Fliperama

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O silêncio reinava na mansão Florence, as crianças esparramados no chão da sala vidrados na tv que passava um filme bobo de terror.

Olivier estava sentado no sofá com os pés de Amélie em seu colo, a francesa por sua vez estava deitada ocupando todo espaço do sofá grande.

E Milo estava sentado ao chão próximo ao braço do sofá, com a cabeça encostada no mesmo.

A senhora Dahlia estava sentada na poltrona enquanto fazia seu crochê, havia começado um tapete vermelho adorável. Enquanto por vezes observava o filme também, murmurando baixinho que aquilo não fazia sentido e que os filmes em algum momento já tinham sido melhores.

Angelina observou próximo ao batente da porta, vendo o silêncio na casa. Se perguntou se essa seria a mágica para ficarem em silêncio, colocar um filme bobo seria melhor opção para acalmar o pessoal.

Sorriu surpresa ao ver Amélie completamente vidrada na TV, sempre foi assim, para distrair Amélie bastava colocar algo que ela gostasse.

A menina sempre fora um tanto agitada, algo que quando criança era um problema aos pais. Angelina lembra de ter que pedir para que a mesma se acalmasse algumas vezes e até arranjar novos hobbies para que ela gastasse energia.

Caminhou até a cozinha onde decidiu que faria um brownie, um dos doces favoritos dos irmãos Florence. Motivada pelas memórias adoráveis de suas crianças.

[...]

Ela se sentou observando a mesinha de centro, notando os mínimos detalhes como o pote de balas e alguns brinquedos antiestresse.

— Boa tarde! Você deve ser Bárbara Lima, certo? — Um homem careca adentrou a sala com um sorriso gentil em seus lábios. — Eu sou Wanderley, sou seu pedagogo e psicólogo.

Bárbara assentiu em concordância, colocou as mãos em seu colo. Continuou a olhar o lugar com curiosidade e nervosismo, a terapia sempre foi algo difícil para ela.

O sotaque baiano era bastante evidente na voz do mais velho.

Ele se acomodou no sofá com a pequena prancheta em suas mãos, mas logo a deixando de lado.

— Como vai você, senhorita Lima? — Perguntou buscando o contato visual com a menina.

— Eu diria bem, já estive melhor.

— Gostaria de falar sobre isso? Sabe eu não irei lhe obrigar a nada e respeitarei seu espaço independente de tudo.

— Ainda não, eu acho. Muito obrigada por isso. — Ela realmente apreciava isso.

Nesses momentos de busca de ajuda na terapia, em algumas sessões alguns psicólogos se demonstravam antiéticos e principalmente invasivos.

—  Nessa primeira sessão eu irei buscar te conhecer melhor, não iremos direto ao ponto. — Disse enquanto gesticulava com as mãos. — Irei lhe fazer algumas perguntas e me responda com sinceridade, é importante a sinceridade.

Ela acenou com a cabeça enquanto pegava uma bala, doce sempre era uma ótima forma de disfarçar a ansiedade para ela.

— Você é intercambista, certo? Como você se sente com as mudanças que vem enfrentando.

Como ele sabia disso? Era fácil, a plaquinha que carregava apontava algumas informações e tópicos importantes da menina.

—  Elas não me incomodam, foi difícil me adaptar no começo, mas agora é fácil com os Florence. Eles foram tão receptivos e….

Ela pensa em Amélie, como a sua presença é importante pois ela é a única sanidade que resta em Bárbara.

— E? — Incentivou a menina a prosseguir, mas Bárbara preferiu deixar de lado e continuar em silêncio. — Você está cursando o que?

Mansão Florence - Barbelie e MilovierOnde histórias criam vida. Descubra agora