capítulo 10

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Elise

Ele caminha em direção as grades, seus passos são firmes ele transmite um ar de presunçoso.

Já dentro da cela, ele se abaixa encaixando a chave para me soltar, não tiro meus olhos dele,  em momento algum atenta em seus movimentos ágeis.

Quando finalmente as correntes se soltam e se chocam no chão. Sinto um grande alívio.

- Levanta

Sua voz grossa e áspera me atingem como uma rajada de ar frio.
Me levanto, meu tornozelo até a extensão dos dedos dos pés estão dormentes.

Ele está passando pelas as grades, não sei se devo seguir ele? Ou esperar ele falar alguma coisa?

- Vem logo garota, não tenho o tempo todo.

Ele diz sem delongas, com as mãos dentro do bolso do seu moletom preto, ele se vira indo para a escada

Começamos subir a escada. Avistei uma pequena fresta na porta entreaberta, adentrando uma claridade fraca.

Uma sensação inebriante inavadi o  meu corpo. A adrenalina corre pelas as minhas veias

Não escuto os nossos passos, o único som que ouço é os meus batimentos cardíacos.

Se acalme Elise

Repito isso diversas vezes conforme cada passo mas próximo da porta.

Saio do meu transe quando bato em algo robusto.
Olho para cima e pisco algumas vezes quando percebo que trombei no ser á minha frente  ou melhor em alguém.

Estava tão focada na minha saída desse porão assustador que esqueci que tinha alguém na frente.

- Me desculpe, não foi a minha intenção. Múrmuro

Ele solta um grunhido

- Preste atenção.

Dou dois passos para trás. Ainda virando de costa ele puxa a porta e para na minha frente após alguns segundos ele passa por ela. Engulo em seco e dou um passo para frente, uma claridade me atinge em cheio.

Como senti saudade da luz, aquele porão era tão escuro que tinha me esquecido como era sentir a luz em minha pele, em cada molécula, em cada átomo, não sabia que estava com tanta saudade da luz. Até senti-lá.
Deixo um pequeno sorriso escapar dos meus lábios conforme subo os dois últimos degraus. Quando os meus pés tocam o chão frio um arrepio percorre o meu corpo.

Exalo o ar profundamente sentindo o ar limpo e leve chegarem no meus pulmões. Fecho os olhos aproveitando o momento.

Como isso é bom.

Abro meus olhos devagar, olhando ao redor.  Parece ser uma cabana um pouco grande, rústica e moderna.

Volto meu olhar para a estátua me observando cautelosamente.
Não havia notado que os seus olhos são verdes, a escuridão do porão não me permitia enxergar muita coisa.

Olhos dele me lembram a natureza e de certo modo me transmite equilíbrio.
Dizem que os olhos são o espelho da alma. E o seu olhar me parece uma luz apagada que perdeu a alma no caminho.  Os seus olhos parecem uma obra de arte, que carrega tristeza no olhar

Seus olhos cor de mata, profundos, incógnitos e misterioso e as vezes cor de lago, raso, superficial e inexpressivos

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Seus olhos cor de mata, profundos, incógnitos e misterioso e as vezes cor de lago, raso, superficial e inexpressivos

Desvio o meu olhar dele, me senti um pouco desconfortável e intimidada, de alguma maneira os meus pés se tornaram o meu foco.

Droga eu deveria falar alguma coisa?

- Bem
Sou interrompida

Quando chegar quero tudo limpo e o jantar pronto, não coma nada até eu chegar

Dirijo meu olhar á ele

- Não pense entrar no meu quarto ratinha, não gosto quando me desobedecem

A sua voz é gutural

- A... aonde fica os produtos de limpeza?

Ele aponta com a cabeça para o andar de cima

- terceira porta na esquerda.

Dito isso ele vai até a porta de entrada, ele pega as chaves que soltam os cadeados e alguns trincos.

Minha vontade era de correr até aquela porta e correr sem parar, mais não vou tomar nenhuma decisão imprudente

Antes de fechar a porta ele olha por cima do ombro.

- Não pense em fugir ratinha, se não terei que te mostrar o caminho para o inferno.

Essas palavras me causam um choque no meu sistema nervoso.

Quando ele sai pela porta, solto todo ar entalado na minha garganta. 
Me mostrar o caminho para o inferno?

Merda merda essas palavras me deixam desnorteada.

Ouço o barulho dele trancando a porta, séria impossível conseguir abrir essa porta sem as chaves.

As lágrimas insisti em cair, não vou desistir agora.

Se concentre Elise.

Engulo o choro, começo a dar passos determinados e começo a minha procura por qualquer coisa que me ajude.

Liberdade CorrompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora