Alfonso
Eu odiava tê-la colocado nessa situação, mas que alternativa eu tinha? Ela teria se arrependido pelo resto da vida se não tivesse vindo ao Texas.
Estávamos em frente ao hospital em um calor sufocante, o céu nublado complementando esse dia sinistro.
Anahi parou de repente na entrada.
— Não estou pronta para entrar ainda.
— Podemos ficar aqui fora pelo tempo que você precisar. — Coloquei uma mão em seu ombro. — Quer que eu pegue algo para você?
— Preciso de um pouco de água, eu acho.
— Vamos até a cantina.
— Não. Eu quero ficar aqui fora. Você pode ir pegar água pra mim e trazer?
— Claro.
Anahi definitivamente não estava normal hoje. Quem poderia culpá-la?
E isso ficou ainda mais comprovado diante do que testemunhei quando voltei para o lado de fora.
Os céus se abriram e começou a chover torrencialmente. Eu estava voltando com duas garrafas de água, quando notei que Anahi estava dançando com o homem que antes estava fumando ali perto quando a deixei. Eles estavam sorrindo e rindo ao se embalarem de um lado para o outro de mãos dadas.
Que porra é essa?
E então, a ficha caiu.
Dançar Com Um Estranho na Chuva.Ela decidiu aproveitar essa oportunidade para riscar um item da sua Lista do Foda-se. O momento era meio estranho, mas, vindo de Anahi, qualquer coisa era possível. Ela provavelmente precisava se distrair do estresse do momento e não deixou a chance passar.
Eu estava tentando não permitir que meus ciúmes tomassem de conta. Anahi parou de dançar quando me viu.
— Esse homem fez a gentileza de cooperar comigo. Eu expliquei sobre a Lista do Foda-se.
— Não se preocupe. — Ele sorriu. — Sou muito bem casado. Não quis ofender.
Minha expressão devia estar muito óbvia.
— Não me ofendi.
Ela virou para ele.
— Obrigada. Eu precisava muito disso.
— O prazer foi meu.
Conforme nos afastávamos, aproximei minha boca da sua orelha.
— Qual o nome dele?
— Não faço ideia. Isso teria anulado o propósito.
Balancei a cabeça e ri.
— Aqui está a sua água.
— Obrigada.
Anahi abriu a garrafinha e bebeu metade em um longo gole. Demoramos mais alguns minutos do lado de fora e, então, virei-me para ela.
— Pronta?
Expirando uma grande quantidade de ar, ela pôs a mão na barriga.
— Tão pronta quanto possível.
Após torcermos um pouco nossas roupas, tivemos fácil acesso ao quarto de Lydia Darling ao dizermos que éramos da família. Ninguém se deu ao trabalho de questionar nada. Não tínhamos certeza se encontraríamos os filhos dela, mas, quando chegamos ao quarto, ela estava sozinha com a enfermeira. A mulher abriu um sorriso simpático.
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Bilhetes - FINALIZADA
RomansTudo começou com um bilhete azul misterioso costurado dentro de um vestido de noiva. Algo azul. Eu tinha ido vender o meu próprio vestido de casamento não-usado em uma loja de roupas antigas quando encontrei o "algo velho" de uma outra noiva. Preso...