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P.O.V GalNão sabia porque gostava tanto de observar aquele garoto, ok, ele sabia sim, os músculos eram muito chamativos, era bonito, mas sempre via ele usando máscara, tudo bem que todos estavam vacinados, ele era cuidadoso mas queria muito ver o resto do rosto que estava escondido ali.
Será que seus lábios eram grandes e perfeitamente formados, ou eram pequenos que poderiam parecer um biquinho?
E mais uma vez estava com os amigos, sentados no mesmo banquinho de sempre quando o viu, e estranhamente com a máscara para baixo, provavelmente tinha vindo correndo do ginásio para a cantina, aparecido.
- Olha só se não é o colírio do nosso querido Gal! - Henry perturbou dando um enorme sorriso.
- E que colírio hein... - Riu observando os passos dele e depois se voltou para a garrafa de água, a virando quase de uma vez.
- Pegaria? - Rana levantou as sobrancelhas e esperou pela resposta.
- Óbvio! - Ouviu todos ao seu redor gargalharem alto e lhe chacoalharem, continuaram numa conversa fiada até o horário de serem liberados, tinha que apresentar no dia seguinte então a professora acabou os liberando cedo pra que pudessem treinar, o professor de terça era muito rígido, nunca foi muito com a cara dele.
Deixou a case do violão sobre o chão enquanto pegava as partituras, virou o rosto por um segundo e percebeu o seu conhecido colírio se aproximando, e então em segundos sua camiseta foi segurada e suas costas batidas contra os armários, apertou as folhas assustado e as soltou logo depois.
- O que é que vocês ficam caçoando de mim hein? - Ele perguntou nervoso e olhando nos seus olhos, assustado com o ataque, retrucou de volta.
- Qual é o seu problema hein, tá maluco de sair empurrando os outros do nada? - Tentou empurra-lo mas ele mal se mexeu.
- O QUÊ VOCÊS FICAM FALANDO DE MIM, ME DIZ LOGO! - Ele te bateu novamente no armário, sem saber o que fazer, falou a verdade.
- SÓ FALEI QUE VOCÊ ERA BONITO SEU IDIOTA, ME SOLTA OU VOU TE DENUNCIAR NA COORDENAÇÃO! - Se chacoalhou para se soltar das mãos dele mas ele segurou mais forte tentando manter seu corpo parado, arregalou os olhos e parou apertando as mãos dele, estava começando a ter dificuldades pra respirar - Me solta! - Falou com um pouco de dificuldade e então ele pareceu acordar de um transe.
- Meu Deus me desculpa! - Ele se afastou alguns passos e observando você se atirando de joelhos no chão após uma respirada funda, tentando desamassar as folhas com desespero.
- Merda, merda, merda! - Limpou o rosto sem reação e ainda ofegante, o professor ia mata-lo se aparecesse no outro dia com essas folhas amassadas, estava muito fodido.
- Vocês estavam sempre rindo! - O outro ainda estava ali, o olhando completamente surpreso.
- Ah garoto vê se cresce, isso aqui não é ensino médio não! - Rosnou para ele colocando as folhas dentro da mochila e procurando por sua carteira com as mãos começando a ficarem trêmulas.
- Como é que eu poderia saber com você me olhando igual um psicopata todos os dias! - Ele rosnou de volta enquanto observava você agarrar a case do violão e sair muito nervoso do corredor.
- Olha aqui seu paranoico mimado...
- MIMADO? - Ele gritou desacreditado.
- É, vê se some da minha frente porque você já arruinou todo o meu trabalho, ok, se você é inocente demais pra conhecer o mundo dos adultos é melhor você começar a aprender a viver. - Se afastou dele e procurou Henry com os olhos, andando rapidamente na direção dele que não estava tão longe dali.
- Ora ora estava conversando com o seu crush? - Falou alto o suficiente de propósito e mordeu os lábios jogando a cabeça para o lado.
- Tô sem tempo pra brincadeiras porra, meu trabalho tá estragado e meu salário tá atrasado, por favor me empresta um pouco aí pra eu poder imprimir isso aqui de novo! - Mostrou o desastre das folhas e o outro começou a rir na sua frente.
- VIADO O ALVARO VAI TE MATAR SE VER ISSO! - E gargalhando muito ele tirou a carteira e lhe dando uma nota de vinte, agradeceu rápido e correu para o bloco de Letras para imprimir as folhas que haviam sido amassadas, podia estar odiando com todas as suas forças a merda que aquele idiota havia feito com o trabalho que havia preparado a dias, mas o fato dele estar corado com sua resposta te surpreendeu pra caralho.
E aquelas mãos enormes estavam em seu peito, aquilo havia claramente o assustado, mas não era a primeira vez que acontecia então já estava acostumado, o fogo da raiva passaria e ele se lembraria várias vezes daquele rostinho totalmente confuso ao ouvir que era bonito, e se lembraria também daquela cicatriz que estava localizada na bochecha dele, finalmente havia conhecido o rosto dele de bem perto, e tinha sido muito, muito interessante.
- Desgraçado, mas um desgraçado gostoso e com uma cicatriz na cara! - Falou arrumando as folhas finalmente em uma pasta que ganhou de Dante após chegar na República e ver que Henry já tinha contado todos os acontecimentos como se fosse a própria gazeta de comunicação, o loiro apareceu na sua porta com a pasta e cruzou os braços.
- Cicatriz onde? - Uma das sobrancelhas dele estava levantada, ele era muito reservado e chegava a ser estranho ele ter interesse nesse assunto em específico, não era conhecido por ser fofoqueiro como Henry.
- Na bochecha, ele me deixou sem ar depois de me empurrar naquele armário! - Deu uma risada desdenhosa - Se fosse em outra situação eu teria adorado, filho da puta. - Olhou para o outro que estava apoiado no portal com a mão na cintura.
- Quem te bateu foi o Joui, da educação física? - Ele estava muito curioso e chocado, deu de ombros ao responder.
- Esse é o nome dele, é? - Arrumou o material e pegou o celular - Valeu pela pasta, depois te devolvo!
- Pode ficar, eu tenho uma já! - Ele olhava pro nada, perdido em seus próprios pensamentos - Gente mas o Joui é tão calmo. - Ele pensou alto cruzando os braços.
- Ele me chamou de psicopata também! - Se jogou na minúscula cama e resmungou - Eu nem tava olhando esse doido assim, só achei ele bonito, como pode ser tão besta a esse ponto, credo! - Pegou uma meia e atirou na direção de Gaspar - Você tá sabendo demais da minha vida hein, balanceia isso, quem é o cara que você tá saindo?
- O QUÊ? - Ele arrumou os óculos após o acerto em cheio na cara dele.
- Ele sempre vem te buscar de carro, eu já vi, vai fala logo! - Revirou os olhos quando ele atirou a meia de volta na sua cara e a segurou no meio do caminho
- O Henry falou que teve que te emprestar dinheiro pra poder imprimir de novo as folhas, atrasaram seu salário de novo? - Ele perguntou colocando o cabelo atrás da orelha.
- Não muda de assunto da pergunta! - Reclamou e ele entrou pra dentro de seu quarto e fechou a porta.
- Fala com o Arnaldo! - Ele sentou na beirada da cama.
- Não preciso de caridade! - Reclamou vendo ele apertar os lábios e revirar os olhos.
- Você mora na república oferecida pelo orfanato e que o Arnaldo conseguiu pra gente! - Ele cutucou sua canela e olhou ao redor - Você não precisa ficar apreensivo, ele vai te ajudar no que puder.
- Igual faz com você? - Desdenhou se virando de costas pra ele, ignorando o que falava.
- Igual ele faz com todo mundo aqui, Gal! - Falou como se fosse óbvio.
- Nem todos tem a sorte de serem os verdadeiros preferidos Gaspar! - Recebeu um tapa - Dante, serem os preferidos Dante! - Corrigiu sem ânimo.
- Pensa melhor nisso tá, não se preocupa, sua apresentação vai ir bem, se seu professor for um grande bosta a gente faz uma noite de porcarias a noite!
- Vai ter lanche e doce? - Olhou pra ele tentando esconder a vontade.
- Vai! - Ele riu saindo do quarto - Tchau!
- Tchau! - Suspirou se alongando e observando o violão, se levantou da cama e o pegou, abriu a pasta que havia ganhado e apoiou na parede, começando a treinar para a apresentação, lembrando de mais cedo e ficando bravo - Filho da puta! - Chegou no meio da música e se arrumou melhor na cama para segurar o violão - Como que pode ser tão gostoso e tão desgraçado hein?!
- Sua chave! - Ouviu Dante falar atrás de você e deu um grito muito fino e surpreso - Desculpa, esqueci de entregar, tchau!
- PORRA DANTE! - Gritou assustado vendo ele sair correndo de seu quarto e indo para o dele - NÃO FAZ MAIS ISSO!
- CALA BOCA! - Ouviu Rana gritar do próprio quarto, trancou a porta e voltou a ensaiar até estar morrendo de sono.
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Ꭺꭲꭲꭱꭺꮯꭲꮖꮩꭼ • GalJoui ShortFic
FanfictionOnde o estudante de música observa várias vezes um ginasta muito interessante. Ou Onde o estudante de educação física descobre que o cabeludo do outro bloco mexe demais com a sua cabeça. Os personagens pertencem a série de RPG Ordem Paranormal, some...