Capítulo Dois

131 12 2
                                    


*EDWARD*

Foram necessários trinta minutos para fazer Alice se acalmar. Por mais que sua visão fosse alarmante em primeiro momento (quatro membros da guarda Volturi liderados por Caius), as notícias não eram de todo ruins - após revisar as possibilidades que nos aguardavam.

Diferente da ideia de que eles poderiam nos perseguir para nos matar, seus objetivos eram opostos: eles estavam ali com um convite do próprio Aro Volturi.

— Uma visita? - Emmett gargalhou, o que deixou Alice mais desconfortável. Era cômico, para ele, a ideia de que talvez os Volturi não estivessem tão sentidos por ter suas defesas rompidas. Se é que havia uma defesa! Sob seu olhar, os caras não eram tão bons em guarnecer suas muralhas da maneira da qual eles gostavam de se gabar. - Os dois invadem os domínios dos velhotes e todos nós somos convidados para um pequeno reencontro de grandes amigos?

Jasper tinha o olhar fixo no horizonte. Ele tentava visualizar o castelo da maneira como Carlisle havia descrito para ele, minutos antes, nos mínimos detalhes, analisando o terreno, tentando se familiarizar. Era impressionante a sua capacidade de montar em sua mente um cenário no qual nunca havia se inserido, apenas por relatos alheios.

— Parece ser uma armadilha. - murmurou Jazz.

— É claro que é uma armadilha! - Rosalie estava agitada. Suas mãos não paravam de se mexer, como se pudesse esmagar pedras imaginárias com elas. Ou uma forma estranha de dedilhar teclas de piano.

Carlisle ainda estava em silêncio e pensativo. Havia ligado para o hospital a fim de informar a razão de sua súbita ausência. Mesmo quando Esme lhe perguntou o que estava acontecendo, ele lhe dirigiu poucas palavras. Tive a tarefa de explicar aos de mais.

Assim como nós, ele também tentava compreender a situação, pensando nas mais variadas hipóteses. Pensou nas irmãs Denali, na maneira em como elas foram levadas diante dos anciãos para que fossem questionadas sobre o envolvimentos delas nos crimes de sua mãe. Porém, Alice não viu nada hostil ou punitivo sobre mim ou ela própria, portanto, não poderia ser uma notificação de comparecimento.

Um convite amigável. As intenções eram sórdidas, disso ele tinha absoluta certeza. Talvez checar se éramos uma ameaça? Ninguém ultrapassa suas defesas de maneira despercebida. Até Carlisle estava surpreso com o nosso feito.

— Quanto tempo, Alice? - perguntou.

— Oito dias. - respondeu ela, cruzando as pernas e alisando com as pontas dos dedos os cabelos curtos e rebeldes. - Caius não está muito feliz com o arranjo pacífico de Aro, então temos que ser cautelosos em nossa recepção. Ele está de péssimo humor. - Em sua mente, um vislumbre de um Caius desgostoso e sem paciência, ordenando que todos fossem levados à força. A possibilidade era fraca, mas estava ali.

Jasper, que não a havia soltado nem por um segundo desde que retornaram horas atrás, apertou os seus ombros. Uma onda de alívio e tranquilidade nos atravessou, como uma correnteza fraca, porém, refrescante.

— Não vou deixar chegar a tanto. - Assegurou. De fato, nas previsões de Alice, Jasper se sai muito bem em deixar os visitantes à vontade e despreocupados.- O problema mesmo, Carlisle, é o castelo. Por mais que eu crie estratégias de fuga, eles estarão em maior número lá. Nem sabemos se Bella irá querer colaborar conosco. Ela é uma recém-criada manipulável. As palavras certas farão que ela fique ao lado deles.

— Você não pode ter certeza. - Esme estava incomodada com as suposições pessimistas de Jasper acerca da nova condição de Bella. - Bella é uma menina doce, e nem todo sangue e lavagem cerebral do mundo fará com que ela mude. Basta que ela nos enxergue como a família certa para se estar. Ela já nos via assim antes, não?

Depois do CrepúsculoOnde histórias criam vida. Descubra agora