Noite de jogos

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Fazia um tempo que eles não saiam todos juntos, na maior parte do tempo, eles evitavam gastar dinheiro com coisas bobas, tudo isso para ser possível prosseguir com um sonho.

Mas hoje, neste momento, não era preciso, uma vez não iria fazer falta.

Bartô além de amar a pescaria também amava armas, apesar de possuir essa apreciação nunca teve a oportunidade de vê-las ou aprender usá-las.

Bárbara e Milo viram nisso uma oportunidade para levá-lo para um estande de tiro, um que ficava alguns minutos dali.

Enquanto eles esperavam o instrutor retornar, observavam o local.

Milo olhou Bárbara que parecia fofa com um enorme abafador de ouvidos, provavelmente sem ouvir quase nada, já que além do abafador de barulhos do procedimento ela usava mais um para evitar uma crise.

Todo cuidado era necessário, não queriam que a menina passasse mal.

Bartô abraçou a menina, a qual ele considerava praticamente sua filha, a olhou buscando achar alguma inquietação ou incômodo, mas ela lhe parevia bem.

— Está tudo bem, querida? Nós podemos ir a outro lugar caso não se sinta bem. — Disse encarando os olhos dourados de Bárbara.

— Não, eu me sinto bem. Estamos aqui para nos divertirmos, certo? E de qualquer maneira, os abafadores devem fazer efeito.

— Não exite em nos contar se não se sentir bem, Babs.

Ela assentiu e o instrutor logo apareceu com o material necessário, Milo encarou as armas sem saber quais eram, enquanto isso Bartô a reconhecia de longe.

O mais velho falava que ela era boa, se era para tirar de perto ou de longe, todas as informações que ele achava que era importante ressaltar.

Bárbara olhou meio decepcionada com a arma, ela queria algo maior.... Mas no final deu de ombros e pegou de qualquer jeito.

O instrutor lhe mostrou como recarregar a arma e como atirar, como cada coisinha funcionava.

Eles passaram um tempo atirando buscando aprender como mexer com tudo até que pegaram jeito.

— Vocês já devem ter escutado isso de mim, mas eu quero que saibam que eu estou orgulhoso de vocês. — Bartô disse meio gritandinho, não ciente de seus gritos.

Os dois olharam para o mais velho e recarrega a arma, descartando o cartucho usado.

— Veja para vocês dois! Tão crescidos! Me lembro de vê-los correndo e brincando pela casa como se fosse ontem e agora ambos estão prestes a conseguir seus sonhos.

Na voz expressava claramente seu orgulho e admiração, a recordação também era grande em sua mente as mil memórias aparecendo.

— Minha filha está namorando, uma pessoa maravilhosa por sinal e meu filho.... Espero que ele lhe peça logo. 

Bárbara sorriu e riu do moreno que apenas mirou o alvo com precisão, ignorando o riso da mulher de cabelos dourados.

— O que eu quero dizer é que estou muito feliz e orgulhoso vendo isso tudo.

— Eu que tenho que lhe agradecer e estar orgulhosa de você! Você me acolheu quando o mundo me virou as costas e apesar com pouco que tinha me fez de mim sua filha.

— Você até mesmo lutou com Dona Lívia por Bárbara, lembra? Boatos que ela sente remorso até hoje.

Os três riram ao se recordar, faziam alguns anos disso, mas ainda parecia algo tão recente e então naquele momento eles desejaram que o tempo passe mais devagar.

Mansão Florence - Barbelie e MilovierOnde histórias criam vida. Descubra agora