Capítulo 40

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Brian estava sentado no antigo banco do casal. No único banco que, em toda vez que Alana ia ao parque, ela evitava sentar. Ambos, após uma mensagem de Alana, haviam combinado de se encontrarem no parque na quinta feira para conversarem enquanto Ayla brincava no parquinho.

Ao avistar o pai, Ayala logo correu até o homem e o deixou a abraça-la com força.

- Eai garotinha.

- Oi, papai.

- Como você cresceu. – Disse ele ao mesmo que passou sua mãos sobre os cachos dourados de Ayla. Ao ouvir a afirmação do pai, a garotinha estreitou os olhos e fitou o pai com inquietação.

- Mas papai, não faz nem duas semanas desde que nos vimos. Eu não cresci tanto assim. – Brian riu com a resposta da filha. Porém, ao notar a postura tensa de Alana, logo deu um jeito de dispensar Ayla para o parquinho.

- Desembucha. – Brian escorou suas costas no banco ao mesmo que cruzou suas pernas. O homem utilizava uma calça jeans folgada e uma camiseta branca que destacava suas veias saltadas.

- Bem..., lembra que havíamos combinado que esse fim de semana você iria enfim sair sozinho com ela? – Ao notar o tom negativo na voz de Alana, Brian logo se exaltou.

- Você só pode estar de brincadeira. – Ele virou o rosto ao mesmo que levou sua mão a barba por fazer no queixo.

- Eu sinto muito Brian, mas vamos viajar. Marissa tem um jogo fora do estado e nos convidou para ir junto. Ayla amou a ideia, e como eu estou de férias...

- Eu não vou ser idiota de tentar me convidar para ir junto, pois estou realmente tentando te provar que eu posso ficar com a nossa filha, Alana..., só que..., eu estou cansado de nunca dar. Sempre tem um empecilho ou outro. – Ele bufou. A reação de Brian não deixou Alana intimidada como ela ficaria antigamente, e sim a deixou brava e irritada.

- Se você não tivesse passado 6 meses preso, eu garanto que os empecilhos seriam em menores frequências.

- Caralho! – Brian deu um soco no banco no meio espaço que separava os dois. – Você nunca vai esquecer dessa merda? Agora eu sempre serei lembrado com isso. Como se fosse a porra de um rótulo.

Alana estremeceu internamente, como se controlar para gritar? Como se controlar para não o esbofetear bem ali no meio do parque?

- Quer saber, eu não te devo isso... mas, a merda do rótulo só está aí porque você fez merda. – Alana apontou o dedo bem no peito de Brian o fazendo fervilhar de ódio. – Agora, se você quer tanto saber, a porcaria do rótulo não continua aí porque "isso aconteceu, mas foi no passado", ele continua estampado no seu peito por conta de momentos como esse, onde você claramente me mostra que não está pronto para se controlar em frente a nossa filha.

Ao assimilar as palavras de sua ex mulher, o homem pareceu refletir ao mesmo que aos poucos sua raiva foi se esvaindo e dando espaço para apenas um sentimento: vergonha.

Seu rosto estava corado quando ele continuou.

- Eu jamais a machucaria. – Brian disse quase em um sussurro enquanto olhava em direção ao parquinho onde Ayla corria com seus cachos farfalhantes e encantadores.

- Eu sinto muito Brian..., mas você disse a mesma coisa nos nossos votos..., e veja onde estamos e porquê.

Depois de assimilar por algum tempo as palavras de Alana que foram afiadas rente ao seu coração, o homem enfim cedeu.

- Posso ver ela depois da viajem então?

- Sim, é claro. Ficaremos fora apenas de sexta a terça, mas na quarta é provável que ela esteja cansada..., então a partir de quinta, ok? 

- Ok.

Brian colocou a cabeça entre os joelhos e a escondeu em um claro sinal de timidez pelas coisas que ele ouvira e estava refletindo.

- Brian. – Chamou Alana.

Alguns instantes depois o homem a encarou.

- Me faça um favor e vá brincar com aquela garotinha que ama o pai.

Por um breve segundo Alana viu o brilho retornar aos olhos do homem ao mesmo que ele se levantou e foi em direção ao parquinho brincar com Ayla.

Minha querida, ...Onde histórias criam vida. Descubra agora