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Era dia de ver meus pais! Comecei a me arrumar, fiz uma maquiagem bem leve, uma blusa regata, um casaco que não esquentasse tanto e um short preto com tênis.

Descemos para tomar café e ficamos conversando, bem fofinhos!

Filipe: Gata tenho que resolver meus trabalhos agora pela parte da manhã! Se importa de ir de uber? - perguntou tomando a xícara de café.

Letícia: Não! Eu já vou pedir o uber aqui então! Só não acaba com meu carro pelo amor de deus!

Ele riu e eu comecei a pedir o uber, ele estava a 15 minutos de onde eu estava. Me despedi de Filipe com um selinho e fui correndo para a entrada do hotel. Se passou alguns minutos e ele chegou.

Fomos até a casa da minha mãe, que continuava a mesma. Cinza, com janelas de vidro, um portão vazado branco e o cachorrinho dela, chamado Pingo. Ele ja era bem velhinho, mas acredite! Melhor que cachorro novo por aí.

Quando cheguei o pequeno peludo começou a latir, toquei a campainha e logo meu pai me atendei junto com minha mae toda sorridente.

Jorge: Filha minha! - me abraçou.- Que saudade que eu estava! Você cresceu! Tá tão linda!

Rosa: Não é para menos, me puxou! - riu e logo me abraçou. - Ai amor, que saudade! Vem vamos entrar.

Quando entramos, Pingo estava no colo do meu pai, impressionante como tudo estava como antes. As decorações, as fotos, os santos nas estantes. Amava tudo!

Sentamos no sofá e ficamos conversando enquanto minha mãe fazia um café com o bolo que eu amava.

Jorge: Está gostando de seu apartamento filha? - perguntou acariciando cabeça do cachorrinho.

Letícia: Muito! Ele está com minha cara! - menti.

Meu pai começou a tossir forte, por conta do cigarro. Meu pai sempre foi muito ligado a bebidas e drogas. Quando ele teve um problema pulmonar muito sério largou o cigarro...pelo menos enquanto eu estava na casa.

Minha mãe sofreu muito por conta das drogas que ele usou e pelo oque conversamos ele voltou com isso.

Quando minha mãe trouxe o café, coloquei o bolo em prato de sobremesa e comecei a comer.

Rosa: Você tava com saudade mais desse bolo né? - riu.-

Letícia: Com certeza!

Rosa: Escuta, o padre quer te abençoar...O que acha de amanhã de manhã?

Letícia: Pode ser...

Rosa: Como anda sua vida no Rio? Estudando muito? Trabalhando muito? -tomou a xícara de café.

Letícia: Está ótima, os estudos ocupam muito tempo de mim e o trabalho...está bem! - menti mais uma vez.

Jorge: Vou levar Pingo na grama, parece que o papo é de mulher. - ele riu e se levantou indo passear com o cachorro.

Quando ele saiu minha mãe me olhou e deu um sorriso de canto.

Rosa: Você está mentindo! Te conheço muito mais que você!

Letícia: É tem razão...Eu não estou trabalhando mais.

Rosa: E como está se bancando?

Letícia: Faz pouco tempo isso, tenho o dinheiro da demissão e eu vou trabalhar em uma clínica de gestação! - menti mais uma vez.

Meu coração apertava, parecia que peguei todo mérito dos meus pais e joguei fora. Mas eu não acho q é o momento ideal de contar para eles sobre.

Letícia: Como anda você o pai, mae? Bem?

Rosa: Ai filha, peço muito a Deus que seu pai largue os vícios mas sinto que terei que implorar mais para Deus!

Letícia: Mãe, não é duvidar de sua crença mas, não acha que tá na hora de você tomar essa atitude por ele, não esperar por Deus? - questiono colocando mais bolo no prato.

Rosa: Tipo...colocar ele numa clínica de reabilitação? - questionou arrumando os cabelos.

Letícia: É tipo isso.

Rosa: Não sei, talvez. Tenho que pensar mais sobre, aqui em São Gonçalo não tem tantas clínicas com um apoio bom.

Letícia: Pode ir pro Rio, tem meu apartamento. Ele tem dois quartos mãe!

Rosa: E o pingo? Seu pai adora o cachorro!

Letícia: É...No prédio é proibido animais!

Tudo oque mais queria era ajudar meus pais, meu pai se curar e voltar ao casamento saudável de antes.

Rosa: Mas me conte, namorando?

Letícia: Não...Na verdade não sei! A gente vive junto, dorme junto, quase moramos jun...-parei de dizer quando vejo seu rosto de confusa.

Rosa: Mas você não mora em seu apartamento?

Letícia: É claro! Ele está lá sempre comigo!

Rosa: Entendi...Bom, então se considera um namoro, certo?

Letícia: Acho que sim, ele foi o primeiro a dizer que me amava, acredita? - sorri sapeca.

Rosa: Espero que ele faça você muito feliz, tenha netinhos. - deu uma risada.

Letícia: Não mãe! Netinho agora não! - devolvi a risada.

Continuamos a conversa até ouvir Pingo latir e meu pai começar a gritar.

Rosa: Oque é isso? - perguntou levantando.

Letícia: Vamos ver! - a segui.

Chegando lá fora, vi meu pai caído no chão, machucado com roupa praticamente rasgada e a pessoa que eu nunca imaginaria ver, do lado dele respirando fundo.

Amor à Vida | ~Filipe e LetíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora