encontro

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"Aqui, quando digo 'eu nunca quero ficar sem você', em outro lugar estou dizendo "eu nunca mais quero ficar sem você de novo". E, quando te toco em cada um dos lugares que nos encontramos, em todas as vidas que estamos, é com mãos que estão morrendo e ressuscitando. Quando eu não te toco, é um erro em qualquer vida, em cada lugar e para sempre."

― Bob Hicok, Other Lives And Dimensions And Finally A Love Poem.


NOSSO MUNDO

Emma estava encostada no seu fusca, usando a sua porta de motorista como apoio enquanto mantinha as suas mãos no bolso da sua calça e olhava para baixo. O barulho de um portão se abrindo chamou a sua atenção e ela levantou o olhar, dando de cara com a mulher que ficava agora o dia todo em seus pensamentos.

— Boa noite — Regina disse, soltando um sorriso apreensivo enquanto fechava o portão.

— Boa noite — Emma respondeu, devolvendo o sorriso de forma calma.

Ela encarou a mulher de cima a baixo, gravando cada parte da roupa de Regina. O vestido preto já parecia ser conhecido por ela, assim como os pequenos saltos da morena, mas ainda era uma visão capaz de ser hipnotizante para qualquer um. Parecia que ela fez o certo em manter o seu visual de casualidade média: jaqueta de couro preta, calça preta e camisa branca. Se ela fosse sincera com ela mesma, até que elas pareciam um casal poderoso.

Vendo que Regina ainda estava parada sem jeito na sua frente, ela riu baixo e se desencostou do carro para contorná-lo, fazendo a mulher acompanhá-la. Emma abriu a porta do carona e sinalizou para a morena entrar no fusca.

Regina sorriu e passou por ela até o seu assento. — Obrigada — disse e recebeu um sorriso de volta, antes da mulher fechar a porta. Ela esperou Emma dar a volta e entrar no carro para perguntar: — Chegou há muito tempo? Fiz questão de descer às dezoito em ponto. — Já demonstrando certa animação, mostrou o relógio que tinha no pulso. — Ruby comprou até um relógio para mim.

Emma riu do entusiasmo da mulher pelo aparelho, parecia uma criança quando ganhava algo novo e tecnológico. Porém, não deixou o nome que Regina disse passar em vão. — Ruby... a ninfa? — Quando a mulher apenas assentiu, ela se segurou para não suspirar fundo. Hoje era o dia de Regina, então hoje poderia existir ninfas. — Só tenho dez minutos aqui. — Decidiu responder, ligando o carro. — Eu buzinei, mas pensei que você ainda estava se arrumando.

Regina a olhou confusa. — Você o quê?

— Sabe, buzinei — Emma explicou, empurrando a sua buzina para enfatizar a sua fala.

Quando o barulho espalhafatoso soou pelo automóvel, Regina pulou em seu assento, se assustando. Mesmo com o seu coração batendo alto, ela começou a rir. — Desculpa, só não estava preparada — ela explicou para a mulher que ainda a olhava curiosa e surpresa. — Eu escutei, mas achei que fosse outro carro. Sempre fazem esse barulho.

Emma sacudiu um pouco a cabeça e deixou um sorriso escapar. — Tudo bem. — Depois desse pulo, Emma percebeu que a mulher ainda estava sem cinto. Lembrando de como Regina demorou cinco minutos para entender o que fazer na primeira e na segunda vez, ela passou na frente e se inclinou em direção a morena.

Regina travou em seu assento quando percebeu a sua esposa tão perto dela, ela tinha certeza que tinha perdido a sua capacidade automática de respiração quando Emma esticou a mão para o lado do seu rosto. Ela cravou os olhos nos fios loiros e no rosto que estava tão perto do seu, mesmo que virado de lado, e decidiu admirar a sua mulher o quanto podia.

sunastreoOnde histórias criam vida. Descubra agora