"Eu vou te amar para sempre, aconteça o que acontecer. Até que eu morra e até depois que eu morrer. E, quando eu encontrar o meu caminho para fora da terra dos mortos, eu irei vagar para sempre, todos os meus átomos irão, até encontrar você novamente."
— Phillip Pullman
Regina esperava por tudo naquela manhã, menos que alguém batesse na porta do seu apartamento. Ruby até não estava, mas não poderia ser ela, pois a ninfa tinha as chaves. Então, Regina demorou alguns segundos para saber o que fazer, ainda estátua no meio da sala vazia.
Até que escutou a última voz que esperava escutar.
— Regina? Sou eu, Emma.
— Emma? — Sussurrou para si mesma, não sabendo se sorria ou abria a boca em surpresa.
Já haviam passado dois dias desde do encontro delas no cinema e, após aquela pequena discussão no carro, Regina pensou que Emma precisaria de mais tempo até estar pronta para digerir mais do seu passado.
Agindo no automático, Regina foi até a porta e a abriu devagar.
Emma estava mais sem reação do que ela, mas arriscou um sorriso. — Oi — disse, enfiando os dedos nos bolsos da calça para ter algo o que fazer com as mãos. — Eu tive que bater em seis portas para achar o seu apartamento.
— Oi — Regina soltou um sorriso nervoso — Aconteceu algo?
Abrindo e fechando a boca várias vezes, Emma gaguejou: — Não, não, eu apenas — respirou fundo e ergueu mais os ombros. — Olha, eu não queria nem voltar aqui, mas... — olhou fundo nos olhos de Regina. — Mas eu não consigo te tirar da minha mente. Não importa o que eu faça, eu estou sempre pensando em você.
Um sorriso sincero brotou nos lábios de Regina. Apesar das várias tentativas de parecer mais confiante, Emma ainda soava um pouco perdida. E Regina apenas achava aquilo adorável. — Tudo bem, é só você mantendo a sua promessa.
— Que promessa?
— Você jurou nunca me esquecer. — Regina manteve a sua voz leve e abriu mais a porta para ela passar.
Emma entrou no cubículo, mas se virou para a mulher, parecendo um pouco confusa. — Mas, eu te esqueci.
Regina fechou a porta e se encostou nela. Foi a primeira vez que Emma percebeu que a mulher parecia cansada e com os olhos fundos, mas o impagável brilho de determinação em íris castanhas ainda estava lá. — Não, você perdeu a sua memória, mas não me esqueceu. É diferente, você pode não saber quem eu sou, mas eu ainda estou gravada em todos os pontos da sua mente e do seu corpo.
— Profundo. — Emma riu um pouco sem jeito e buscou por um pouco de coragem. — Bom, já que eu não consigo fazer nada com você na minha cabeça, pensei em fazer algo com você ao meu lado.
Regina a encarou, passeando o olhar pela calça jeans e regata preta de Emma. Ela sentia como se tivesse dormido pouco, mas isso não impediu o seu corpo de acender de repente. — Outro encontro?
Emma engoliu a seco. — Um passeio, que tal?
— Tudo bem, eu só preciso me arrumar. — Regina falou, passeando as mãos pela camisola fina dela, que parecia estar sendo usada há mais de um dia.
— Você já comeu hoje? — Emma perguntou antes que ela pudesse entrar no banheiro.
— Não, estava sem fome.
— Sei de um parque que vende batatas fritas, lembra? — Foi o primeiro sorriso despreocupado que Emma a concedeu desde que chegara. — O que você devorou no bar apples?

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sunastreo
FanfictionDa palavra em grego antigo, συναστρέω (sunastreō): nascer sob a mesma estrela. Regina Mills embarca em uma viagem incerta e com grandes riscos de ser malsucedida para tentar reconquistar a sua esposa, Emma Swan, a qual recebeu uma vida nova em outra...