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Filipe Narrando

Logo depois de sair do consultório de Letícia, pude vê seu jogo sujo. Ela me deixou lotado de tesão e que só ela poderia sassear minha vontade.

Cheguei no morro e fui direto para a casa de Luan que estava tendo o samba. Subi a escada da laje e vi o pessoal. Tinha morena sambando, churrasqueira, criança...O povo todo.
No morro sempre quero manter essa relação entre os moradores, nada de intriga.

Fui até o freezer e peguei uma long neck de cerveja, vi minha tropa e sentei do lado deles.

Ph: Coé chefia! - fez toque.

Filipe: Fala Ph! - comprimentei.

Ph: Aí! Que roupas de mestre são essas? Adotando um novo estilo? - brincou se sentando do meu lado.

Filipe: Parou com isso, cuzão! Minha missão pedia trajes melhores! - bebi minha bebida.

Jp subiu as escadas me encarando de canto, largou o fuzil encostado na parede, iguais aos outros e sentou na minha lateral.
Marcos, o churrasqueiro do morro, veio até nossa mesa e deixou um pratinho de carne.

Jp: Aí Marcão! Faz um pratinho com tudo de direito...E manda pra cá! - pediu o olhando e bateu em seu ombro de leve.

Filipe: Tá amarrado no tronco, Jp? - perguntei.

Jp: Não! Mas tem alguém comendo por dois que me pediu! - me olhou.

Ele estava falando de Aysha! Esse Zé mané se aproximou muito ultimamente de minha irmã, porém diz ela que ele é gente boa, que ele faz bem...Então tô de boa. Só que da parte dele não é só amizade, pelo oque me falam e eu vejo.

Ph: Jp já tá se apegando a nossa condessa? - perguntou.

Jp: Não começa! - revidou.- Eu e Aysha somos amigos.

Filipe: É o que ela diz...O que você você diz? É amizadizinha? - comi uma carne o olhando.

Jp: Preciso ficar dando explicação pars você mesmo? - perguntou.

Filipe: Sim! Além de dono do morro e seu chefe sou irmão de Aysha. - debati.

Jp: Então pergunte a ela! O que ela espera de nós dois. Porque para mim é claro! Tô sendo homem e ajudando ela.

Marcão chegou bem na hora que eu ia falar e ele se levantou na hora, pegou o prato e colocou seu fuzil no ombro descendo as escadas rapidamente.

Ph: Se controla, Obala. - bateu em meu ombro.

Virei minha bebida de uma vez só, quando uma preta de cabelo cacheado passou por mim, eu sorri e fui atrás dela, que estava entrando no banheiro.

Letícia Narrando

Merda! Eu tava com um puto de um tesão, por conta daquele bandidinho. Estava eu agora chegando em casa, arrumei meu cabelo no elevador e retoquei meu batom nude. Quando as portas se abriram fui direto entrando em meu apartamento.

Assim que entrei vi meu marido sentado no sofá assistindo televisão e bebendo um vinho. Coloquei mimhas bolsas de lado e tirei meus saltos, andando até o quarto de minha filha e a colocando em seu berço. Sai do cômodo fechando a porta lentamente, indo para sala novamente.

Ele ainda estava lá, vendo seu belo programa de televisão, com seu roupão azul marinho. Fui até o sofá e sentei ao seu lado, colocando as pernas encima do sofá.

Letícia: Não acha que devemos conversar? - perguntei.

Rafael: Não, para te falar a verde...Não estou nem um pouco a vontade de conversar com você. - disse me ignorando.

Respirei fundo e me aconcheguei mais no sofá que não estava tão confortável. Eu tinha que fazer as pazes com ele...

Letícia: Uma hora vamos ter que se resolver...Pela Clara! - falei.

Rafael: Letícia! - desligou a televisão e me olhou.- Eu posso parecer um idiota, babão. Mas eu não sou!

Letícia: E o que isso tem haver? Eu sei que você não é, por isso tô casada. Com você! - afirmei.

Rafael: Você tá estranha, não é de hoje nem de ontem. É desde o dia que nos conhecemos.

Letícia: Porque eu estaria estranha? - perguntei.

Rafael: Tem muita coisa do seu passado que você até hoje, não deu a mínima para contar. Não acha que está na hora de me contar?

Letícia: Certo...Você quer que eu te conte toda verde, né? - o olhei.- Bom...O meu pai era um viciado quando eu era mais nova. Ele comprava drogas com um traficante aqui do Rio.

Respirei fundo tentando não chorar ao contar a história. Pode não parecer, mas essa história do meu pai, me toca, muito!
E agora ter que voltar a quase 20 anos atrás, é dolorido demais para mim.

Letícia: Esse traficante se chamava Obala e sempre ia na minha casa para cobrar o meu pai. Acontece que eu tenho lembranças dele as vezes e você não tem noção o quão ruim é ficar relembrando dessa história! - limpei minhas lágrimas.- Você queria a verdade? Aí está! Toda verdade. - falei chorando.

Rafael ainda me olha a e não se aguentou, veio até mim e beijou minha cabeça, abraçando meu corpo que estava encolhido.

Rafael: Desculpa! - falou baixo.- Eu realmente não sabia que era tão afundo a história assim.

Levantei meu rosto e nossas testas se colaram, ainda olhando nos fundos dos meus olhos, Rafael passou a mão em meu cabelo.

Letícia: Jamais pense em traição, Rafa! Eu não sou capaz de te trair! - peguei sua outra mão e beijei nossa aliança. - Te amo Rafa!

Meu marido colocou a mão em minha nuca e inicou um beijo, calmo e leve.

Só não sabíamos se ia ser calma nossa noite.

Nota da autora 🔱

Oi meus amores! Desculpa o capítulo curtinho, mas é porque quando escrevi ele, estava com muita coisa pra resolver! ADULTA ELA NE??🙈

Só agora que fui revisar percebi o quão pequeno está! Lanço outro capítulo amanhã sem falta. Aguardem!

🔥As coisas vão começar a esquentar 🔥

Votem bastante ⭐ NAO CAI O DEDO GALERA! E comentem muito também❤. Tia Lary ama ver vocês revoltados ou felizes. É DISSO QUE A GENTE GOSTA NE?

Amor à Vida | ~Filipe e LetíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora