Capítulo 10

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"Vampira"

Já faz dois dias desde que aquele incidente com Elena ocorreu. Ainda não falei com a Gilbert nem consegui olhar em sua cara. Graças a Stefan ela também não subiu atrás de mim. Não sou muito de ficar trancado no quarto me remoendo, porém não quero que ela saiba a verdade.

Eu revelei tudo a ela, naquele dia. Eu não devia ter feito isso, porém agora o que posso fazer é apenas chamá-la para a uma conversa, já que ficar em negação não vai me levar a nada.

— Damon?— escuto a voz do meu irmão batendo na porta. Reviro os olhos me levantando da cama.

— O que você quer?— pergunto ao abrir e dar passagem para que entre, o que ele não faz.

— Klaus está lá em baixo.— é tudo o que diz antes de ficar calado.

— Que ótima notícia.— troco de blusa rapidamente e desço junto com Stefan.

Quando chegamos lá em baixo, quem está a nossa espera não é apenas Klaus, mas Elijah e Rebekah também. Acho insuportável a presença do nobre ali. Por que diabos fui me envolver com ele? Foi uma péssima ideia, mas não deixa de ser divertido.

Me sento por obrigação no sofá, encarando os três originais ali. Coloco os braços sobre o encosto do móvel esperando alguma fala de um deles.

— Pensei que fosse atrás da Elena, não dele.— o loiro fala apontando para mim. Reviro os olhos.

— Difícil ter fãs invejosos.— debocho fazendo Rebekah soltar uma pequena risada.— Vamos falar sério agora. Elena não está em condições de doar sangue para sua campanha de caridade.— faço círculos com o dedo.

— E por quê não?— pergunta demonstrando total desinteresse em mim.

— Porque ela é uma vampira agora.— digo com total simplicidade.

Seus dois irmãos fazem cara de espanto. Falsos? Imagina. Porém, melhor isso do que matarem a Gilbert, ou pior, sequestrarem ela. Assim ela ficaria o resto da vida fazendo coisas das quais ela não gosta.

— Creio que queira nos provar isso.

Reviro os olhos com o comentário do nobre. O mais suportável estava se tornando o contrário. Até parece que ele está do lado do irmão.

— Claro, terninho.— debocho me levantando.— Quer ir buscar-lá comigo também?— solto um pequeno sorriso que parece lhe chamar a atenção.

Ele leva a mão aos lábios de analisando de cima a baixo. Diz algo no ouvido de Klaus, o que escuto muito bem, porém não é nada de interessante, então solto um suspiro de desdém.

Saímos da casa juntos, antes Stefan me barra perguntando sobre esse interesse meu repentino por Elijah. Questiona sobre a outra noite em que estava com o Mikaelson também, mas apenas mudo de assunto dizendo que não é hora para isso, afinal tínhamos que nos desviar do maluco louco por escravos.

Ele não me fala nada sobre ir correndo ou rápido, então acabamos caminhando em um silêncio estranho.

— Por que veio comigo? Pensei que eu estivesse longe de ser perdoado.— abro um pequeno sorriso debochando de sua cara. Brincar consigo com certeza é divertido.

Talvez eu tenha o magoado dizendo que não temos nada, porém não foi nada mais do que a verdade.

— Não quer dizer que não seja possível. Não quero criar intrigas com ninguém, apenas com quem realmente merece.

— Então estou na sua lista de garotos bonzinhos?

— Você passa longe de ser um garoto bonzinho, Salvatore.

É a primeira vez que me encara nos olhos desde que estamos andando. Esses castanhos me fazem querer avançar em si contudo.

— Impossível não reconhecer meus talentos.— pisco para si com segundas intenções.

Ele desvia o olhar do meu como se estivesse sem jeito. Me surpreendo pelo ato. Então ele tem uma fraqueza pro mim? Quem não teria, não é mesmo?

— Você está bem?— me pergunta após uns minutos.

Provavelmente ele está falando da outra noite em que fugi por causa da Elena. Ainda me importo com ela, muito para falar a verdade. Não é fácil esquecer a pessoa que você ama. Queria que o amor fosse correspondido o que infelizmente não vai acontecer. Ela já está com o Stefan e duvido que vá querer trocar o herói pelo vilão.

— Eu não me abalo fácil, Elijah. Eu só contei algo que não devia e agora estou arcando com as consequências. Ela deve me odiar agora.

Sei que me declarar não é motivo para ódio, porém provavelmente do que jeito que a Gilbert é, vai ficar se culpando. Eu vejo o jeito que me olha, a forma como age. Ela também gosta de mim, porém não da mesa intensidade como fica com Stefan.

Talvez a gente não seja para aproveitar um relacionamento sério, apenas a amizade.

— Posso intrometer-me em seus assuntos pessoais com a senhorita Gilbert?

Ele pega um lenço de dentro de seu terno levando a meus lábios. Me assustei de primeira, mas logo deixei ele fazer o que queria.

Puxa o pano, que agora contém uma mancha vermelha. Estreito os olhos passando o dedo pelo canto dos lábios, no mesmo local onde acabara de limpar.

— Parece que se divertiu à noite.— sacode o objeto em suas mãos.

Dou de ombros subindo as três escadas em direção a casa de Elena.

Se o que Elijah planeja é que eu me sinta culpado por tê-lo tratado daquela forma, não vai acontecer. Eu não me arrependo por ter feito nada demais. Não somos nada e ele sabe disso. Quais as intenções dele me tratando dessa forma estranha?

Bato na porta esperando que a garota apareça, o que é exatamente o que ocorre.

— Damon?— seu semblante era visível de confusão.

Eu não quero fazer isso, mas preciso.

Explico que Klaus está lá em casa, logo ela entende. Partimos para a pensão.

Quem fala
O que quer
Ouve o que
Merece.
~JN

Damon Salvatore - 💖 ( contém Delijah ) Onde histórias criam vida. Descubra agora