capítulo 11

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Stefan

Mas que droga não acredito nessa porra, meus pés apertam com mais força o acelerador do carro, seguro o volante com tanta força que meus dedos estão brancos.

- Porra!!! Que merda aquela garota tem?

Paro o carro brutalmente. Tento regular a minha respiração, preciso saber mais dessa garota, olho o meu relógio marcando 21h e ligo o carro indo para a cabana.

Hoje mais cedo quando a Elise e o seu pequeno corpo tombou em mim, senti uma agitação, como se fosse um leve e morno choque elétrico, com o seu pequeno e inusitado toque o calor me envolveu não sabia que estava com frio até o seu calor me envolver. Isso nunca me ocorreu, antes sempre evitava o máximo que podia qualquer contato físico mais por força maior em alguns situações era inevitável. Tenho desejos carnais.

E o pior é que a maltrapilha é bonita.

Uma sensação inebriante toma conta de mim. Eu quero ver ela.

- Vamos ver logo a nossa garota. A maldita voz se manifesta

- Silêncio.

Dou meia volta com o carro, não posso ver ela nesse estado que me encontro. Preciso aliviar meu estresse. Hoje terá o tal evento da cidade uma bela oportunidade para me saciar. Quem será a minha próxima vítima? Ligo o rádio do carro que logo começa a tocar Wires the neighbourhood.

As ruas da cidade estão sem movimentação, a cidade inteira está nesse evento. Literalmente, observo a poucas quadras de distância o aglomerado de pessoas sorrindo e conversando entre si, o barulho da música é o mais deprimente disso tudo. Paro o carro.

- Que puta mal gosto.

Esses são alguns dos motivos que geralmente recuso esses tipo de evento. Acendo um cigarro olhando para as pessoas caçando o meu alvo.

Se não fosse pelo o que sou agora, eu poderia ser uma pessoa normal? Poderia conversar com as pessoas sem ter uma vontade imensa de cortar a sua garganta? Poderia me olhar no espelho e não sentir um gosto azedo e amargo na língua sem sentir vontade de vomitar. Abaixo um pouco a janela e pela pequena fresta jogo o cigarro. Em alguns momentos da minha vida já cogitei que poderia ser amaldiçoado, porém isso é o que sou, isso corre pelo o meu sangue. Os seres humanos podem mudar frequentemente o seu fenótipo mais não podem mudar a sua genética, a sua essência.

Solto um suspiro cansado e arrastado.

Algumas risadas próximas chamam a minha atenção, abro os olhos e vejo um grupo de rapazes fumando e segurando uma garrafa com a sacola envolta escondendo o seu conteúdo, provavelmente alguma bebida alcoólica, parece que encontrei o meu alvo. Garotos burros, passam a garrafa de boca em boca, não consigo ouvir o assunto da conversa, observando cautelosamente os rapazes por mais alguns minutos, eles deveriam ter no mínimo 20 anos e no máximo 25, pelo visto eles terminaram a bebida jogando a garrafa no chão. Sem ética.
Os rapazes dão um toque com a mão  e batem ombro com ombro um nos outros, eles se dividem em 3 grupos cada um seguindo direções opostas, 2 dos rapazes passam pelo meu carro parado, espero eles se afastarem um pouco e saio do carro silenciosamente, sigo os rapazes que tropeçam nos próprio pés falando frivolidades, examino ao redor e não vejo nenhuma testemunha e nada de câmera, que negligência. Passamos por mais algumas quadras, eles entram em um beco que facilita muito.

É, o destino realmente está ao meu lado.

Eles continuam entrando nas profundezas do beco, a única coisa que ilumina esse beco é a lua, um barulho repentino chama a nossa atenção, parece vir atrás da lata de lixo, fixo o meu olhar na lata de lixo  que movimenta novamente e saí uma garota de cabelos escuros e olhos igualmente, a sua roupa está suja, aquilo nem poderia ser considerado de roupa e sim de retalhos

Liberdade CorrompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora