7. Δάσκαλος

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Professor de literatura, Jeon Jungkook.

Histórico exemplar, uma lista de recomendações impressionante e considerado um dos melhores mentores da faculdade. Posso acrescentar na longa lista de qualidades que muitos alunos realmente ficavam na minha aula de debates sobre literatura e filosofia.

Poucas coisas podiam supreender minhas observações, estava sempre atento ao meu redor e as possibilidades que estavam em meu alcance. Dedicado e não importava o que, as coisas eram feitas a minha maneira dentro da sala de aula. E talvez, por isso fosse um grande professor; um notável professor.

Mas nada tinha me preparado para esse momento.

E consequentemente nenhum momento antes desse realmente importava.

Porque eu tinha beijado uma aluna.

Pior ainda tinha gostado bastante e até agora estava pensando no próximo encontro, mas bastou ouvir sua fala na sala cheia e pronto. A reconheci pela voz somente. A mesma voz que tinha sussurado em meu ouvido enquanto se movia em meu colo.

E seus belos olhos que carregavam todo mistério ao qual desejava loucamente desvendar ainda não tinham me visto, pois ainda que falasse para toda classe permanecia concentrada em seu caderno.

Como se o assunto não tivesse real importância.

Romeu e Julieta é uma história de amor — Outra aluna entoa aparentemente indignada.

Ela apenas sorri em descrença, deboche possivelmente. O que deixa meus nervos em alerta porque tenho vontade de trazê-la para mim, beijar sua boca e realizar todas as coisas que não pude em nosso encontro, mas que imaginava ao deitar em minha cama. Uma aluna, uma aluna droga.

Santa merda, eu estava perdido.

— Romeu e Julieta não é uma história de amor — Mantém seu tom alto ainda de cabeça baixa, rabiscando as folhas. — Shakespeare faz troça do que seria o amor, ele descreve como uma rebeldia adolescente súbita e fugaz. As palavras que lhe descrevem seriam até bonitas se o chamado "amor" não fosse incrivelmente raso.

Ainda conseguia sentir o calor de sua boca sobre a minha, na ponta da língua um sabor que acentua a curiosidade. Começou em hesitação e se transformou em pura entrega, esta digna de admiração e suspiros enquanto sorria contra meus lábios.

Na primeira noite observando-a dançar pensava que tinha sido cativado o suficiente, bastou beijá-la para descobrir que era apenas o começo. E ainda que somente tenhamos nos beijado conseguia sentir a promessa de muito mais, pois voltaria para vê-la dançar outra vez.

No entanto agora toda certeza escorria por meus dedos, sem nenhuma chance de ser agarrada. Eu seria demitido se aquele pequeno envolvimento — que não parecia mais tão pequeno assim — viesse a tona. Ainda tinha muito para perder.

E como se não bastasse ter sonhado coisas que, somente feitas em realidade poderiam sanar meu desejo ela falava sobre livros com ceticismo. Uma certeza vinda de uma observação longa e detalhada para sua opinião agora verbalizada.

"Não acredito que estou atraída por um homem que declara Romeu e Julieta uma história de amor"

— Grandes escritores consideram a obra indiscutivelmente romântica — Digo adentrando o assunto, quando não deveria o fazer mas incapaz de me conter.

— Indiscutivelmente? — Ela impede uma risada, entretanto é tarde demais, ela ressoa em minha lembrança quente e real. — Um história que dura três dias, suficiente para declarar amor e se matar por ele sem nem sofrer por quem se ama? Se considerar é realmente amor na visão de dois adolecentes que tinham tudo, mas escolheram amar o inimigo, essa parte é aceitável. Quando se é jovem pequenas e insignificantes coisas parecem maiores do que realmente são. Mas suicídio em conjunto? Puff, ridículo.

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