O encontro

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Ela tinha intenção de retornar na manhã seguinte, mas seu corpo pedia um pouco mais de tempo e optou por retornar somente a noite. Darnell sabia que ela precisava desse tempo sozinha e não ligará em momento algum. Apenas organizou a casa para o dia seguinte e deixou o vestido que ela usaria, na passarela, em sua cama com um bilhete especial.

"Sei que amanha é o seu dia e quero que seja o melhor. Escolhi essa peça por saber o quanto vai encantar e trazer lembranças especiais. Com amor!"

Zendaya sorriu com as palavras do amigo. Ele sempre sabia o que era o melhor. E confiando cegamente nele ela não abriu o saco para ver qual seria a peça, o faria na noite seguinte, com ele ali presente.

"Sei que é o perfeito. Mas amanhã abrirei com você. Quero que suba para me ajudar assim que tudo estiver como idealizou. Sei que será um sonho. Obrigada por existir em minha vida, Nell. Você é meu mundo. Amo você incondicionalmente." – ela enviou a mensagem.

"Estarei ai. Você também é meu mundo, baby. Nossas mães fizeram tudo pensado em sermos apenas um." – escreveu emocionado.

"Elas fizeram!" – ela respondeu também com lágrimas.

A lembrança do sorriso da sua mãe pairando  em sua lembrança. Ela pensou tanto nelas no último dia. Sentia tanto sua falta. Sentou na beira da cama e pegou o envelope que seu detetive enviará há alguns dias. Não mencionou com Nell sobre o conteúdo. Ela ainda está digerindo a novidade. Abriu novamente e pegou uma das fotos que ele lhe enviara. Sempre que a olhava seu coração parava por uns instantes.

Porque ele não veio atrás dela após a morte da mãe? Porque? Se ele sabia da sua existência o que o impedia? Será que não a amava?

Foi inevitável uma lágrima traiçoeira que desceu sobre sua face. Ali, nas suas mãos, estava seu pai sorrindo em frente a outro rapaz um pouco mais baixo, de cabelos castanhos e brancos. Contrastando com o cabelo negro do seu pai que dava ao desconhecido um dos sorrisos mais belos que ela já viu no rosto dele. Quem era aquele a quem ele dava-lhe toda atenção e um dos símbolos maiores de felicidade? Z sentiu uma pontada de inveja daquele desconhecido. Ela era sua filha e ele nunca a olhou daquele jeito. Pelo menos não que ela tivesse alguma lembrança, afinal a última vez que viu seu pai foi aos dois meses. Quando ele foi embora para sua terra natal, África do Sul, deixando para trás ela e sua mãe, uma jovem modelo com quem havia tido uma noite de aventura. Noite essa onde ela foi concebida.

Ela falaria sobre esse detetive com Darnell após a festa. Ela sabia que ele entraria em colapso quando soubesse que Kazembe estava vivo esse tempo todo e não a procurava. Sua mãe se culpou durante um bom tempo por ter sido aquela que apresentou ele a amiga. Mas nunca fora um problema para Clarie que não culpava ninguém pela forma como tudo aconteceu. Ela tinha Zendaya e isso era tudo que importava para ela. Seu pequeno tesouro de amor.

Z guardou novamente as fotos no envelope e em seguida na sua escrivaninha. Limpou a lágrima que marcavam seu rosto e deitou na cama disposta a dormir. Algo que não tardou a acontecer.

- Cheguei bebê. – Darnell entrou no quarto da modelo que o olhou sobre o espelho onde se maquiava.

- Você está fabulosa Nell. – ela exclamou voltando-se para ele com um sorriso genuíno.

- Sabe que quem vai ficar fabulosa é você quando colocamos a peça final. – ele disse sorrindo e abraçando com amor. – Como você está Z? – questionou com as mãos ao lado da face da amiga. Nell sabia que ela estava o escondendo algo, mas ela falaria quando estivesse segura. Ele esperaria.

- Nos vamos conversar após a festa. Eu prometo. – ela falou sinceramente.

- Certo. Combinado. – disse sorrindo antes de depositar um beijo demorado no rosto dela. – Sabe que amo você, não sabe?

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