Por livre e espontânea pressão

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O casal acordou por volta das seis da manhã, se prepararam e foram para Campo Grande no avião responsável por fazer o transporte dos senadores.

Tebet havia combinado com o até então marido dele ir buscar as duas no aeroporto.

Soraya era a mais nervosa, pois sabia do temperamento do marido e acreditava que sua rápida aceitação não era completamente verídica. Simone por sua vez tentava acalmar a mulher, contudo também temia uma reação negativa vinda de Carlos. Elas viajaram sem segurança já que o legislativo só disponibilizava acompanhamento fora do senado em casos extremos.

Ao chegarem no aeroporto, Eduardo já estava a espera.

- Bom dia... - Disse ele sorridente como sempre.

- Bom dia. - Responderam as duas.

- Como andam as coisas na CCJ? Soube que a PEC foi votada ontem... precisei fazer uma viagem e não tive tempo de ver as notícias direito. - Perguntou enquanto andavam em direção ao estacionamento. Simone e Soraya seguiam ele lado a lado de mãos dadas.

- Conseguimos aprovar um valor menor, agora será votado no congresso. - Disse Simone.

- E como foi a viagem com o Lula? - Eduardo riu lembrando de como a morena detestava o candidato antes do primeiro turno.

Antes que Simone ou Soraya pudessem responder a pergunta, um grupo de três pessoas composto por duas mulheres e um homem se aproximaram e começaram a xingar as duas.

- As traidoras tiveram coragem de colocar as patas aqui? - O homem gritou.

- Não tem nem vergonha na cara, duas velhas nojentas brincando de casal. - A mulher se aproximou gesticulando.

- Quem é o homem da relação? - A outra deu risada de longe.

- EI! - Eduardo entrou na frente da mulher que veio pra cima de Simone e Soraya. - Não se aproximem delas! - Gritou.

- Leva chifre e ainda defende a amante e a mulher? - A mulher perguntou e a que estava distante começou a rir.

- Eduardo... vamos, por favor. - Simone pediu calma.

- Vai corno, ela tá chamando.

- Se pensa que suas palavras me ofendem está muito errada. - Ele disse antes de dar as costas para o grupo e seguir caminho segurando nos ombros de Simone e Soraya por trás.

Os três enfim chegaram no carro, Simone abriu a porta para a noiva e entrou em seguida.

Eduardo seguiu caminho até sua casa.

- Sinto muito por isso. As pessoas aqui não aceitaram muito bem o apoio que vocês deram à Lula. - Ele disse depois de alguns minutos em silêncio.

- Já me odiavam antes... A reação das pessoas não é novidade pra mim. - Soraya riu tentando melhorar o clima.

- Mas e você Soraya, como foi a viagem com o Lula? Estou curioso... - Eduardo sorriu enquanto dirigia.

- Um caos... o velho bêbado conseguiu corromper à todos. - Disse a loira.

- Soraya! - Simone a encarou.

- Não me venha com "Soraya" depois daquele gin, Simone.

- A Simone tomou gin? - O secretário riu alto

- E dançou com o cachaceiro. - Soraya levantou o dedo.

- Quem seria o cachaceiro? - Perguntou Eduardo.

- O Lula... ela apelidou ele assim. - Simone se recostou no banco.

- O Lula? - O homem caiu na risada. - Então você dançou com o Lula? - Continuou rindo.

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