6 - Um pouco de companhia.

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No momento em que você terminou de explicar a situação que se encontrava, você já conseguia ver os olhos de sua mãe queimando sua nuca — você nem teve coragem de dizer que o treinamento anterior não tinha surtido efeito olhando em seus olhos.

E aquela mesma mãe, que tinha te impedido de ir para a escola por estar doente, te entupiu de remédios e te fez correr pela sua vida em um parque próximo a sua casa. Seus pulmões ardiam e não satisfeita com seu esforço te fez correr com os pesos em mão, fazendo os dois ao mesmo tempo.

E não tinha acabado por aí. Você passou o resto do dia assim, e sua mãe te deu uma bronca dizendo que você não deveria tomar um banho imediatamente após o treino ou algo assim.

O banho foi ótimo e seu corpo todo amoleceu em contato com a água. Infelizmente sua mãe fez você tomar um banho rápido e o que você comeu antes de dormir foi alguma coisa que sua mãe preparou, não te deixando pôr as mãos em qualquer tipo de carboidrato ou salgadinho genérico. Mas você já esperava que seria assim, já que já tinha acontecido antes.

Checando suas notificações e vendo que ninguém havia te mandado qualquer mensagem, você dormiu pacificamente. Isso é, até começar a ter aquele sonho estranho de novo.

Você ainda estava acorrentada no chão, sentada em uma cadeira que aleatoriamente apareceu, mas você não ouvia mais passos. E sim conversas abafadas, vozes masculinas e femininas, uma sobrepondo a outra, enquanto você apenas olhava em volta. Mas ainda era o mesmo vazio de sempre.

O que é consideravelmente estranho, certo? Afinal, você consegue ver literalmente tudo. De onde essas conversas estariam vindo, se você não está as vendo? "Claro, é apenas um sonho estranho, mas meu cérebro poderia pensar nesses detalhes".

Que estranho. Agora suas duas mãos estavam presas. Talvez seu subconsciente não tivesse gostado da provocação.

Assim que você começou a ouvir passos, você é acordada com sua mãe puxando você direto para o chão. Reclamando de dor, sua mãe apenas ri e diz que o café da manhã está pronto.

E que você estava atrasada de novo.

(...)

As primeiras aulas foram relativamente normais e fáceis, mas com muita emoção já que maioria dos alunos machucados já havia retornado à escola. Seu corpo reclamava de dor hora ou outra, mas você ainda conseguia ignorar as pontadas de agonia que lhe era alertada. Fazendo uma cara dolorida aqui e ali, você passou bem até o intervalo — que você incrivelmente não estava tão feliz assim por ter.

— Tudo bem, quem é você e onde está a verdadeira [XXX]? — Mina te olha, desconfiada e os outros sentados na mesa apenas observam com curiosidade — Você só comeu um prato!

— Eu 'tô tentando diminuir na comida, porque senão eu vou virar uma bolota. — você sorri, Kirishima diz que "isso é uma atitude bem masculina" e Iida corta o ar com as mãos. Mina apenas riu e concordou.

— Você tá treinando ou alguma coisa do tipo? Todo mundo percebeu aquelas caras estranhas que você faz de vez em quando. — Sero, que tinha ficado quieto até agora, comentou e você quase engasgou com a água que estava tomando.

— Minha mãe tem me feito treinar ultimamente, eu sinto que minhas habilidades estão fracas demais comparadas com a de vocês. Mas meu corpo não gostou muito da ideia de imediato.

— Essa é uma ótima iniciativa! Que eu saiba, o Midoriya tem feito isso ultimamente, mas com os amigos dele. — Kaminari diz, Iida rapidamente concorda, começando um discurso sobre "se exercitar é uma tarefa que todos deveriam realizar" e coisas do gênero. — Sabe, eu acho que nós deveríamos fazer isso também! Bakugo provavelmente vai se dizer contra, mas isso até todos concordarem. Vai ser divertido!

𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso HitoshiOnde histórias criam vida. Descubra agora