𝟎.𝟔

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O baque das minhas costas contra a parede não parece doer tanto quanto o aperto no meu peito

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O baque das minhas costas contra a parede não parece doer tanto quanto o aperto no meu peito. Edric fala calmamente, suavemente. Sua voz ressoa como uma Mantra sobre mim, ele ainda segura minhas mãos, trêmulas e suadas. Minha cabeça pesa, meus olhos se fecham e eu sinto vontade de vomitar quando ele continua a falar.

Do lado de fora da janela, já está amanhecendo, estamos aqui a horas, e eu não consigo ingerir uma palavra do que dissera.

Minha mente desligando quando trolls e mutantes saem de sua boca novamente como sílabas atômicas. Elas parecem entrar nos meus ouvidos e explodindo meus neurônios um por um, até não sobrar mais nada. Quando explica sobre os seres de pedra, minha língua não aguenta esperar mais.

— Pedra? Igual ao que me atacou? — Eu não questiono quando ele concorda, relutantemente. Mas questiono quando ele abre a boca pra falar mais: — Como você sabe disso tudo? Por que está me contando isso?

Suas pálpebras parecem pesar quando ele as fecha lentamente e as abre de novo, ele suspira antes de se levantar da cadeira e respirar fundo, eu levanto também. Espero que ele diga alguma coisa, qualquer coisa, e estou prestes a questionar novamente quando ele brilha, sim, brilha como em um filme de desenho. Os raios são tão fortes que tenho que fechar os olhos por conta da claridade repentina, escuto passos a minha direção, sei que são dele, mas também não sei se são. Os passos são fortes, pesados, e transparecem pelo chão de madeira um ruído agonizante demais para ainda me manter de olhos fechados.

Quando os abro, o'que eu suponho ser edric está a minha frente. Mas não é edric; isso é..algo maior, e mais assustador.

Sua pele parece rígida, ela é de um tom azul claro, seus olhos parecem de um felino quando a pupila estreita dilata como a de um animal, os dentes enormes sob os lábios me fazem tremer, suas orelhas de morcego me trazem uma dor agonizante nos meus poros quando ele se aproxima, parece maior, mais robusto, por incrível que pareça, a barba por fazer ainda está ali, mas Edric; Edric não, ele não está mais aqui. Ele nunca esteve, edric era apenas um disfarçe, para o'que? Eu não consigo pensar para saber.

Sinto vontade de gritar, mas ao mesmo tempo, sinto medo de fazer tal ato, ele percebe meus membros tremerem, tenta se aproximar novamente e quando abre a boca pra falar, o som de estilhaço sob o chão o interrompe. nós dois olhamos para o vaso quebrado atrás de mim, edric por mais tempo que deveria, e quando levanta os olhos novamente, não consegue dizer nada além de grunhir de dor quando eu o acerto em cheio com a cadeira que estava ao seu lado.

Não tenho tempo de chorar quando destranco a porta e desço as escadas em um tempo recorde. Sinto meus pés vacilarem no último degrau, meu nome é proclamado por edric atrás de mim e sinto olhos em minha direção, meus dedos tremem quando abro a porta, meus olhos observam edric correr atrás de mim de volta, e quando me preparo para fugir pra fora da casa, bato em algo extremamente duro; o baque me faz voltar pro chão, minha cabeça dilata e a minha visão borrada por lágrimas não ajuda no processo. Eu levanto a cabeça, de repente a parede a qual eu batera se mexe, ela grunhi, rosna algo incoerente, sinto tudo girar novamente quando vejo que a parede tem pernas e caminha em minha direção, Flashs do ser de pedra no primeiro dia inundam minha cabeça, escuto meu nome ser chamado novamente quando tudo escurece e junto dela, mais um nome:

𝐏𝐄𝐋𝐀 𝐆𝐋𝐎𝐑𝐈𝐀 𝐃𝐄 𝐐𝐔𝐄𝐌? #𝖧𝗂𝗌𝗂𝗋𝖽𝗈𝗎𝗑 c.Onde histórias criam vida. Descubra agora