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Era Filipe...Ao lado de meu pai caído no chão e seu cachorro em seu lado latindo para o homem. O olhei assustada e minha pobre mãe logo foi para cima de meu pai, o abraçando e chorando.

Rosa: Deus, tenha piedade! - abraçou o homem.

Filipe: Letícia...- me olhou.-

Rosa: Esse pilantra te conhece filha?

Letícia: Como você pode fazer isso comigo? - o perguntei.-

Filipe: Eu não sabia!

Fui até ele e bati em seu braço algumas vezes.

Letícia: Você me usou, para se aproximar de meu pai? - bati mais vezes em seu ombro.

Filipe: Me escuta! Para maluca! - gritou enquanto eu o batia.-

Letícia: VAI EMBORA FILIPE! - gritei.- você é um monstro! Um babaca, canalha!

Filipe: Morena!Faz isso comigo não! Vamos conversar! - pegou em meu braço me olhando.

Olhei bem em seus olhos, com os meus que já estavam cheios de lágrimas, vermelhos com certeza.

Letícia: Me esquece! - me soltei dele.-

Fui até meu pai e escutei o portão sendo trancado, senti sua pulsação e ele ainda estava vivo.

Rosa: Você conhece aquele homem minha filha? - perguntou.

Letícia: Mãe! Liga para a ambulância! Agora não dá para explicar nada! - falei chorando ainda.-

(...)

Estava eu e minha mãe, no hospital, esperando notícias, sentadas no corredor.

Leticia: A quanto tempo meu pai voltou a comprar drogas? - perguntei sem ter contato visual.-

Rosa: Desde quando você saiu de casa...

Logo pensei em Filipe, eu não queria mais! Eu não suportava mais! Estava exausta, quando as coisas pareciam se acertar, sempre são atrapalhadas com algum ocorrido. Era desgastante.

Liguei meu celular e vi algumas chamadas dele, ignorei e continuei a beber minha água no copo de plástico branco do hospital.

Minha mãe tremia a perna rapidamente e eu estava olhando para frente com o rosto inchado de tanto chorar.

Rosa: Você esta namorando um traficante? Perdeu noção?

Eu estava sem paciência, cansada, com a cabeça a cabeça cheia, não queria ficar escutando sermão naquele momento.

Letícia: Mãe! Se você puder um segundo, parar de falar e se importar com a vida de meu pai, eu agradeço!

Ela se levantou quando o doutor apareceu, ele carregava uma prancheta nas mãos e estava de jaleco branco com a logo do hospital.

Dr. Rafael: Rosa Barra Nascimento! - chamou minha mãe.-

Rosa: Sou eu, doutor! Então me fale, como está meu marido!

Fui para seu lado e peguei em seu ombro, o doutor olhou para os papéis e respirou fundo.

Dr.Rafael: Olha, eu não vou negar para vocês...Caso de tentativa de homicídio é grave e o de seu marido, está em um estado mediano. Ele fraturou duas costelas, além de alguns ferimentos mais profundos...Ele vai precisar de muito repouso.

Quando médico disse aquilo, minha mãe juntou as mãos, que até tinha um terço e agradeceu a Deus. Limpei minhas lágrimas e vi o doutor me olhar.

Dr Rafael: Posso falar com você Letícia? No particular? - me perguntou.

Amor à Vida | ~Filipe e LetíciaOnde histórias criam vida. Descubra agora