𝗩𝗜𝗜 - 𝗢 𝗜𝗻𝗶𝗺𝗶𝗴𝗼 𝗕𝗮𝘁𝗲 à 𝗣𝗼𝗿𝘁𝗮

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Uma nuvem sombria carregada de água cobria os céus, escondendo o brilho da lua e das estrelas. Com um primeiro trovão ameaçador, as gotas de chuva passam a despencar do alto. Na base da Resistência, escutava-se o som da chuva molhando as folhagens da mata e tocando a água da lagoa.

Os rebeldes inicialmente haviam se programado para migrar às montanhas durante o período noturno, no qual poderiam ser mais discretos usando a escuridão ao seu favor. Contudo, a tempestade se mostrou um grande empecilho àquela tarefa.

O saguão era amplo e aconchegante, apesar das rachaduras causadas pelo desgaste e fenômenos naturais que ocorreram com os anos. Um belo carpete cobria o piso e, acima dele, haviam algumas poltronas. No alto, um grande lustre iluminava o local, com o auxílio das tochas que se espalhavam por outros corredores. Era como uma grande mansão.

Alguns indivíduos dividam as poltronas, enquanto outros estavam jogados sobre o carpete. Malas de roupas e tralhas da Resistência estavam espalhadas pelo saguão, no aguardo para o seu devido transporte.

Em uma das poltronas, estava sentada Maya. Sua perna nitidamente inquieta revelava a angústia que sentia no momento e chamava a atenção de Flerck:

- Fique tranquila, se Eros não nos atacou até agora, é porque está aguardando que ataquemos primeiro. - Flerck, que estava de pé ao lado da poltrona, coloca sua mão sobre a perna de Maya, parando-a.

- Eu não tenho certeza disso... - Maya olhava para cima, buscando encontrar os olhos de seu aliado.

Subitamente, Cowte adentra o saguão, vindo direto do pátio. Ele estava encharcado devido à chuva.

- Galera! Apaguem as tochas que conseguirem e façam silêncio. - Cowte ordenava.

- O que houve? - Uma rebelde questionava preocupada.

- Acho que tem algo se aproximando... - Cowte revelava em tom dramático. - Sten, consegue vir comigo para identificar as criaturas?

- Claro! - Sten se levanta do carpete no qual estava sentado em perna de índio, e caminha até alcançar o ouvido de Maya. - Tire todos os rebeldes daqui e os guie para as Montanhas do Leste. Acesse a saída dos fundos.

Maya acena com a cabeça, dando a deixa para Sten se retirar.

A chuva forte caía sobre as cabeças de Cowte e Sten que corriam no pátio aberto até alcançar uma torre de observação. Eles a sobem, até chegar a altura desejada. Um homem de médio porte e cabelo calvo utilizava um binóculo para tentar enxergar o que vinha.

- Eu nunca vi nenhum dinossauro assim antes. - O homem passava o binóculo para Sten, que imediatamente o colocava na altura dos olhos.

- Utahraptores... Bioluminescentes? - Sten dizia ao observar quatro seres brilhantes se deslocando pela mata.

- Por que Eros criaria animais que brilham no escuro? Não seria uma desvantagem? - Cowte

- Não acho que ele possa escolher quais serão as modificações que seus bichos sofrerão. E, não subestime esses animais. Lembre-se, muitas vezes a planta mais atraente é a mais perigosa! - Sten

- Isso é uma metáfora para as mulheres da sociedade atual? - O outro homem questionava.

Sten o ignora e desce às pressas da torre, seguido pelos demais.

Ao adentrar o saguão novamente, Sten percebe uma drástica mudança: o local estava um breu, com as luzes do lustre apagadas, assim como as tochas ambientes. Além disso, o ambiente estava vazio e silencioso.

Passeando com os olhos pelos arredores, Sten toma um susto enorme quando vê Maya surgindo de repente no meio do nada.

- Calma, sou eu! - Maya

Primal Kingdom - Um Reino de 65 Milhões de AnosOnde histórias criam vida. Descubra agora