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Eu estava ferrada! Assim que pisei em meu antigo apartamento com algumas malas, com sacolas de mercado e com Clara no colo. Quando entrei no apartamento estava tudo igual a dois anos atrás. Não tinha nenhuma poeira, pois eu sempre pagava para manter a limpeza! Abri as janelas para a ventilação correr melhor e coloquei minha filha no sofá para ver um desenho na televisão que passava sempre aos domingos de manhã.

Levei minhas malas para o quarto e coloquei um café para fazer em minha cafeteira. Minha mãe logo chegaria e eu queria ter energia para contar tudo a ela!

Meu celular vibrou encima da cômoda, onde eu guardava nossas roupas correndo e vi que era uma mensagem de Filipe.

"Meu preto❤️: bom dia minha princesa💗! — 07:34

Sai do morro super cedo para poder organizar as coisas no apartamento e minha mãe quando chegar, ser bem recebida, apesar de toda bomba que vem depois!

"eu: bom dia, amor❤️! — 07:35"
"eu: já tô na Barra! — 07:35"

"Meu preto ❤️: E eu já tô com sdd! — 07:37"
"Meu preto❤️: Me manda notícias, toda hora! — 07:37"
"Meu preto❤️: Te amo, morena💗 — 07:38"

"eu: também te amo, gato! ❤️ — 07:40"

Palavras que aquecem o coração, impossível esquecer esses momentos, pequenas coisas importam dentro de um relacionamento!

A campainha tocou e eu corri para atender, o porteiro já tinha sido avisado que minha mãe chegaria e que poderia deixar ela subir direto. Tirei meu tênis e fiquei só de meia pela casa, corri até a sala e peguei Clarinha no colo. Abrimos a porta juntas e eu esperava uma recepção calorosa, mas recebi minha mãe de braços cruzados me encarando séria.

Rosa: Letícia...— respirou fundo soltando todo ar.

Letícia: Oi, mãe! — fechei meu sorriso quando percebi que o clima estava pesado. A deixei passar por mim, para entrar.

Rosa: Minha neta está linda! — entrou e encarou a neta fazendo carinho em seu cabelo. — Vovó está morta de saudades, boneca! — a pegou no colo.

Minha filha amava seus avós, sempre ficava feliz ao ver eles e ficava muito falante também. A deixei sozinha por alguns segundos com minha filha e fui até a cozinha, pegando uma bandeja e meu conjunto de xícaras para servir café. Coloquei o café dentro da chaleira de porcelana rosa junto com as xícaras e levei na bandeja de vidro para servir junto com as comidas que comprei, que já estavam na mesa.

Rosa: Seu apartamento continua igual! — encarou cada parte mobiliada da sala conjugada com cozinha.

Letícia: Tudo continua igual! — sorri servindo o café para ela e para mim.

Minha mãe se sentou em minha frente com Clarinha no colo que quis a laranja cortada que comprei no supermercado.

Rosa: Nem tudo! — encarou meus dedos, vendo a aliança dourada ausente mas em minha outra mão a prateada. — Minha filha, oque está acontecendo? —suspirou. — eu estou bastante preocupada!

Me sentei na mesa junto a elas e suspirei, quase soluçando, mostrando que eu iria chorar.

Letícia: Mãe! Me desculpa! — funguei por conta do choro que ia chegar. — Eu odeio mentir para a senhora! Eu odeio não ser a filha que dá orgulho para a mãe! — abaixei minha cabeça e comecei a sentir minhas lágrimas escorrerem pelo rosto.

Rosa: Filha...Você é meu orgulho! Olha oque você construiu...Se formou em medicina, tem uma clínica, tem uma filha linda e bem...Tinha um marido incrível! — alisou meu braço.

Amor à Vida | ~Filipe e LetíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora