26 - Teu rosto é tão belo

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Você respirava fundo, a palpitação de seu coração cada vez mais forte, indicando sua ansiedade. Era hoje o dia do teste, e você não sabia se estava pronta para enfrentar um de seus colegas.

Você lentamente caminhava até a escola, acompanhada de seus colegas. Hoje você voltaria para sua casa, após os exames. Você apenas podia esperar que conseguisse passar, pois definitivamente estava precisando de um descanso.

"Se bem que conhecendo Aizawa, ele vai tornar aquele paraíso em um pesadelo muito rápido".

Sentando-se em sua cadeira, você forçou seu cérebro a prestar atenção em Aizawa, enquanto ele explicava como seria realizada a prova teórica. Enquanto isso acontecia você revisava os conteúdos mentalmente, tentando não esquecer o mínimo detalhe que fosse.

Shota era um sadista maldito. Em todas as suas provas, ele escrevia seus desejos em "passar todos os alunos, esperando notas exemplares dos futuros heróis formados na UA", com direito a um rosto feliz no papel. E é claro, ele fazia as piores provas que ele poderia.

Ele é um homem de detalhes. Ao invés de focar nos grandes acontecimentos, sempre fazia perguntas controversiais sobre pequenas coisas dos momentos da matéria. Se por exemplo o conteúdo fosse sobre como as individualidades surgiram, obviamente todos focariam nisso – e Aizawa faria uma maldita pergunta-texto sobre "no momento em que consta a sociedade, levando em consideração o poder econômico e social global, explique a importância das individualidades".

E é onde você se encontrava, encarando o papel como uma criança encarando um brócolis. Você não tinha estudado isso – bom, ter, tinha. Mas você subestimou a filha da putisse de seu professor e agora aqui você se encontrava. Felizmente você sempre gostou muito de humanas, então o texto não foi grande coisa/você sempre foi mais exatas/biológicas, então você não tinha ideia do que fazer aqui.

Antes que você percebesse, o sinal tocou, e desleixadamente você mexeu-se até o refeitório, entupindo-se de comida. "Hoje vou me dar passe livre pra explodir, depois de uma prova tensa dessas".

Seus colegas não pareciam muito animados. A maioria deles tinha um rosto de absoluto terror, enquanto Aizawa saia tão saltitante da sala que parecia que a qualquer momento daria três mortais, um fantasma de sorriso nunca deixando seu rosto. Até mesmo Present Mic ficou com medo.

Mas você até que estava confiante. Depois de alguns meses com as provas dele, você tinha começado a aguçar seu olhar crítico, e estudar principalmente as partes que você acreditava que Aizawa iria ressaltar. Muitas vezes você errava, mas as poucas vezes que estava certa faziam seu dia.

– Cara, eu coloquei C em todas, porque C = Cristo. – Kaminari relatou, um sorriso estampado em seu rosto, nem um pouco preocupado com o seu futuro. – Botei na mão de Deus e é isso.

– Você é muito idiota. – Jirou bateu contra sua própria testa, em completa negação. Kaminari continuava radiante, como que se brilhasse de verdade. – Eu duvido que você tá com tanta fé assim, você só tava com preguiça de pensar.

– Eu não irei responder nenhuma pergunta sem a presença de meu advogado.

Você divagava, comendo qualquer que fosse a coisa deliciosa que LunchRush havia preparado. Respirando fundo, você coloca seu prato junto com os outros sujos, ainda pensando, no modo automático. Quando o sinal bate, você anda calmamente até a quadra, como tinha lhe sido instruído.

Suas mãos começaram a suar frio. E se você tivesse que ir contra Bakugo? Contra Todoroki? Você estaria perdida. Coçando suas mãos, você se sentiu aliviada ao colocar suas luvas. A quão apegada havia se tornado com elas?

𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso HitoshiOnde histórias criam vida. Descubra agora