Ele me toca como se eu fosse frágil.
Não.
Jungkook me toca como uma preciosidade excepcional, mãos hesitantes com receio de ferir a fragilidade do meu estado, mas quando seu toque me alcança, a firmeza se entranha na leveza que usa para comigo. Braços rodeando-me com segurança, apesar da umidade que molha nossas roupas ele é quente e certo como outro jamais pode ser; ele pega os cacos do meu controle e os abraça, ele me tem.
Lentamente ergue meu próprio braço deixando-o descansar em seus ombros, uma mão serpenteia pela cintura enquanto a outra se posiciona em minhas coxas para me pegar. Então, ele o faz. Ignorando a chuva, levanta-se comigo e adentra a casa silenciosa fechando a porta com um chute moderado. O calor repentino do ambiente estremece meu corpo que registra tardiamente o frio que sinto.
Ele atravessa a casa, demarcando os passos com uma trilha de poças que se formam das gotas caindo de nossas vestes, indiferente ao que nos cerca ele permanece firme até chegarmos ao banheiro, onde me deposita com calma calculada na latrina. Deixa-me sentada e ajoelha na minha frente deslizando o sobretudo encharcado no chão. As mãos geladas tocam minhas bochechas, limpando as lágrimas que insistem em cair; e eu me preparo mentalmente para as perguntas.
Estas, entretanto, não chegam.
Consequentemente elevo minha cabeça apenas o suficiente para que meus olhos encontrem os seus e, quando acontece, não vejo nada além de ternura. Um sorriso tranquilizante, embora mínimo, ilumina suas feições e ainda assim, ele não me pergunta nada. E, quando me empenho em buscar palavras, Jungkook dispensa, balançando a cabeça em negação; nenhum de nós quebra o silêncio até que seu próximo movimento traz o choro para mim outra vez.
Com ambos os joelhos apoiados na cerâmica, Jungkook envolve os dedos na minha panturrilha coberta e coloca gentilmente meu pé sobre sua coxa, evito o contato fugindo do gesto, mas ele não aceita protesto apertando mais firme até que eu desista de lutar. Então, retira meus calçados um, depois o outro, na mesma calma e gentileza.
Sinto os olhos arderem, enchendo-se novamente. Um turbilhão de sentimentos surgindo dentro do meu peito e aquecendo cada pedaço de sentir adormecido dentro de mim. A vergonha também aparece, e fico impressionada com como o cuidado que tem consegue constranger-me. Eu choro, outra vez, silenciosa. Incapaz de desviar meus olhos de cada movimento que realiza.
Ele me faz querer ser frágil, somente com ele.
Vagarosamente despindo-se da blusa gola alta que veste, as outras peças — exceto a cueca — igualmente encontrando uma posição no piso, logo ele se volta para mim e desta vez facilito o trabalho erguendo os braços para que tire minha camisa e, em troca, ganho outro sorriso íntimo. O contato do ar com meus seios desnudos realça a friagem arrepiando a derme, ele se apressa tirando a calça que se agarra as pernas pela umidade, mas finalmente vejo-me livre delas.
— Eu vou te aquecer — Sussurra.
Jungkook adentra o box, ligando o chuveiro, a temperatura tornando-se mais acolhedora quando as camadas moderadas de vapor embaçam o vidro. Eu levanto completamente despida, esperando que retire a única roupa restante em seu corpo, e quando o faz se junta a mim. O choque que a água quente causa amolece a tensão causada pela chuva, fecho as pálpebras em deleite aproveitando a paz que o momento transmite e quase me faz esquecer a dor que sinto, ao abrir os olhos encaro Jungkook, que me observa em silêncio.
A garota dentro de mim, se acanha, como se fosse a primeira vez descobrindo a intimidade entre duas pessoas que sentem algo mais intenso que um simples gostar. Uma conexão recém descoberta e fresca, assustadoramente acolhedora, ainda que a fina camada de timidez se mantenha cravada em nossos corpos.
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Partenon • Jjk • Longfic
FanficRavine é uma dançarina independente com um futuro promissor de bailarina na melhor faculdade que poderia sonhar. Longe de todos os olhos ela se torna outra, a deusa que dança no Partenon enfeitiçando seus clientes, mas uma noite conhece um homem que...