Festa

604 89 144
                                    

Já que casei o negócio é aproveitar.

Eu confesso que hoje bebi, cantei, dancei e acho que acabei esquecendo que sou o crente certinho, mas  é meu dia e o da Ster, mereço me divertir pelo menos na festa, porque o resto de minha vida vai ser uma coisa monótona pra caralho.

Queria ter aproveitado mais disso na minha adolescência. Enquanto eu estava lelé por causa do álcool, eu me pegava observando o meu Changbin. Ele dança pra caralho, é sensual e eu só consigo pensar que não queria estar casado.

Eu poderia estar com ele agora aos beijos, bebendo, dançando... ah como eu quero ele, eu quero tanto que só me dei conta de que estava perto dele quando sua voz rouca e grave atinge meus ouvidos.

— O que foi, Mon Chérie?

Esqueci de falar né? Mas o ordinário fala francês, o que me deixa mil vezes mais excitado.

— Quero saber o que ta achando da festa — me aproximo de seu corpo e colo minha boca no seu ouvido, como a música é alta e não quero gritar achei essa a melhor opção.

Ou talvez eu só queira uma desculpa pra sentir meu homem mais perto.

Ele segura meu pescoço por trás e aproxima meu ouvido até sua boca, assim como eu mesmo fiz. Ele sabe o que tá rolando aqui.

— De verdade? Uma porcaria. Aqui só tem crente que ou realmente é hetero ou se faz, não tem nem como beijar umas bocas.

Por que eu sinto que ele disse isso só pra me deixar com ciúmes? Vingança porque estava morrendo de ciúmes de mim com Ster? Bom, na real funcionou.

A verdade é que eu tenho consciência de que ele ficou sim com outras pessoas depois de mim, assim como eu e Ster tentamos também, mas é um tópico que me deixa verdadeiramente mordido de ciúmes.

Porque o que todos sabem é que o que os olhos não vê o coração não sente.

— Queria mesmo poder resolver seu problema, Changbin — Tiro meus ouvidos de perto dele e o encaro, acho que tô bêbado. — Mas eu realmente só tenho amigos heteros.

C'est dommage... — E depois ele sai para buscar outra cerveja. Que tesão do caralho.

Mas na verdade eu fico feliz de termos evoluído. Durante uns três anos um 'oi' ou 'bom dia' era as únicas palavras que trocávamos, coisa simples.

Mas de uns tempos pra cá parece que minha tesão por ele vem aumentando e não consigo esconder e sei disso porque ele percebeu.

Todas as conversas trocadas com ele parece ter um ar de segundas intenções, seu olhar, seu sorrisinho de canto de boca, seus toques em mim.

E acho que esse foi um dos motivos do Seo pegar intimidade comigo de novo, saber que eu ainda sou caidinho por si, o fez ter confiança de me tocar, de me olhar e falar comigo.

Embora nunca tenhamos falado nisso, nunca quis tocar no assunto e aparentemente ele também não. Porque eu sei que no momento que ele mandar um "me beija" eu vou sem pensar duas vezes.

Por Deus... o que é que eu estou pensando?

— Vida, tá  na hora dos votos, vamos? — Ster me abraça e cola seu rosto no meu pescoço — Seu pai quer ouvir o que tem a dizer, e eu também!

Ela me olha, é tão linda e gentil, delicada e educada, nem de longe eu sirvo para ela, não a mereço, como queria que ela não estivesse junto ao Seo naquele dia, assim não correria o risco dela se encontrar com um idiota igual a eu.

— Bin, vamos o Chan vai me dar seus votos! — De longe ela avista Changbin no bar, e o grita. Ele vem em nossa direção, enquanto ela segura em meu braço oferece ao tatuado o outro lado, assim caminhando os três para o centro do salão.

Bangchan tá casado - ChangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora