Capítulo 19

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Elise

Deitada no sofá olhando fixamente o teto, consigo ouvir o farfalhar das árvores.

Não consigo pensar em nada é, como se a minha mente estivesse em branco em uma névoa; densa e nebulosa. Direciono os meus olhos até o relógio que fica na parede, são 4h18 e não consigo dormir.

Me levanto e sento no sofá, jogo a coberta por cima dos ombros e suspiro.
Os olhos de Stefan não sai de minha mente, como se fosse um veneno iminente, inundando, manchando e machucando.

Tombo a cabeça pra trás. Me sinto melhor e aliviada não estou no porão que tanto me assusta e faz delirar. Estou aqui em cima, respirando ar limpo e sem corrente.

Sinto as mãos de Stefan em meu corpo, como uma lâmina, se não fosse por ele eu poderia estar em um estado deplorável ou até morta.

É engraçado pensar em como nossa vida pode mudar em questão de instantes; alguns meses atrás eu estava no orfanato, algumas semanas atrás na cafeteira de Marley e agora estou aqui esperando o novo dia e, que consigo traga novas chances.

Estou tão submersa em pensamentos que avisto a claridade do novo dia adentrando, desço do sofá meus pês tocam o chão gelado, fazendo arrepios percorre pelo meu corpo, caminho até onde se encontram as pequenas frestas e olho o céu entre as madeiras da janela.
Um violeta, com pequenas camadas de tom alaranjado predominam no céu.

Simplesmente lindo.

A ventania trás consigo o cheiro da folhagem úmida.

É, o novo dia começou.

É, o novo dia começou

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1 semana depois.

Se eu estiver certa, acredito que uma semana se passou.
Não o vi mais que duas vezes e, sempre que nos encontrávamos não trocávamos mais que palavras monossílabas.
Sempre dando ordens e mandando. É como se eu estivesse sozinha na cabana e é melhor assim, depois de limpar a cabana por inteira e preparar a comida, passo a maior parte do tempo desenhando e até escrevendo com o minúsculo lápis.

Faz uma semana que não durmo mais no porão fico aliviada por isso, estamos oficialmente no inverno. Puxo a manga da regata branca até os dedos, me levanto do chão e pego o meu desenho, observando os detalhes.
Desenhei a clareira, com o rio, o píer e o céu estrelado.
Foi uma noite inesperada, mas aquelas estrelas me fazem sonhar como se estivesse nas nuvens.

Ando até a janela da sala e pela as frestas olho o céu fechado e escuro, me pergunto quando começará a nevar. O inverno sempre me encantou, assim como todas as estações.

Olho o relógio que marca 18h00, observo novamente as árvores que tanto admiro.

Um barulho de motor me chama atenção, estreito os olhos e procuro a origem do som. Nunca fui boa em saber marca de carro, mas acredito que o carro que eu vi passando seja um impala preto.
Com o vidro da janela fechado, avistei o Stefan com o semblante fechado e com cigarro na boca.

Liberdade CorrompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora