Secret Love - Drarry

VI

Dias se passaram. Draco e Harry não trocaram nada além de algumas mensagens de amor e verificando se estavam bem. Mas eles não se viram, não se ligaram e nem ficaram horas diretas conversando.

Harry as vezes ficava horas sem responder, porque ele estava ocupado demais na cama não sentindo vontade nenhuma de pegar o celular e ver a situação que ele se encontrava com Draco no momento. Ele queria vê-lo, toca-lo, ouvir sua voz, seu cheiro. Harry sentia muita saudades dele.

Draco havia pego um atestado de algumas semanas de afastamento pois ele "cai da moto" e acabou ficando com alguns ferimentos graves no rosto.

Draco sentia tantas saudades de Harry. Mas ele conseguia viver sua vida. Mesmo que o dia não fosse o mesmo por saber que não o veria em nenhuma parte do dia, ele se levantava, trocava os curativos, caminhava na esteira, estudava um pouco. Ele conseguia levar a diante. Mas seu coração acelerava a cada notificação que vinha em seu celular, esperando que fosse Harry. Mas estava sendo difícil ele responder.

Ao mesmo tempo que Harry quisesse conversar com ele durante horas por mensagens, ele não tinha vontade. Tinha alguns dias melhores e outros piores. E nos piores era Sirius quem vivia por ele.

Sirius lhe dava água, comida, banho, o fazia andar, trocar de roupa. Pelo menos Harry não ficava com a mente vazia, o que era a pior coisa para de ter no momento.

Harry voltou a ir ao psicólogo. Foram receitados remédios para sua melhora, e também Harry conversava sobre seus medos, inseguranças, e pensamentos obscuros, mas ele nunca falava de Draco realmente. Ele era como um personagem.

"Um cara mais velho." É assim que Harry se referia a Draco. Ele não podia falar que ele era o seu professor. Harry sabia que se contasse aquilo não iria ficar daquele jeito. Isso iria ser encaminhado para polícia.

Quanto mais os dias vão se passando melhor Harry ficava. E mais Draco e Harry trocavam mensagens. Eles nunca se ligavam, não era bom ter históricos de ligações com seus alunos em seu celular.

Ele tentava conversar o mínimo possível, assim seria o mínimo de provas possíveis.

Mas aquela coisa de não poder conversar muito fazia Harry perder a cabeça. Ele já tinha uma grande dependência emocional em seu namorado, mas agora que eles não se veem e não se falam direito, fez Harry perder a cabeça.

Harry sempre teve problemas medo de abandono. Ele sempre tentava arrumar homens, de preferência homens mais velhos. É claro que é uma forma de suprir a falta de uma figura paterna. Mesmo que ele tivesse Sirius, não era a mesma coisa, principalmente por o ver com tão pouca frequência, por ter que passar a maioria dos seus dias com os seus tios, que querendo ou não foi uma figura paterna para Harry.

E foi assim, vendo seu tio agressivo, rude, grosso, babaca como uma figura paterna, que ele começou a procurar homens com essas mesmas características, mesmo que inconscientemente. Já as outras características amorosas, protetoras e gentis que ele procurava nos homens, vinha da influência de Sirius em sua vida.

Era fácil entender o porque Harry era daquele jeito. Mas era difícil lidar com o jeito dele.

Quase todos os psicólogos que ele passou suspeitaram de um transtorno de personalidade boderline, mas nunca conseguiam concluir o tratamento porque ele saia antes por falta de dinheiro.

Mas Harry viu Draco como homem mais perfeito que ele poderia ter. Mas era um amor proibido, um amor que deveria ser silenciado, por culpa de outros professores que faziam seus alunos como vítimas.

Harry queria morrer com aquilo. Ele apenas queria poder mostrar seu amor por Draco, sem que nenhum dos dois fossem julgado pela justiça.

Harry foi conseguindo viver dia após dia, tendo rápidas visitas dos seus amigos, e passatempos com pai.