Mansão Florence - Barbelie e Milovier

Tatuagens

Milo se viu errando mais uma vez, ao tocar a melodia errada. O moreno bufou e resmungou um xingamento baixinho, Laura ao notar a tensão e a frustração do rapaz decidiu dar a ele um pouco de tempo para se acalmar.

Pegou o violão da mão dele e o colocou no lugar, os outros alunos prosseguiram em silêncio. Alguns davam olhares preocupados, mas não tinham coragem e nem intimidade suficiente para perguntar se o rapaz estava bem.

Perfect de Ed Sheeran ecoava pela sala de música, a voz delicada e levemente rouca de uma das colegas de Milo soava como melodia a todos.

Não demorou muito para a aula acabar, um dos seus colegas, Marx lhe parou para lhe perguntar se o garoto estava bem, Milo apenas concordou com as cabeças nas nuvens.

— Todos estão dispensados, uma ótima semana para todos! — Laura disse sorridente a todos. — Milo espere por favor! Preciso falar com você.

Milo obedeceu observando e brincando com as cordas de uma guitarra, o som saindo divertido e um tanto confuso.

Laura esperou até que a última pessoa saísse, se certificando de estar a sós com o moreno. Puxou um banco para perto do rapaz, ficando frente a frente.

— Sempre costumo falar que meus alunos são como meus filhos, certo? — O rapaz assentiu se recordando das diversas vezes em que viu a mulher mencionar isso em sala. — E então me preocupa ver quando alguém não está bem.

— Senhora… e-eu estou bem. Eu lhe prometo que o imprevisto de hoje não irá acontecer novamente. — O rapaz gaguejou algumas vezes, engolindo em seco. O nervosismo evidente em sua voz.

— Não acredito que ache que estou brava contigo — Balançou a cabeça em negação e sorriu levemente.

— A senhora não está?

— Nunca estaria, aliás seria rude da minha parte. Eu estou preocupada com você.

Os olhos esboçaram sinceridade e honestidade, aquilo fez com que transmitisse confiança ao moreno.

— Estou apenas preocupado, eu não ando falando direito com alguém desde uma situação específica ocorreu.

— Quer falar sobre isso? Eu não quero lhe pressionar, querido.

— Não tudo bem, a senhora realmente se importa e conversar sempre é bom? Bárbara sempre me diz isso.

— E vejo que ela está certa.

— Nós decidimos sair e acabou rolando um clima e essa pessoa me beijou, mas desde então não falamos sobre isso. — O olhar de Milo caiu para seus pés, brincando com os seus dedos da mão.

Laura fingiu surpresa, mas no fim de tudo ela já sabia quem era. Na verdade, ela sempre soube a tensão que pairava sobre os dois, mas nunca ousou a falar sobre nada. Sentia que eles mesmo deveriam desfrutar da descoberta.

— Já buscou tentar falar sobre isso com ele? Que isso lhe incomoda.

— Não… tenho medo que piore a situação.

— É Olivier não? — Ela não perguntou apenas afirmou, mas mesmo assim o rapaz assentiu. — Não acho que ele ficaria chateado ou algo do tipo, ele gostaria de ver suas sinceridade.

— Mas e se for nada? Se aquele beijo não significar nada.

Ela riu e o rapaz a olhou confuso e então ela fez com ele olhasse para ela, segurou em seus ombros dando um leve aperto.

— Aí meu querido, você faz ser algo. — Disse ela com confiança — Mas tenho certeza que esse não é seu caso.

Eles conversaram por alguns momentos e a conversa realmente o acalmou, sendo invadido pela sensação nova de ter uma figura maternal em sua vida.