Capítulo 4

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Rosa

Enquanto trabalhávamos conversámos um pouco sobre nós.

- Quantos anos tens?

- 23 e tu?

- 20

- Só tres anos de diferença.

- Sim, o que te trás a esta pequena cidade?

- Um novo recomeço eu acho.

- Ah entendo, fantasmas do passado.

- É mais ou menos isso.

- Os teus pais nao se importam?

- Bom, eles sao os meus fantasmas do passado.

- Ahh desculpa.

- Tudo bem, eles passavam os dias a falar do meu peso e ginásio essas coisas e eu um dia fartei me e vim embora, comecei a nao gostar do meu corpo por causa deles e talvez longe eu mude de ideias.

- Tu és linda, muito gostosa mesmo, nao tem nada de errado com o teu peso, mas nao importa o que os outros dizem, o que importa é como te sentes, desde que estejas bem contigo mesma, o que os outros dizem é insignificante.

- Obrigada.

- De nada, podes contar comigo sempre, podes bater na minha porta sempre que quiseres e como somos vizinhas é mais fácil kkk.

- Muito obrigada, estou aqui caso precises também.

- Vamos acabar isto rápido que devem estar quase a chegar clientes.

Acabámos o trabalho e uns minutos depois começou a chegar bastantes clientes, como era o primeiro dia e eu nao sabia muita coisa ainda, fiquei a seguir a Sara como tinha que fazer.

Mas tínhamos um problema ela andava por rápido de um lado para o outro, nao conseguia acompanhar, um passo meu era três dela, literalmente.

Um tempo depois ela abranda pois ficou mais vazio a florista.

- Tudo bem Rosa?

- Tudo ótimo sim.

De maneira nenhuma iria dizer que estava cansada já, eu com certeza farei as coisas mas lento que ela, mas Sara já deve estar habituada a esta movimentação, enquanto eu não.

- Ainda bem, vamos, temos que regar as plantas que estam nos vasos pequenos.

Peguei num regador, enchi com água e reguei todos os vasos pequenos que tinha ali dentro.

Isso demorou uns quinze minutos, tinha muitos vasos.

- Acabou Rosa?

- Sim, todinhos.

- Que bom, vamos buscar os sacos de adubo que ja chegaram e estam nos fundos.

- Tudo bem.

Ela saiu num andar muito rápido, será que ela nao cansa não?

O andar dela é o meu correr, ela parece o Flash.

Estava a andar até aos fundos, ia puxar a porta, visto que ela abre para os dois lados, quando ela é aberta brutalmente fazendo-me cair.

Bati com a bunda no chão e aquilo doeu muito.

Senti dois braços a levantarem me, olhei para a pessoa e vi um homem bonitinho, olhos cor de mel, cabelos castanhos e rebeldes.

Olhámos um para o outro por um tempo.

Ele olha para mim e dá um sorriso de lado, fazendo me ficar desconfortável.

- Está tudo bem aqui?

Sara pergunta aparecendo do nada.

- Está sim, eu só caí e o senhor me ajudou a levantar.

- Mas estás bem? Obrigada Sr. Mike.

- Sr. Mike?

- É, senhor esta é a Rosa nossa nova trabalhadora, e este é o sócio e braço direito do dono.

Cada pedaço do seu corpo Onde histórias criam vida. Descubra agora