- Saudade

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5 de junho, o tão inevitável cinco meses de coma de Tobio Kageyama.

— Estão preparados? — o médico perguntou enquanto Miwa chorava abraçada em Shoyou, os dois estavam puro choro enquanto Kazuyo assinava a ordem de não ressuscitar.

— Nunca. — Kazuyo respondeu, fazendo o médico suspirar e começar a desentubar Tobio.

Após desligar tudo, deixando apenas o monitor dos batimentos, os três se encaram e olham para o monitor, suspirando e sorrindo ao ver os batimentos normais.

— Tobio... — Miwa sussurrou com um sorriso, o mesmo que logo se desfez ao ver o monitor se tornar uma linha — não, não, não! Façam alguma coisa! — ela gritou e tentou ir até o irmão, chorando ao sentir Shoyou lhe segurar e os médicos continuarem imóveis.

— Façam alguma coisa... Tobio, amor.. — Hinata sussurrava ao ver o monitor totalmente zerado com um traço finito.

O ruivo soltou Miwa e se jogou para a maca, abraçando o corpo do namorado e implorando para que voltasse.

— Hora do óbito, 13:35 da tarde.

O médico suspirou e se virou para sair, dando meia volta ao escutar o monitor apitar, fazendo todos na sala encararem o Kageyama.

— Ele está respirando... ele está respirando! — Shoyou comemorou e abraçou a cunhada.

— Nós o deixaremos em observação essa noite.

— Tudo bem, tudo bem. — Kazuyou disse abraçando a neta e dispensando os médicos.

— Eu ficarei essa noite, os dois vão para casa descansar. — Miwa disse e beijou a testa do avô e depois de Shoyou.

E eles fizeram o que lhes foi dito.

Uma semana se passou, o aniversário de Shoyou se aproximava e ele temia que Tobio não acordasse. No exato momento, estava no hospital junto com o mesmo, quase dormindo na cadeira de visita.

— Deite-se um pouco com ele. — Miwa disse enquanto arrumava suas coisas — obrigado por vir ficar com ele essa noite, sei que está ocupado com a escola e tudo mais.

— Tudo bem, eu amo estar com ele.. — Hinata respondeu e suspirou, se sentando na maca e segurando a mão de Kageyama.

— Irei fechar as cortinas, a enfermeira não vem essa noite então se deite com ele e durma um pouco. — Miwa disse ao beijar a testa do irmão e a de Shoyou, logo fechando as cortinas e saindo do quarto. — boa noite.

Hinata acenou para ela e deitou na maca, abraçando Kageyama.

— Eu sinto sua falta... quando você voltará para mim? — ele sussurrou e fechou seus olhos, não conseguiria dormir e isso era um fato.

Porém, no calor do abraço de seu amor, ele adormeceu recebendo um incrível cafune de alguém que sempre esteve a espera.

— Shoyou, bom dia! Eu te trouxe um... — Miwa deixou o café cair ao ver quem estava ali, em carne e osso, e acordado. — Tobio...

Ela correu e abraçou o irmão, não conseguindo segurar o choro.

Shhh, ele está dormindo.

— Por que não fala? — ela sussurrou.

Sei lá, não sei se estou pronto para escutar minha própria voz depois de tanto tempo...

— Bem, pelo menos acorde o Shoyou, nosso avô chega em alguns minutos. — ela disse e o abraçou novamente, ficando quase cinco minutos ali — Eu amo você.

Trust me, I love u.Onde histórias criam vida. Descubra agora