. Cassandra não conseguia controlar o oceano que caia de seus olhos a ponto de se afogar com tanta água. Quando começou a tossir, Alana imediatamente segurou a mão de Cassandra e a apertou.
- Ei, respira. – Alana tentou acalmar a garota, mas não adiantou. A morena começou a se agitar e seu peito foi subindo e descendo cada vez mais rápido. Cassandra parecia perdida e completamente desesperada.
- Eu, não consigo respirar. – Cassandra se levanta bruscamente e começa a andar de um lado para o outro.
-Ei, olha pra mim. - Alana fala enquanto se levanta calmamente do seu lugar no sofá. Eu não consigo encara-la... mais uma vez eu estraguei as coisas... eu fiz tudo errado de novo...
- Olhe para mim. - O tom calmo continua, mas ela ergue a voz, ao mesmo tempo em que se aproxima lentamente de mim. Eu... não posso encara-la. Não... não dá.
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Minha querida, ...
Romance"Ao despertar de meus olhos, lembro-me do olhar perverso de meu padrasto. Porém, hoje tenho um motivo para sorrir, aula de biologia com Alana Lynch."