𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso Hitoshi

51 - seu, seu, seu, ele, ele, ele, ele...

(a tela do meu pc deu problema, ela não quer ligar, até hoje não resolvi KKKK me desculpem pela demora!)

Hoje, você sonhou com ele. Seu ex vizinho, agora colega de sala e de dormitório, Hitoshi. O sonho não fez sentido algum, na realidade, era uma mistura de basicamente tudo absurdo que você já tinha visto na vida. Nem a altura de Shinsou era algo fixo – às vezes, ele parecia da sua altura, às vezes menor, e no fim do sonho, ele tinha o dobro.

O importante é que ele estava dentro da sua cabeça, mesmo enquanto você dormia.

Você acordou.

Com uma dor aqui e ali por ter dormido de mal jeito, você se mexeu na cama, abrindo levemente os olhos. Por um momento, você se esqueceu de onde estava – seus olhos esperavam encontrar com o teto do dormitório da UA, apenas para se lembrar de que estava em casa, visitando a sua mãe.

Você acordou, confusa com a mudança de cenários, mas renovada para o dia que teria a seguir.

Enquanto tomava um banho e fazia sua rotina matinal, você se lembrou de que hoje sairia com Hitoshi, como havia lhe prometido. Seu corpo gelou, e as solas de seus pés formigaram um pouco: achou que talvez a água do banho estivesse muito fria, mas não, era uma ansiedade que subia pelo seu corpo;

"Por que estou nervosa? Vamos só sair. Como já fizemos várias vezes antes."

Você continuou a se limpar no banho, tentando ignorar, como você sempre fazia, os sentimentos que subiam à sua cabeça. Mas ela sempre voltava a pensar em Shinsou.

Seu corpo pesou. Estágios, Ryuzen, o segredo que escondia da sua mãe, os treinamentos, a habilidade secreta, por fim, Hitoshi. Tudo isso na sua cabeça ao mesmo tempo. Você queria isolar os problemas, se esquecer de alguns – mas você só criava novos.

Hitoshi não era idiota, ele reconhecia os sentimentos que tinha por você. Você, embora mentisse para si mesma, também não era burra.

As provocações com as pantufas, o perfume de lavanda que tem seu cheiro, o afastamento de Hitoshi e seu crescimento como pessoa, sua determinação para se tornar um herói, a aproximação repentina, os conselhos, seu apoio, suas mãos quentes, seus braços naquela noite fria onde visitou seu pai, o jeito que te segurava, o modo em que não se importou com suas lágrimas quentes molhando sua roupa, a marca do seu corpo nos lençóis no dia seguinte, a sua amizade, os comentários de sua mãe, as mensagens, o restaurante que te levou, mais mensagens, seu rosto, suas olheiras marcantes, seu cabelo bonito, seus olhos penetrantes, sua postura de confiança, sua personalidade perseverante, seu sorriso, seu, seu, seu, ele, ele, ele, ele...

Seu mundo tinha, por mais cliché que soasse, virado de cabeça para baixo. E agora ele se encontrava roxo. Roxo, índigo, púrpura, violeta, lilás, magenta. Da cor dos fios de cabelo de Hitoshi. Da mesma tonalidade de seu olhar indecifrável.

Você não era burra. Por mais que você tentasse ocultar, esconder, dê o nome que quiser, mas sumir com os seus sentimentos por Hitoshi, eles continuavam ali. Seja com um aperto no coração ao ouvir seu nome ou sentir seu corpo inteiro gelar de ansiedade só pela possibilidade de sair com o amigo.

Sua mão sentia saudade do calor que a dele lhe proporcionou no hotel.

Desistiu do banho, desligando tudo abruptamente. Você se encostou no chão, ainda nua, e sentou em posição fetal, encostando as costas na porta do banheiro. Ainda ensaboada. Seu corpo, ainda molhado, tremia por causa do contato do chão e ar frio com seus membros. Sua cabeça encostou em seus braços, que estavam encima de seus joelhos. Antes que você impedisse, lágrimas ardidas desceram seu rosto recém limpo.