COMUNICADO - EXPLICAÇÕES

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17 de julho de 2024

Em algum lugar ao norte do Brasil...

Adorável leitor,

Como vai a vida? A família, os filhos, bichinhos de estimação, aquela tia ou tio chato que só sabe criticar a sua vida, irmãos e irmãs que vivem atazanando a sua paciência, os pais mandando você arrumar o quarto ou te pedindo para ensinar a usar a internet; ou te dando sustos com rolês inesperados dignos de todo casal que alcançou uma idade mais avançada após ter criado todos os filhos até a maioridade e agora querem curtir a vida de liberdade? - Espero que todos, incluindo você, estejam bem.

Eu estou bem. Um pouco dolorida da academia, mas bem. - Uma empreitada interessante para um ser humano que não é muito fã de "pessoas", porém, estou me adaptando numa boa. As tias que vão se exercitar de manhã são muito simpáticas, educadas e sorridentes sem parecer falsas, então chega a ser agradável ficar perto delas.

Sei que muitos de vocês estão há alguns meses esperando por uma nova atualização desta magnifica história que iniciei um pouco mais de dois anos atrás. Eu até lhes dei esperanças de retornar ainda no primeiro semestre deste anos após meu logo e necessário descanso, entretanto, falhei miseravelmente e, bem, é meu dever dar as devidas explicações, tanto por meu sumiço quanto pelo o que agora se encontra escrito na nota da história e imagem de capa.

Eu falhei. Como escritora e como criadora. Não somente acerca da continuação, mas sobre a fanfic como um todo.

Deixe-me explica: não, não estou arrependida do que escrevi até o momento muito menos pretendo mudar. O meu problema é que fui afobada e agi por impulso. Não tive o devido planejamento que toda publicação, amadora ou profissional, necessita ter quando vai expôr seu trabalho ao público.

A verdade é que, até semana passada, minha mente ainda estava presa na ideia da F. de treze anos, aquela que lia fanfic's e se inspirava nas outras escritoras da mesma idade. Escritoras que escrevia semanalmente ou quinzenalmente, pois tinham tempo, disposição e muito energia, porém, nenhum planejamento. Até semana passada, eu ainda era a F. deste mesmo período, tão impulsiva e empolgada, porém, havia me esquecido que já tenho vinte e seis anos, uma casa para administrar e objetivos a serem cumpridos. Tinha me esquecido que minha criatividade é inconstante e que não estou sempre disponível para me sentar e escrever por horas a fio, sem me preocupar com comida para fazer, uma casa para limpar, gatos para alimentar, estudos, um casamento, uma família e eu mesma para me atentar e cuidar.

Estava tentando me espelhar em coisas que não davam mais certo para mim, e notei isso fazendo crochê. - Sei que é uma analogia estranha, mas, além de escritora, sou artesã desde os meus seis anos de idade. E, desde de pequena, tudo que eu tentava reproduzir de outras artesãs dificilmente conseguia seguir a diante ou me satisfazer pelo trabalho feito. Me dei conta de que repetir o padrão dos outros nos quais estou focada não me leva a lugar nenhum, e até mesmo a F. de treze anos era uma pessoa completamente diferente do que sou hoje. A F. adolescente era alguém constantemente acometida pelo desespero por um mundo perfeito para descansar e torná-lo seu. A F. de agora conseguiu ele, mesmo que no mundo real ele não seja perfeito e não dê para descansar sempre. Precisei fazer a minha cabeça pensar em criar formas que ninguém pensou para notar que tenho mais sucesso com prático, com o que pode ser adaptado, do que com o copiado, o padrão, o que eu vi dar certo com outras pessoas que vivem e viveram realidades diferentes das minhas. Precisei vivenciar o que J. R. Ward (autora de "Irmandade da Adaga Negra") viveu para a ficha cair e eu perceber que ela estava certa sobre insegurança e bloqueio criativo.

Eu não me planejei, agi sem pensar. Batalhei para me adaptar a um padrão defazado e agora estou me rendendo a realidade: "Depois de Crepúsculo" precisará ser pausado por tempo indeterminado para que eu possa finalizá-lo. Seria mentira alegar que o sentimento de fracasso não me acometeu, mas, após digerir a decisão, consigo admiti-la em voz alta e por estas palavras sem me martirizar, e eu costumo muito fazer isso.

Portanto, devo um pedido de desculpas a vocês, por esperarem tanto e receberem mais da minha cabeça complexa e que costuma divagar muito. Devo desculpa especialmente a Littie (vou chamá-la assim pois não sei que ela vai querer que eu revele seu nome verdadeiro aqui), minha beta e melhor amiga virtual. Essa mulher teve a paciência de um monge e sempre discutiu ideias narrativas comigo, além de ser um doce ao me perdoar por ter sumido tantas vezes durante as minhas crises de ansiedade, depressão e existenciais. Littie, você faz parte desta história pois há muitos pedaços de inspiração que veio de você aqui. Por isso, muito obrigada!

E obrigada a cada leitor que esteve aqui presente, comentando, acompanhando, favoritando e talvez compartilhando. Nunca pensei que seria vista por tanta gente em tão pouco tempo. Vocês também são importantes.

Como eu disse muitas vezes em várias respostas de comentários, não pretendo desistir dessa história e de nenhuma outra criação minha. Apenas preciso de tempo. E paciência. Estou ficando velha, porém, a pressa mais atrapalha do que ajuda. Tudo dentro do seu tempo.

"Um dia de cada vez..."

F. S. Matos

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⏰ Última atualização: Jul 17 ⏰

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