Adeus...

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Dizem que a maior dor de um amor é quando a uma traição, mas para Amélie não era isso e de fato não seria.

Amélie era uma pessoa experiente quando se tratava de relacionamentos e todos haviam levado finais diferentes. Cada um de uma forma única.

Seu penúltimo relacionamento terminado pela traição, até aí a mulher havia se convencido que essa era a maior dor.

Mas agora vendo seu relacionamento atual, ela havia descoberto que isso não era nada comparado ao último e nem aos outros antes.

A maior dor era ver seu relacionamento desandar pouco a pouco, vê-los desandar e se tornaram uma bagunça.

Principalmente um amor que era algo tão vivo e adocicado, bem que dizem que as aparências enganam, seu relacionamento havia ido por água abaixo.

E ela não sabia informar o momento em que isso ocorreu, nem sequer sabia dizer o que havia feito para se afastar da namorada.

Para alguns poderia se dizer que as duas estavam em duas páginas diferentes, uma queria o mundo e a outra queria o lar.

Mas o principal do amor é que amar é deixar ir se… prender o outro ao teu lado não irá fazer se sentir mais amado somente irá se enganar.

É claro que Amélie queria Bárbara ao seu lado pela eternidade, assim como queria que o peito de Bárbara gritasse seu nome…

Mas a verdade é que seu peito sussurrava seu nome tão baixo em um fio de voz tão fraco como o vidro fino.

Vidro fino… fácil de ser quebrado, mas que é capaz de lhe perfurar a pele e causar dor.

E como isso doía, todas as promessas infundadas e as carícias trocadas, Amélie queria poder fingir que tudo aquilo era melhor para elas, mas sabia que no fundo não era bem assim.

Às lembranças eram como mil facas pontiagudas no peito de Amélie, mas a francesa como toda a dor não demonstrava aquilo.

Mesmo em silêncio sentada no chão do seu antigo quarto, com a mulher de cabelos dourados ao seu lado. A cabeça de Bárbara sob o ombro de Amélie, um sorriso animado no rosto da mais nova.

Elas dobravam as roupas e as colocavam na mala roxa com diversas flores brancas, na mala grande havia diversas roupas e coisas que tinha adquirido no decorrer dos anos aqui na França.

Uma pelúcia fofa estava junto às roupas escondidas sob as camadas de roupas de modo desajeitado, era a pelúcia que Amélie havia conseguido para a outra mulher no parque de diversão.

— Melie? — Sussurrou a menina de cabelos dourados, um sorriso doce no rosto — Eu te amo, anjinho.

Aquele sorriso adocicado a matou um pouco mais, saber que não veria mais aquele rosto durante os dias doía.

Eram três anos… acordando e vendo aquele rosto todos os dias, a primeira coisa para ver ao acordar.

— Eu a amo mais, minha Babs! — Sua voz soou fraca e baixa — mon bel ange.

O peito doía e as lágrimas se seguravam nos cantos dos castanhos de Amélie, Bárbara beijou o ombro desnudo.

Pouco a pouco o quarto ganhava a sensação de vazio e se tornava o mesmo de quando Bárbara havia chegado, vazio e sem vida, apenas com vagas lembranças da infância de Amélie.

Sem o vaso com flores, não havia livros sobre botânica ou coisa do tipo, as roupas coloridas haviam sumido….

E tudo havia se tornado uma lembrança da mente de Amélie, as únicas coisas que permaneciam era o varal com as polaróides que Amélie e Bárbara haviam tirado.

Mansão Florence - Barbelie e MilovierOnde histórias criam vida. Descubra agora