| Sou Eu |

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Se olhava no espelho e dava pulinhos animados, chacoalhando os braços e com um enorme sorriso no rosto, era dia de festa, e era festa fantasia.
- Está tudo bem? - Dante bateu na porta, ficando admirado com sua empolgação - Pelo visto está! Amei sua roupa.
- Estou parecendo um espião não é? Ou alguém de Matrix! - Se olhou novamente no espelho e abriu os braços, muito animado.
- Eu só sou um fazendeiro! - Viu ele pegar o celular e olhar o horário - Nove horas.
- Daqui a pouco eu vou com o Henry de Uber! - Arrumou os cabelos e caminhou até a cama e se sentou.
- Gal! - A voz de Dante ficou séria - O Léo apareceu aqui não é?
- O Joui te contou? - Arqueou as sobrancelhas.
- Sim, ele contou, mas porque estava preocupado se o Léo era alguém muito ruim, eu só confirmei! - Ele deu de ombros com um sorriso.
- Mas ele não é tão ruim assim!
- Gal! - Ele tirou os olhos do celular.
- Eu odeio ele, mas ele era meu melhor amigo! - Tentou explicar e viu o rosto de Dante ficar muito sério.
- Gal ele bateu em você, bons amigos não fazem isso, namorados jamais deveriam fazer isso, vocês brigavam o tempo todo, isso não é um relacionamento saudável! - Ele segurou seu rosto e apertou suas bochechas.
- Relacionamento saudável parece mito hoje em dia! - Revirou os olhos e o rosto de Joui apareceu em sua mente, fazendo com que seu humor mudasse quase que imediatamente.
- Tenta a sorte com o Joui, ele cozinha bem demais, e eu conheço muito bem sua fama de pular todas as refeições possíveis. - Não conseguiu segurar a risada e se juntou a ele, que recebeu uma ligação de Joui na mesma hora - Viu, isso com certeza é um sinal!
- Não é não! - Disse vendo ele atender o celular.
- Oi Joui, tudo certo?
- O Arthur tá se arrumando e perguntou se já pode ir aí te buscar de moto! - Ouviu a voz do asiático sair baixinho do celular, se aproximando bem devagarinho do loiro para poder escutar a conversa.
- Ah, claro... - Antes mesmo de Dante conseguir terminar sua frase, a porta do quarto foi aberta com força e Henry apareceu com uma garrafa de vodka na mão.
- GAL EU ARRANJEI CARONA PRA GENTE! - Ele sorriu para os dois mostrando já ter começado a farra na pensão.
- Carona com quem? - Dante ouviu a voz no celular muito curiosa e resolveu perguntar para Henry.
- O LEONARDO, PEGA SUAS COISAS QUE ELE JÁ TÁ VINDO! - Henry saiu antes que pudesse dar uma resposta sensata, mas então viu Dante afastar o celular do ouvido no susto e a voz robótica do asiático ficar bem audível.
- LEONARDO COISA NENHUMA QUEM VAI BUSCAR VOCÊS SOU EU! - E a chamada foi desligada abruptamente, deixando os dois parados enquanto remoíam a informação.
- HENRY ELE ESTAVA PROIBIDO DE ENTRAR AQUI, COMO É QUE VOCÊ ME DIZ UMA COISA DESSAS! - Dante saiu de seu quarto e acabou por acompanhá-lo até o pátio, onde gritava com Henry.
- Dante, acho que tem alguns alunos dormindo! - Avisou observando o tom dele se abaixando até ficar mais tolerável, mas ainda estava muito bravo.
- Essa proibição é uma falta do que fazer, ele não fez nada, não é Rana? - O baixinho se virou pra ela que negou.
- Ele bateu no Gal, foi expulso por que quebrou as regras do dormitório! - Ela explicou com calma.
- Mas você vai pegar carona com a gente, porque está acusando ele então? - Henry se aproximou dela e foi segurado por Dante.
- Para Henry, agora! - Olhando a cena talvez Dante deveria ter escolhido outra fantasia, estava tão bravo que não parecia um cowboy fofinho - Ele bateu no Gal, seu amigo, você deveria entender que é proibido ele ENTRAR aqui, e agora tá indo pra cima da Rana, quer ser expulso daqui também? - O baixinho empurrou a mão de Dante com raiva e se afastou, indo em direção ao próprio quarto, sendo seguido por Rana.
- Perdi totalmente o clima da festa! - Disse coçando a nuca e vendo alguns outros alunos os olhando após a briga - Que caralho hein!
- Mas achei que tinha me prometido uma coisa hoje! - Ouviu a voz se aproximando de você e se virou com um dos maiores sorrisos que tinha, não conseguiu evitar.
- JOUI! - Abraçou ele com muita força, vendo ele rir em resposta e depois ficar muito chocado - Como chegou tão rápido?
- Eles moram perto daqui! - Dante correu até ele e o abraçou também - Não vai levar uma multa por ter furado todos os sinais? - Todos riram e Joui negou, observando Gal.
- Acho que o destino estava ao meu favor, estavam todos abertos! - Arregalou os olhos e olhou para Dante, que já havia sumido de sua vista.
- Ué? - Olhou em volta a procura dele e Joui afagou seus cabelos.
- Ele foi buscar as coisas dele! - O mais alto explicou e então resolveu pegar as suas também, afinal agora Joui era sua carona e não precisaria mais dividir um Uber.
- Quer ir comigo pegar as minhas? - Perguntou parando um pouco afastado de sua porta, o vendo concordar - Não é muita coisa então não vai precisar carregar nada!
- Eu sei, gosto de te acompanhar nos lugares por causa da sua companhia mesmo! - Ele falou inocentemente, fazendo com que empacasse ao abrir a porta e se atropelassem sem querer.
- Aqui! - Falou rápido, pegando sua mochila e colocando no ombro, observando tudo dentro para ter certeza que estava tudo certo - Pulseira, dinheiro, documentos, cigarro...
- Como é? - Joui arregalou os olhos e tirou o cigarro de sua bolsa e o jogou do outro lado do quarto.
- VOCÊ ENLOUQUECEU? - Ficou sem reação observando o Jouki fechar a cara e fazer um bico.
- Não vou deixar você morrer de câncer antes de chegar aos quarenta! - Ele se aproximou.
- E se eu quiser morrer? - Cruzou os braços ainda chocado com a atitude repentina.
- Vou fazer você mudar de ideia! - Ele falou, perto o suficiente para sentir a respiração dele em seu rosto, e pra piorar, ele estava segurando a gola de seu cardigã, se tivesse mais três segundos de coragem a porta de seu quarto agora estaria trancada, possivelmente teria pulado sobre o colo dele e ficariam nus em tempo recorde, e estava prestes a acontecer até que - Ei... por favor mude de ideia!
- Isso é chantagem! - Ele se aproximava cada vez mais de seus lábios, arrastando os dele por sua bochecha, fechou os olhos e suspirou - Joui...
- Tô pronto! - A voz empata foda avisou da porta, percebendo o que estava acontecendo e se envergonhando imediatamente - Ah.. eu, eu acho que esqueci uma coisa, eu... - Dante levantou um dedo, parecendo um verdadeiro pimentão e então saiu correndo, o que facilitou em perceber pela porta aberta quem havia acabado de chegar.
- Léo. - Falou sem pensar, Joui apenas olhou para trás com insignificância e segurou sua mão.
- Tá tudo aí? Suas chaves?
- Estão! - Respondeu com dificuldade, ainda tentando se lembrar de como andava, cambaleando até a porta e a trancando, infelizmente pelo lado de fora dessa vez, vendo um Dante parado esperando ao lado do pilar do pátio.
- Vamos! - Joui te puxou pela mão, o guiando levemente aos tropeços para o carro, recebendo um olhar de Léo ao passar, fechou a cara e ele desviou o olhar para Henry, com todos já acomodados no carro, Joui deu partida.
- Será que vai ficar frio de madrugada? - Dante falou pegando o celular.
- Eu já estou de manga longa! - Retrucou com um sorriso, observando o caminho.
- Com quem vocês vão voltar? - Joui perguntou após um longo período de silêncio de todos, vendo os outros dois não se preocupando muito.
- Eu vou pra casa do Arthur! - Dante mexia no celular com um sorrisinho, provavelmente conversando com o próprio Arthur.
- Eu vou voltar de Uber, posso dividir com alguém do orfanato! - Viu ele confirmar com a cabeça a contra gosto - Mas tudo bem se você quiser me levar também! - E lá estava aquele sorriso de quem parecia ter vencido uma batalha com um enorme dragão, totalmente vitorioso.
- Tudo bem!

Ꭺꭲꭲꭱꭺꮯꭲꮖꮩꭼ • GalJoui ShortFicOnde histórias criam vida. Descubra agora