7- Quebradora de promessas

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Não sou boa em cumprir promessas, disse que iria te jogar fora mais aqui estou.
Na casa do meu ex e escrevendo nesse diário horrível, a vida capota, mas dessa vez parece que tem uma chance de ser bom.
Vou começar o tratamento amanhã, significa que em uma ano talvez terei minha vida de volta e não faço ideia do que fazer.

Vendi todos meus equipamentos de fotografia e sinceramente não sei se ainda desejo trabalhar nessa área.
Ah céus estou tão perdida.

Joguei meu diário do outro lado da cama e tentei descansar, são ainda 14h e não quero dormir. Pego meu notebook e colocou em um filme, até escutar batidas na porta.

- Entra.

-Trouxe seu almoço, uma deliciosa sopa que sua mãe mandou.

-Acho melhor ir comer na cozinha, vamos evitar estragar ou manchar seu edredom caro.

-Não foi tão caro, mas ok.

-Então, posso ligar meu notebook para ir vendo o filme?-falei me sentando e colocando o note na mesa

-Pode, antes me responde uma coisa,  você fica o dia inteiro assistindo filme?

-Sim, antes eram livros mas já li todos da minha biblioteca e os do Ben.

-E por que não compra livros novos?

-O auxílio que o governo dá vai todo para os remédios e meu pai sustenta a gente com salário e aposentadoria, não sobra para livros novos.

-Depois me fala que livros gosta que eu compro.

-Não Joseph, você já vai gastar muito com o tratamento.

-Falando nisso temos consulta amanhã cedo às 8h.

-Perfeito, agora vamos comer.- minha forma sutil de falar "pelo amor de deus fica quieto".

Passei o dia vendo filmes e Joseph mudando a agenda e conversando com os produtores. Às vezes ficava escutando o que fala nas ligações e o que respondiam para ele. Me parece surreal sua atitude de largar tudo e me ajudar, mas ele é assim.

A noite chegou e fui dormir mais cedo porque estou exausta.

No outro dia foi uma chatice, conversamos com vários médicos e para minha surpresa o tratamento era mesmo eficaz, e em provavelmente um ano estaria inteira novamente. Fizeram trocas de remédios, agora tenho consulta com nutricionista uma vez por semana e fisioterapia também. Como disse chatice, chatice e chatice o dia inteiro.

Voltando para o apartamento tomei um banho no chuveiro chique do Joseph, coloquei uma roupa confortável e decidi dar uma olhada na sala de jogos. Joseph estava no escritório que era praticamente ao lado da cozinha. A sala de jogos era bem deprimente, uma mesa de sinuca e vários vinhos na prateleira.

Isso me parece a cara de Theo, Joe sempre foi divertido mas com Theo ele assume uma postura mais séria e de pegador. Agora deve ser ainda pior esse dois, mas sinto saudades nas nossas tardes andando pela cidade ou indo até o shopping.

-Gostou?

-Educação ou sinceridade?

-Nesse quesito aceito a sinceridade.

-É deprimente, deveria se chamar sala da depressão ao invés de sala de jogos.

-A é bem legal, tem sinuca e vinhos.

-Deprimente.

-O que você faria?

-Hum- fingi estar pensando mas obviamente sei- poderia ter uma biblioteca, alguns vinis e uma decoração bem vintage, parede com um tom de marrom bem clarinho.- comecei andar e analisar o local- Um sofá marrom bem bonito nesse canto, e ali dava certinho uma televisão, poderia ter nessa parede aquelas luzes de decoração, ali no canto um vaso com flores. E aqui na janela pequenos vasos de cactos.

Ainda estou aqui  [The Great War]Onde histórias criam vida. Descubra agora