Capítulo 7
Um toque na porta do barraco anuncia a chegada de Zulema que carrega Macarena nos braços. Altagracia recebe as duas com um ar de preocupada:
- Precisamos dessa humana viva para poder negociar com a polícia.
Zahir a olha de relance e fala:
- Vai trocar a loira pelo quê? - ela se abaixa para colocar aquele peso no chão, enquanto volta a olhar intrigada para a chefe da zona de desviantes.
O plano de Altagracia era trocar a cientista por uma robô que fora detida no mês anterior. Ela fazia parte do grupo e ninguém tinha notícias dela desde o ocorrido. E Altagracia não sabia se a mesma tinha passado alguma informação crucial à polícia, nem por onde andava. Sua preocupação principal pairava na possibilidade dela ter sido destruída.
E é assim que Macarena se encontra: detida pelos androides naquele esconderijo. Um quarto é separado somente para ela. O único que tinha chave na porta. Zahir fica encarregada de levá-la até lá. A loira ainda estava em sono profundo e pelo visto demoraria a acordar. Enquanto isso Helena buscava fazer contato com ela, sem sucesso.
Ao final da tarde daquele mesmo dia todos os androides estão de volta ao local. Zulema permanece no quarto observando a cientista dormir enquanto pensa no que se meteu. Aos poucos os olhos da mulher vão se abrindo. Ela observa ao seu redor assustada, sem entender muito bem onde estava ou como havia parado lá. Seu corpo dá notícias de uma certa abstinência decorrente da falta de seus remédios. Não os tinha tomado desde o início do dia. Um suor a tomava sem que pudesse controlar mesmo que estivesse fazendo frio. Seu coração estava acelerado como se precisasse de qualquer substância para se acalmar.
A androide com traços árabes que estava sentada na cama ao lado da sua se levanta, senta na cama de Macarena e a observa sem alterar sua expressão fácil.
- Calma, loira. Relaxa aí... Que tal ver uma cena interessante para passar o tempo?
- Onde estamos? Cadê meus remédios? - Ferreiro logo faz essa pergunta ao perceber que não tinha nenhuma cápsula disponível em seu aparelho.
- Estamos no mínimo em um lugar curioso, onde humanos não são tão bem-vindos. Mas cá está você, comigo, loira. Ou tenho que te chamar de criadora? - Zahir esboça um sorriso cínico enquanto olha Macarena ainda deitada na cama sem forças para se mover.
- Você não é minha criação. Eu jamais teria feito uma robô como você... Você está cheia de defeitos graças ao líquido que Sandoval insistiu que eu injetasse, 568Z274.
- Já te falei que meu nome não é esse... - Com isso Zulema se aproxima, toca no rosto de Ferreiro e acessa seu dispositivo acoplado no cérebro fazendo com que a cientista visse uma cena criada especialmente para ela.
Na cena as duas transavam. A loira se encontrava de quatro enquanto era penetrada por Zahir com o pênis que a maioria concordou em criar para ela.
- Que porra está fazendo!?
- Algumas provocações? Não foi ideia dos seus colegas fazerem uma versão de androide que aguentasse horas de sexo?
A morena se aproxima mais ainda, dessa vez sussurrando em seu ouvido. Na cabeça de Macarena tudo se passava como se fosse real, apesar de ambas estarem ali na cama sem nada a fazer.
- Para, Zulema!
- Agora sim, me chamando pelo nome, loirinha.
- Anda. Preciso dos meus remédios de qualquer jeito... - a mais nova fala em voz alta quase como um suplício, uma pequena tentativa de fazer com que Zahir conversasse com os demais androides para que concordassem em devolver seu aparelho cheio de cápsulas.
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Você consegue sentir?
FanfictionAU Zurena Ano 3800. Os humanos dividem suas vidas com robôs e diversas outras tecnologias. Alguns não moram mais na Terra, muitos se mudaram para povoar outros planetas. Macarena passou grande parte de sua vida estudando e se empenhando para conseg...