De volta para casa

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Depois da nossa última conversa, nossos tempos juntos ficaram pesados e desconfortáveis.

Eu estou bem chateado com toda essa situação. Mas... bom, amanhã de manhã voltaremos para Austrália. Essa viagem me serviu para pensar no que eu quero fazer.

Quero acertar as coisas com o Changbin!

Bom é isso, eu não sei como, mas podemos ir por partes, e um bom começo seria uma conversar, uma conversa sincera.

Não digo que é ou foi fácil entender o que fazer, poxa eu estarei me relacionando com outro homem. Passei parte da minha vida negando esse fato por medo e eu ainda tenho medo.

Mas maior do que esse sentimento de culpa, existe amor. Eu quero amar de novo, mas a pessoa certa.

Por isso uma conversa franca resolveria, acho que Changbin esperaria por mim.

Não consegui aproveitar muito porque quando eu saía com Ster ela passava o dia inteiro brigando comigo e quando eu saía sozinho quando eu chegava ela brigava porque eu saía sem ela.

E eu?

Apenas não queria mais discutir então só concordava. Mas é isso, estou decidido, não posso mais continuar com isso.

Ster me convidou para o último jantar aqui na França, tenho a opção de negar mas eu não quero brigar e no final é só um jantar bobo no hotel.

Ela anda muito  ansiosa para tudo, não sei se é porque vamos voltar e não sabemos muito bem como lidar com essa situação.

— Chris... eu... - Ela já estava em sua terceira taça de vinho. Vestia um vestido vermelho longo e o cabelo preso, estava meio chorosa, e mais uma vez eu não sei muito bem como agir a esse fato. — Não quero que desista de mim, vamos chegar na Austrália e conversar sobre o que aconteceu nesse maldito país. — Fechou os olhos com força e depois me encarou seria. — Eu te amo, você sabe disso né? — Ela não estava sorrindo ou triste, brava... estava completamente sem expressão.

— Ster, não quero brigar, muito menos aqui. Podemos jantar sem nenhuma discussão? Por favor. — A olhei e respirei fundo. Não estava bravo, apenas cansado. — Em casa resolvemos o que tiver pra acontecer.

— E você me ama? — Virou mais uma taça de vinho com tudo e se serviu mais. — Me ama?

Silêncio.

Apenas observava o líquido vermelho caindo na taça de vidro.

— Por favor diga que me ama, nem que seja para me enganar, diga que me ama, Christopher! - A olhei e a vi chorar mais uma vez.

— Eu... te amo sim, Ster. — Beijei sua testa. — Agora pare de beber, já chega por hoje. Coma um pouco e vamos subir, ainda temos as malas pra fazer.

Ela gargalhou.

— Ah eu sabia! Você me ama!

— Amo sim. É, eu amo.

[...]

Ster saiu do banheiro secando seu cabelo com olhos fechados reclamava enquanto murmurava palavras que eu não consegui ouvir.

— Ah, Christopher! — Estava arrumando as nossas malas, o quarto estava uma bagunça, presentes para um lado, roupas novas de um, roupas já usadas de outro, sapatos, perfumes. — Changbin ligou e pediu para falar com...

— O Changbin ligou?! — Deixei de me concentrar em dobrar as roupas para olhar para ela. Como assim Changbin ligou e ela só me falou agora?

— Ele ligou de manhã e pediu para falar com você, se não tivesse saído sem mim teria falado com ele! — Seu tom de voz foi aumentando conforme sua frase foi terminando — Droga... minha cabeça. Por que me deixou beber?

— Bom, e cadê seu celular me deixe falar com ele. Devia ser importante! — Estendo minha mão em sua direção pedindo o celular.

— E as malas? Termine primeiro.

— Você pode fazer isso enquanto eu falo com ele, não pode? Vamos, me dê logo! —Ela revira os olhos e me entraga o celular.

— É seu amigo mas não precisa de tanto grude. – Assim que terminou sua frase ela segue secando seu cabelo.

Entro nos contatos recentes e lá estava a chamada, nas exatas 10:15 da manhã. Changbin ligou, mas por que ligou?

Estou nervoso para saber.

Sem muito esforço começo uma ligação, espero e espero. Até que..

— Alô?

— É... oi, Changbin! — Olho para Ster e ela está me encarando. Por Deus, estou com vergonha. — Ster disse que ligou mais cedo procurando por mim.

— Ta no viva voz? — Pergunta desconfiado.

— Não?

— Ela ta no quarto? — Mais uma vez seu tom de voz desconfiado.

— Sim.

— Então vaza daí, meu papo é com você. — Minha nossa, como amo até o jeito dele falar. — Como tá indo a viagem? Transando muito? — soltou uma gargalhada tão sincera que até eu senti vontade de rir da minha própria desgraça.

— Todo dia. — E rimos juntos.

— Falando sério agora loirinho. Eu sei que vai embora amanhã, e então quando chegar aqui as coisas vão ficar feias de verdade. — Meu sorriso sessou.

Estou sentado na escada do hotel, era noite então estava praticamente vazio. Era apenas eu e Changbin.

— Changbin, eu...

— Calado. Eu, sei que disse que faria de tudo para ter você de novo, eu sei, eu sei. Mas Ster não merece isso... — Não, não, não. — No seu casamento eu tava puto, mas puto pra caralho, antes quem te beijava, te dava amor e dividia as coisa com você era eu e de um dia pro outro quem faria seria Ster...

Silêncio.

— Eu não tinha aceitado isso muito bem e bebi bastante e então disse aquilo, claro que você também tava um tesão disfarçado de noivo e isso ajudou. Mas agora eu entendi que não posso mais, eu... eu queria muito, mas você não é mais meu.

Não, não, eu sou seu sim.

— Chan, eu estou dando um final para os meus problemas, e o maior deles é ainda te amar. — O quê? – Dê um fim nos seus também, e entenda quem é você, antes de tomar qualquer decisão.

— Changbin, não diga isso.

— É difícil para mim também, por favor, não vamos nos ver por enquanto... talvez eu não me controle dessa vez.

Mudo a linha ficou muda.

Bangchan tá casado - ChangchanOnde histórias criam vida. Descubra agora