Filipe Narrando
Ontem à noite descobri que logo logo minha filha ia ser realmente minha filha registrada até em cartório. Fiquei muito contente com a notícia e aproveitei para ficar com a morena ate tarde, mas Gk ligou pedindo para eu ir pro hospital e ele ir pro morro descansar pro trabalho.
Dormi apoiado na parede gelada do quarto e quando acordei, pude ver Karoline me encarando, com um mini sorriso no rosto.
Filipe: Acordou? — a perguntei e ela confirmou com um leve sim. — Vou chamar a enfermeira pra tu!
Levantei da cadeira em busca da enfermeira, assim que achei uma no corredor ela disse que iria lá com a equipe e eu aproveitei para ir tomar um café na lanchonete.
Sinceramente eu não tinha tanta paciência para ficar em um hospital cuidando de quem não merece nem um pingo da minha compaixão. Mas se o filho for meu, eu mesmo botei ela nesse papel.
A última vez que vim nesse hospital, foi quando minha mãe teve um AVC e trouxemos ela para cá. Era só nós três, eu, Aysha e ela! De repente, em um piscar de olhos, ficou só eu e minha irmã. Eu já estava tocando os negócios do morro, mas era tão recente a morte do meu pai, que eu ainda não tinha aquela paixão toda por comandar. Mas foi quando eu percebi que Aysha só tinha eu, e eu só tinha a ela, que eu precisava me ergui e fazer como meu pai faria.
Peguei meu café em um copo descartável e andei em direção à recepção sem paciência alguma com a situação. Chegando lá vi o médico no balcão e quando ele notou minha presença, veio até mim, conversar comigo.
Dr: Tenho notícias boas! — me disse com alguns papéis nas mãos.
Filipe: Quais? — dei um gole no meu café.
Dr: Pedimos empréstimo de sangue em um hospital próximo e o primo de Karoline, também fez uma doação altíssima! — me contou.
Primo?
Filipe: Primo? — perguntei desconfiado.
Dr: Sim! Inclusive, como não nos contou que Karoline era parente da família Campestre? Se soubéssemos...Já tínhamos agilizado o processo!
Filipe: Porque ela não é parente desses porra! Quem foi o doador? Qual o nome do corno? — me enfureci.
O doutor olhou, procurou na ficha e quando achou deu para eu ler. Mas que porra tá acontecendo aqui?
"Não acredito...Rafael é A-! Mas ele não é doador! Ele só doou umas duas vezes e não gostou da experiência!"
Filipe: Ele não é doador...Como essa merda veio aqui? — joguei o meu café no lixo de raiva.
O médico foi até a recepção e eu segui atrás dele. O que diabos aquele corno coitado estava fazendo nesse hospital?
Dr: Pode conferir o horário que esse visitante entrou no hospital? — pediu a recepcionista.
A mulher de cabelos cacheados e roupa branca com um crachá do hospital começou a procurar no sistema e quando achou, mostrou para o doutor no visor.
Dr: Ele veio no período de visita ontem à noite! Entrou às 20:12 e saiu 22:00 por conta da doação! Ela realmente não conhece ele?
Filipe: Nao que eu saiba...Porra! Oque caralhos esse cara queria? — cocei os olhos com minhas mãos.
Recepcionistas: Ele disse na recepção que era primo de Karoline distante, mas tinha um imenso carinho por ela! Devo proibir a vista dele? — teclou algumas coisas.
Filipe: Não! — falei rapidamente.— Eu posso...tirar fotos desses papéis? — perguntei pro doutor.
Dr: Você sabe que é extremamente proibido? — me falou. — Mas, já percebi que não é só um mal entendido! — me entregou os papéis.
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Amor à Vida | ~Filipe e Letícia
FanfictionUma menina doce, cheia de sonhos que estuda medicina em uma grande capital, longe de sua família. Essa é Letícia Barra! Um homem bruto, seco, sincero, dono do morro, trabalha todos os dias em busca pela proteção de sua irmã e seu morro. Esse é Filip...