Por Haruno Sakura:
Acordei com minha cabeça girando e com um mal-estar enorme. Meu estômago revirava e eu mal conseguia manter os olhos abertos com toda aquela claridade. Por mais que estivesse acostumada a acordar desse jeito, eu ainda odiava essa sensação do dia seguinte. Levantei-me a contragosto e segui meu ritual cura-ressaca que consistia em: forçar o vômito para liberar o resquício de álcool, tomar um bom copo d'água junto com minhas pílulas de comida especiais para ressaca, um bom banho gelado e um soro na veia, para estabilizar a desidratação. Após uma hora, comer alguma coisa saudável, mas com carboidrato para me dar energia. Finalizo com meu jutsu de reparação de danos, e pronto, estou nova em folha.
Tentei recapitular mais ou menos o que acontecera na noite anterior. Sei que fui à uma festa em uma cidadezinha nos arredores de Konoha com Kiba e Tenten, e sei que eu tinha um plano de fazer com que eles ficassem juntos lá. Lembro de ter encontrado com Sukea-san e que nós passamos o resto da noite juntos. Foi muito agradável, Sukea é um homem maduro, gentil e divertido, fazia bastante tempo que eu não encontrava um homem assim. Sei que acabei apagando no caminho de volta, e que ele me trouxera em casa. Lembro de termos conversado um pouco até eu apagar novamente, e nem sei que horas ele foi embora. Uma pena que ele não more em Konoha, ele com certeza seria alguém que eu poderia até cogitar a namorar, mesmo tendo jurado para mim mesma que nunca mais me apaixonaria por alguém, porque da primeira e única vez que havia feito, acabei completamente quebrada por fora e por dentro. Eu ainda carregava toda aquela dor e sofrimento em meu peito até hoje.
Toda vez que os pensamentos sobre Sasuke ameaçavam vir à tona eu tento me ocupar com o trabalho ou esquecer usando a bebida. Eu havia jurado a mim mesma que nunca mais deixaria me iludir, e por isso eu faria o que quisesse quando me desse vontade, sem medo de ser julgada ou reprimida. E até então, tem sido muito bom, pois foram anos muito divertidos. Minha amizade com a Ino se fortaleceu, e aquela rivalidade idiota não existe mais. Eu saía para cantar e dançar, o que era muito divertido, porque fazia eu me sentir livre. E também me permiti estar com outras pessoas, não queria mais me guardar para o amor da minha vida, até porque esse amor nunca existiu da parte dele, e ele já havia transado há muito tempo antes, de qualquer forma. Me permiti ficar com homens e mulheres também, quis experimentar de tudo e provar de tudo, tentando recuperar tudo o que me foi roubado por causa de um sentimento unilateral. E foi libertador, não me arrependo nenhum pouco.
Mas, mesmo hoje, alguma coisa ainda grita, lá no fundo do meu interior: o meu desejo e sonho de encontrar alguém digno do meu amor, alguém com quem eu possa realmente contar, alguém que possa dividir as alegrias e tristezas da vida comigo. E infelizmente, esse alguém nunca apareceu. Talvez não exista essa ideia de amor verdadeiro, talvez seja apenas uma idealização ridícula imposta pela sociedade que insiste em destruir os corações de várias meninas ao redor do mundo.
Arrumei minha cama e parti para aquela papelada extensa que me esperava na mesa. Eu geralmente trabalhava em casa aos domingos de manhã, indo ao hospital somente à tarde ou caso tivesse alguma urgência. Me sentei à mesa e mergulhei nos documentos. A minha prioridade era encontrar uma maneira mais eficaz de tratamento a um paciente meu que tinha uma doença rara, pouco conhecida até mesmo por mim. Havia trocado algumas cartas com Tsunade-sama a respeito disso, e ela no momento estava buscando informações de algumas ervas medicinais especiais no País do Raio quer seriam úteis no tratamento, já que ela estava aproveitando suas férias ali por perto.
Após algumas horas absorta em meus estudos, ouvi algumas batidas na porta. Estranhei, porque geralmente são poucas pessoas que vem me procurar em casa, principalmente num domingo de manhã. Suspirei, com raiva, porque fui interrompida. Por um momento, pensei em fingir que não estava em casa, mas ao sentir o chakra da pessoa que batia ali, fiquei confusa e fui atender.
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Improvável
FanfictionUma história Kakasaku conturbada. Começa pouco tempo antes da Quarta Guerra, onde Sakura se encontra se sentindo incapaz e fraca após Sasuke tentar matá-la. Naruto então restaura sua confiança e ela decide lutar com todas as suas forças. Após o fina...