capítulo 18

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Elise:

Me sinto como um zumbi, perambulando pelo o porão até onde a corrente permite, não sei quanto tempo se passaram, a penumbra é tão intensa que não sei distinguir quando é noite ou dia. As vezes sinto que estou delirando e parece que não estou sozinha.
Para evitar essa sensação, permaneço sempre deitada de olhos bem fechados, evitando os os sons que não sei a origem até que a única coisa que eu escute é a minha própria respiração lenta.
Passo a maior parte do tempo dormindo, tentando ignora o medo, a fome, a sede e principalmente o frio que se instalou.

Não o vi mais, e agradeço por isso. Tento ignorar com todas as minhas forças, mas as vezes o seu rosto me vem a mente e sinto raiva, muita raiva. Mas não posso negar o quanto ele é bonito.

Presa em pensamentos e me questionando, me viro no colchão sentindo a parede gelada em contato com a minha pele e arrepios percorre pela a minha espinha, o inverno vem chegando cada dia mais rigoroso. Irei morrer de frio e fome nesse porão.

Elevo as minhas mãos em forma de concha ao peito, tentando me aquecer, não estou me sentindo bem á dias.
Minha garganta raspa e sinto um frio que faz meus ossos tremerem, meus olhos pesam e por fim apago.

Não sei ao certo quando tempo se passaram, porém o barulho das correntes e o ranger da porta me despertam

Estremeço.

O frio continua, mas de uma forma avassaladora.

- Por céus. Que não seja ele. Sussuro à mim mesma, mesmo sendo impossível.

Ou poderia ser autoridades? Talvez eles me em encontram.

A esperança se arraste pela as minhas veias a sensação de liberdade começa a me preencher.

Não escuto nada além de uma respiração pesada. Esse simples detalhe é o fim da linha momentânea felicidade.

Tento ignorar a sua presença e permaneço deitada, fingindo que estou dormindo.

Seus passos pesados, me deixam em sinal de alerta e uma tremedeira inacessível toma conta.

Seus passos cessam, sua respiração ofegante preenche o lugar e parece que ele está perto, muito próximo.

Uma pequena claridade penetra o porão e sei que ele acendeu a luz.

Não quero olhar para ele, não quero olhar para ele.

- Sei que está acordada. Sua voz áspera e grossa me assusta e um suspiro trêmula escapa, lentamente me viro para ele.
Não olho, com pouca força que me resta me sento no colchão.

Um calafrio me atinge, levando em conta os dias que estou aqui sem comida e água, acho posso desmaiar a qualquer instante.

Levanto a minha cabeça e o encara-ló.

Me assusto com o que vejo. Seu moletom cinza machado com sangue, muito sangue, a máscara está em seu rosto e... e está salpicada com sangue.

Está cena e o cheiro metálico do sangue me deixam desnorteada.

Sinto meu estômago embrulhar e a vontade de vomitar o nada que há no meus estômago é imensa, minha mente fica a mil e me esforço para me matar acordada.

O que esse homem fez?

Os meus pensamentos rodeiam pela a minha mente e as hipóteses me atormentam.

Não consigo tirar meus olhos dele, uma vontade enorme de socá-lo.

- Levanta logo. Diz conforme se levanta e jogando a corrente em um canto qualquer do porão.

Liberdade CorrompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora