Capítulo 16

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Elise

Quando entramos na cabana um alívio percorre meu corpo por inteiro, sinto meus membros por ora, relaxarem.
Me encolho por conta do frio e as minhas roupas molhadas não ajudam nem um pouco.

Sinto o meu corpo pesado, meus pulmões ardem e minha garganta com o gosto ácido, foi tudo tão rápido que por instantes achei que iria morrer. Se não fosse por Stefan... Eu estaria

Engulo em seco com o pensamento fúnebre que se apossa ao meu ser.

Meus olhos se erguer na altura da nuca de Stefan, seus cabelos úmidos, suas roupas encharcadas e a máscara em sua mão direita. É a primeira vez que o vi sem máscara, por conta da penumbra e as lágrimas que embaçava a minha visão não enxergava muito, mas, seus olhos destacam com brilho do luar, sua expressão indecifrável.

Pensamentos rodeiam pela a minha cabeça.
Stefan se vira e tenho uma bela visão do seu rosto, realmente uma bela visão, ele não é como pensei que seria. Não deformado ou alguma calamidade que poderia adquirir

Um par de olhos verde, tão magnífico encantadores e vazios ao mesmo tempo, sua pele levemente bronzeada, uma beleza realmente de se admirar.
Mas o que me chamou mais atenção foi uma cicatriz que começava no fim de sua bochecha esquerda que se arrastava até na metade de seu pescoço, uma cicatrizes espessa, meia rosada que se destacava em sua pele bronzeada.
Meus olhos percorrem seu rosto em cada detalhe, em cada mínimo detalhe.

Ele se aproxima em passos firmes e lentos como se eu fosse sua presa. Não me afasto permaneço no lugar, sua feição séria, lábios fechados em linha reta.

Seus passos ecoam pelo cômodo e fazem uma sintonia assustadora com meus batimentos cardíacos, abaixo meus olhos quando seu corpo robusto e alto passa por mim.

Respiro aliviada e abro os punhos que até então não sabia que estavam fechados. Escuto o barulho dos cadeados se fecharem atrás de mim e mordo a bochecha esquerda.

Preciso conquistar sua confiança, esse é o plano, já vi seu rosto isso é um grande passo, posso considerar uma grande Vitória, mesmo sendo em um momento imprevisível e mórbido.

- Obrigada. Sussuro quando me viro para ele, que se vira ao mesmo tempo sua expressão continua a mesma.
- Obrigada Stefan. Digo em tom baixo, se não fosse por ele, eu estaria lá embaixo empilhada junto com os sacos.

Stefan passa por mim, segue em rumo às escadas. Solto todo o ar acumulado e posso respirar tranquilamente.
Me arrasto até a cozinha e as lembranças dos lábios de Stefan se tocando com o meu, me deixam de pernas bambas, sento na cadeira e os tocos levelmente assustada. Ninguém nunca chegou tão perto assim, nunca permitir as pessoas chegarem tão perto, sempre estive na defensiva e evitava aproximação com medo de me machucar. No orfanato exigiam que fôssemos casca dura, mesmo no fundo sendo crianças machucadas e amarguradas.

Reprimo um espirro, e sinto meu corpo pesado, quero tanto trocar de roupa e me aquecer com uma caneca de chocolate quente. Lembro da primeira vez que tomei chocolate quente, foi um pouco depois da minha saída do orfanato, foi a melhor coisa que já provei. Um pequeno sorriso repuxa em meus lábios, reprimo outra espirro. Passo as minhas mãos no meu cabelo ensopado e tento me aquecer.

Tento não relembrar e não sentir, mas a sensação me sufoca tento lembrar de bons momentos mas não funciona a sensação da água sufocando, me afundando predomina em cada membro. Fechos meus olhos com força e seguro o balcão com força. Não vou deixar isso acontecer, um acontecimento mórbido me assombrar.

Escuto uma voz rouca e me assusto dando um pequeno pulo da cadeira.
Ele está com a máscara novamente

- último banheiro. Suas palavras são frias e cortantes, assenti e subi as escadas. O Segundo andar está frio e silencioso me apresso até o último banheiro e fecho a porta atrás de mim.

Liberdade CorrompidaOnde histórias criam vida. Descubra agora