Black Swan • Chanmin (ABO)

[57] A Caminho do Desconhecido

Duas semanas após zarpar do Porto de Kethe, a tripulação do Black Swan mal conseguia conter sua ansiedade. Estavam todos de bom humor exagerado, e mesmo que diante de seus olhos e lunetas, eles pudessem enxergar apenas as águas do misterioso Mar Tenebroso, eles acreditavam no navegador e tinham a plena convicção de que estavam no caminho certo. E realmente, estavam. Jisung é um navegador diferente dos demais, pois consegue decifrar até mesmo lugares que não constam nos mapas.

Jennie mantinha seu curso ao Norte, com uma leve inclinação a Noroeste. A velocidade da embarcação era calculada, pois ainda estavam navegando pelo Oceano tão desconhecido. No entanto, era possível notar a diferença na rapidez do navio, desde que os escravizados desembarcaram. Mesmo com novas cargas, o peso diminuiu consideravelmente, e nesse caso era mais fácil guiar o leme.

Durante as manhãs era o período que Seungmin mais sentia enjoos, logo ele tentava se esconder da vista de todos, para evitar de comer alguma coisa. Ele viu quando Bangchan vinha subindo pela escotilha que dava passagem a cozinha, e correu para se esconder na popa.

Seungmin estava abaixado atrás de um barril, quando o Capitão passou olhando tudo ao seu redor. Confuso por não ver o Ômega por ali, ele voltou para as cobertas inferiores. Antes que pudesse respirar aliviado, o Ômega ouviu um pigarro logo atrás, e quando se virou, viu Sunghoon sentado no alto da traseira da embarcação.

— Você parece um fantasma. — Seungmin resmungou, massageando o peito. — Fica aparecendo assim, sorrateiro...

— E você parece um fugitivo da lei... ah, não. Espera. Você é um.

Seungmin o fitou com os olhos semicerrados mas logo desviou a atenção. Ele se sentou no chão apoiando as costas nos engradados e observou o horizonte.

Sunghoon continuou sentado na mesma posição, tomando um pouco de vinho.

— Por que odeia tanto os piratas? — O Ômega perguntou após alguns minutos de um silêncio desconfortável. — O que teu pai fez de tão ruim, a ponto de você guardar esse sentimento negativo dentro de si por tanto tempo?

— Já disse. Ele era um pirata.

— E isso é motivo? — O caçador não respondeu. — E o que você quer encontrar no tesouro, afinal?

— Se isso fosse da sua conta eu responderia.

— Grosso.

— E grande também. — o Alfa completou calmamente.

Seungmin olhou para ele com uma expressão bastante zangada, mas o caçador se manteve impassível. Sempre que tentava manter um diálogo com ele, o Alfa vinha com suas piadinhas grotescas. E toda a antipatia vinda da parte do caçador, era pelo simples fato do Ômega ser um pirata. Sunghoon os odiava abertamente. Fazia questão de demonstrar sua aversão pela atividade criminosa desenvolvida por eles.

— Se acha melhor do que nós, não é...? — Seungmin questionou se levantando — Mas não passa de um ogro, mal educado!

Sunghoon ergueu as sobrancelhas com a resposta afiada do Ômega. Sua atenção foi desviada para alguém que se aproximava logo atrás. O olhar dele por cima do ombro de Seungmin, fez o loiro sentir um leve arrepio logo imaginando quem era o dono daqueles passos.

— Então é aqui que você se esconde. — Christopher declarou se aproximando do Ômega. — Já se alimentou?

— Eu...

— Vem. — O Capitão segurou no braço de Seungmin sem dar chance do Ômega escapar, e o levou consigo até a cabine. Ele apontou para a mesa, em cima dela havia um recipiente com algumas uvas e morangos. — Vamos, pode comer tudo.