Amélie se sentou na poltrona de couro e olhou o local com atenção, já que lhe parecia diferente do que viu da última vez.
Não sabia dizer se a diferença era a mesa com papéis levemente bagunçados ou se era a cor das paredes em um tom de marrom.
— Minha filha! O que faz aqui? — Wanderley disse animado enquanto abria a porta, logo correndo para abraçar a mulher.
— Quem é vivo sempre aparece certo? E às vezes o conselho de um velho amigo pode vir a calhar.
O moreno arqueou as sobrancelhas como se tivesse intimidado, segurando o riso, a ousadia de Amélie era reconfortante.
— Estou levemente supondo que eu seja esse velho amigo….
— Talvez…. — A mulher alta deu de ombros rindo.
O moreno se sentou no sofá a frente da garota, eles estavam lugares invertidos, Amélie era a que deveria estar no sofá e ele na poltrona, mas no fim tudo se sucederia de acordo com a Amélie.
— As vezes e nem precisa ser no silêncio da noite, eu fico pensando da onde sugiram os boatos de que sou um velho.
— Certamente, um senhor de idade careca e baiano e de coração bondoso — Apontava conforme as características — Creio que isso é o suficiente para concluirmos.
— Eu tenho apenas 32, mas vocês simplesmente cismaram que eu tenho 84 — Wanderley disse rindo — Você acredita que conseguiram fazer com que um dos meus pacientes acreditasse que eu tinha essa idade?
A mulher caiu em gargalhadas, aquilo fez até sua barriga doer e seus olhos lacrimejarem.
— Sério, foi o Miles da sua sala.
— Aquele panaca, eu preciso fazer amizade com ele. Aparentemente temos o mesmo o humor — Limpou as lágrimas.
Wanderley sorriu orgulhoso, mas ele precisava ir direto ao assunto, aliás eles não tinham muito tempo, já que essa era uma consulta marcada de última hora.
— Voltando ao assunto principal, o que fazemos aqui? — Ele disse endireitando os óculos de leitura — Suas consultas são sempre inesperadas eu sei, eu me lembro da primeira vez em que apareceu aqui.
— Eu te chamei de velho teimoso…. Quando na verdade a única teimosa era eu e mesmo lhe dizendo palavras como essa, você persistiu e me ajudou — Coçou a nuca em preocupação — Eu estava confusa naquele dia.
— Eu sei, eu faria isso denovo e denovo, quantas vezes for necessário. Pois esse é meu dever, ajudar o próximo.
— Sou grata a isso, se não fosse por você eu provavelmente teria perdido a cabeça.
— Mademoiselle Florence, não foi sua culpa e é totalmente plausível reagir daquele modo após descobrir uma traição.
Amélie balançou a cabeça concordando e buscando fugir dos seus pensamentos que a memória a levava.
— Eu não vim para me recordar disso
— Sim, eu sei, você veio por um conselho — O mais velho disse pegando um pote que continha vários chocolates e oferecendo para a menina.
— Sou todo ouvidos.A mulher pegou um dos chocolates e abriu a embalagem com cuidado para não derrubar em lugar algum, pegou um pedaço e o levou a boca buscando reorganizar seus pensamentos.
— Eu estou com uns pensamentos por esses últimos dias e ele tem me atormentando de tal maneira.
— Isso não me parece bom, pensamentos invasivos.
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Mansão Florence - Barbelie e Milovier
FanfictionBárbara e Milo sempre sonharam em fazer um intercâmbio em Paris, e um dia qualquer recebem uma oportunidade de ir. Onde os Florence's são a host family do casal de amigos. Barbelie e Milovier. 🏆 1° em #Miguel Castello 08/01/2023