𝗜𝗫 - 𝗔𝗰𝗮𝗯𝗼𝘂 𝗮 𝗙𝗲𝘀𝘁𝗮

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Mais uma vez, um frio agonizante na barriga faz o corpo de Maya ficar trêmulo.

- Vi que estava sozinha e então vim lhe convidar para essa dança especial. - Eros estendia sua mão na forma de um convite. 

- Eu não estou afim. - Maya virava o rosto.

- Deixe de frescura! - Eros a puxa pelo braço, levantando-a. - Por que recusaria alguém como eu?

- Alguém que sai agarrando qualquer uma que acha por aí?! - Maya perguntava irritada.

- Calma... Acho que começamos com o pé esquerdo. Vamos recomeçar com você me dizendo seu nome. - Eros propunha.

Maya se sentia aliviada pelo seu novo penteado e a máscara terem ocultado sua verdadeira identidade. Para manter o disfarce, ela tenta ser mais dócil e compreensiva, ignorando os desaforos que Eros pudesse lhe dizer.

- Wittney Dremmur. - Maya inventava.

- Belo nome. - Ele elogiava. - Você deve me conhecer, não é? - Eros apontava para uma coroa dourada que usava na cabeça.

- Ah, estou sabendo... O rei de meia dúzia de terra. - Maya deixava seu lado dócil de lado, quase que espontaneamente. - Me diga, qual a relevância dessa coroa atualmente?

- Um objeto só tem valor quando alguém lhe atribui um significado. Infelizmente, muitas coisas perderam seu valor nos últimos anos... Agora, como disse, sou o imperador de "meia dúzia" de terra. No entanto, as coisas nessa ilha estão para mudar e logo essa coroa e meu trono no castelo serão grandes posses de respeito, como deveriam ser desde o princípio. - Eros

E então, seguindo as melodias do violino, o corpo de Maya começa a realizar passos sincronizados em conjunto de seu grande adversário e agora parceiro de dança. Contudo, a sua cabeça se preocupava com outra coisa: Qual a razão de Eros estar ali? Será que também estava atrás de Ezíllion? Será que o líder local não teria aparecido devido a alguma ameaça ou ação de Eros?

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Caminhando em passos ligeiros, uma mulher de peso acentuado puxava seu marido pelo braço, enquanto utilizava a outra mão para estalar os dedos, atraindo os seus quatro Homelocéfalos.

A espécie em questão retratava dinos com entorno de dois metros de comprimento e um de altura. Possuíam um arco espesso na parte de cima do crânio, usado para ataque e defesa, muito comum em disputas entre machos (por fêmeas) ou pela liderança do bando.

Quanto a dona dos bichos... Ela estava visivelmente incomodada com seu atraso. Alcançando a entrada do salão, a mulher dá de frente com o recepcionista de bigode e monóculo.

- Se meu marido demorasse um pouco mais para se vestir, nós iríamos perder a festa! - A mulher reclamava.

- Mas, era você quem estava se vestindo... - O marido respondia retraído.

- Cale a boca! - Ela retrucava grossa. - Então... onde está a fantasia que eu lhe dei hoje mais cedo? - A esposa ajeitava o grande chapéu que usava, enquanto encarava o recepcionista.

O recepcionista fica rapidamente tenso pela ausência de Cowte que deveria estar ao lado dele neste instante. Mas, para seu alívio, Cowte aparece repentinamente, caminhando tranquilo em direção à entrada, enquanto dava alguns goles num drink que segurava.

Primal Kingdom - Um Reino de 65 Milhões de AnosOnde histórias criam vida. Descubra agora