45 - Pratos frios e rostos quentes.

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(nota: desculpe pela demora!!! pelo menos, acredito que com o conteudo do capitulo, voces irão me perdoar;))

Já se fazem três dias desde a última (e primeira) vez que seu pai e você conversaram, olho no olho. Há dois dias, você prometeu para Shoto que pensaria muito antes de decidir se perdoá-lo-ia, ou não.

Você pediu para sua mãe lhe marcar uma consulta terapêutica. Quando ela mostrou preocupação e perguntou se havia algo errado, você covardemente mentiu e a disse que era por causa da pressão que os estudos estavam te causando.

Essa mentira voltaria para te morder o rabo. Você sabia disso, mas era covarde. Que tipo de herói é este?

Pelo menos você podia descontar suas frustrações nos seus treinamentos. Te tornava mais obstinada, você concluiu, tentando achar um único lado bom nesse caso todo que se instalou na sua vida.

Você sentia falta de brigar sobre pantufas com Hitoshi, e de fazer carinho em animais no shopping. Então é assim que é crescer?

— XXX? — Midoriya te tirou de seus devaneios. — Desculpe te chamar a atenção assim. É que Aizawa acabou de apagar o quadro e—

Você acordou para vida.

— AH! A-apagou? Mas eu não terminei—

Midoriya riu, balançando a cabeça para cima e para baixo. Ele te ofereceu seu caderno.

— Sim, sim, eu percebi! Por isso te chamei, pode copiar do meu.

— Você é uma alma boa demais para este mundo, Midoriya...

Você tem dado seu melhor para se focar nos estudos e procurar por empresas que possam te acolher como aprendiz de heroína, mas eles pareciam sempre com suas mãos cheias.

Você só tinha mais três dias para escolher; a cada segundo que se passava que você não havia sido contratada, era como se alguma coisa se apertasse contra seu pescoço. Tempo. Você estava ficando sem.

No intervalo, você se juntou à sua mesa de amigos como sempre, tentando fazer uma piada aqui e ali e se manter no momento, mas para aqueles mais atentos, você estava claramente fora de si.

Alguns, mais que os outros, se incomodavam com isso.

Shoto fez seu melhor para tentar arrumar seu humor, ficando do seu lado por boa parte do dia escolar, mas ele não conseguia parar de sentir como se nada que ele fizesse tivesse um efeito duradouro. Claro, ele conseguia te tirar algumas risadas, mas ele sabia que lá no fundo, seu humor continuava azedo.

Você sabia que ele estava tentando, e você estava grata por ele. No entanto, isso só te fazia sair mais ainda do normal, pois era perceptível para aqueles ao seu redor que você estava estranha, e você não queria isso. Fumikage estava começando a se preocupar também.

Pegando algumas coisas do seu armário e trocando de sapatos, você se espreguiçou e esperou pelos seus amigos na porta de entrada da escola, para que pudessem ir juntos até os dormitórios.

Hitoshi foi o primeiro a se juntar a você. Ele te avisou que os outros demorariam um pouco, então vocês se sentaram nos degraus, aguardando pacientemente.

Esta era a primeira vez nos últimos dias em que você estava tão próxima dele, depois do que aconteceu naquela noite. Você se sentia mal de estar o evitando assim, mas era impossível ter uma conversa produtiva com o amigo se toda vez que o olhasse, a imagem dos dois abraçados viesse na sua cabeça.

Só de olhá-lo tão de perto, seu corpo já se lembrava da sensação de ter seus braços segurando-a. O quão estranhamente macio era seu peito.

"O que tem de errado comigo?! YYY, sua esquisita!"

𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso HitoshiOnde histórias criam vida. Descubra agora