14 parte 1

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Em meio a escuridão sem sentir nada a sua volta, nem um barulho, nem um grunido podia ser escutado. Havia apenas um vazio escuro e silencioso.

Nada ele escutava, nada ele sentia, nada ele via, nada ele pensava, era como se morte tivesse chegado e o levado.

Mas então, algo começou a se mexer em seu interior, ele começou a sentir e a escutar as batidas do próprio coração.

"Que barulhento..."

Finalmente pensou dono do corpo quase morto.

"O que aconteceu?"

Ao pensar isso, a pequena criança começa a mexer os olhos e forçando as pálpebras a se levantarem.

E aos poucos enquanto tenta abrir os olhos, ele sente seu corpo envolvido em uma maciez quentinha e aconchegante.

–Tá acordando? Consegue me ouvir?

Apesar da dificuldade, o príncipe finalmente consegue abrir os olhos. Sua visão estava embaçada e um pouco dolorida por causa da luz e do evento do último capítulo.

–Você acordou! Consegue me enxergar?

"Quem?"

Pensa o príncipe Arthur recobrando os seus sentidos por completo.

E com enormes olhos azuis bem próximo de seu rosto e o focinho quase tocando seu nariz.

"Gato?"

Sim, era o estranho visitante do palácio que estava na sua frente.

–Oiii, consegue me enxergar? Ou melhor! Tá conseguindo entender o que está em sua volta? –diz o gatinho branco e com algumas partes azuladas.

O príncipe com dificuldade olha em sua volta e vê que o quarto que estava repousando era de seu pai, Claude de Alger Obelica.

Então novamente ele volta seu olhar confuso para estranha criatura e então tenta falar.

–Q-Quem é... – o príncipe não conseguiu terminar a sua pergunta por se sentir fraco demais.

–Oh! Eu sei o que você irá perguntar, "quem é você?", isso eu respondo depois, mas eu sou apenas uma gatinha fofa e amável– fala a gata fazendo charme.

"Não disse nada, mas tudo bem"

–Ei, você sabia que não deveria aceitar doces de estranhos?– diz a gata.

"Agora tudo faz sentido, foi aquela bala... Como eu ia imaginar que uma maluca ia envenenar um príncipe dentro dos muros do palácio? Além disso, aqui tem muitas criadas, não me lembro de todas"

Pensa o príncipe tentando justificar a sua burrada.

–Você não tem ideia como o palácio ficou um caos depois que você desmaiou ou melhor morreu...– fala a gata como se fosse algo mais normal do mundo.

"O que!? Eu morri?"

Vendo a expressão de surpresa do príncipe, a gata continua com orgulho.

–Sim, você morreu, mas eu lhe trouxe de volta, afinal eu sou a única com poder pra fazer isso.

"Ela me trouxe de volta? Que gata é essa? Pera! Ela disse que o palácio ficou um caos?"

–O-O que aconteceu... Quando eu... Desmaiei?– pergunta o príncipe ainda franco, porém conseguindo ter mais força.

–O que aconteceu? Bem...– o pequeno animal dá uma parada para tentar lembrar com detalhes os eventos do dia.

"Conta logo gata, por favor"

Quem me fez um príncipe Onde histórias criam vida. Descubra agora